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The Blue Letter Bible
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Daniel 11:5-9 Explicação

Quando o mensageiro angélico continua revelando eventos futuros a Daniel, ele profetiza que então o rei do Sul se fortalecerá, junto com um de seus príncipes que ganhará ascendência sobre ele e obterá domínio; seu domínio será realmente um grande domínio (v. 5).

Este versículo inicia um relato detalhado dos conflitos entre duas grandes potências após a dissolução do império de Alexandre, o Grande. Historicamente, o rei do Sul aqui se refere à dinastia ptolomaica no Egito. Após a morte de Alexandre em 323 a.C., seus generais (os diádocos) dividiram seu reino entre si, e Ptolomeu I Sóter (reinou de 323 a.C. a 285 a.C.) garantiu o Egito como sua parte. As ricas terras agrícolas egípcias ao longo do Nilo tornaram a região economicamente robusta, permitindo que o governo de Ptolomeu se tornasse de fato um grande domínio (v. 5). Embora o versículo destaque um de seus príncipes que alcançará a ascensão, provavelmente prenuncia como o poder selêucida no Norte, outrora aliado a Ptolomeu, acabaria por ofuscar partes da influência egípcia. Essa intrincada interação de alianças e disputas de poder prepara o cenário para o conflito em curso.

O Egito (o Sul) era uma força geopolítica fundamental da época devido à sua localização estratégica às margens do Rio Nilo, que proporcionava abundante agricultura e rotas comerciais. A cidade de Alexandria tornou-se um importante centro de cultura e aprendizado helenístico, ostentando uma das maiores bibliotecas da antiguidade. No entanto, mesmo com imenso poder cultural e econômico, o Egito ptolomaico não estava imune à rivalidade de seus vizinhos do norte.

Como a profecia observa especificamente que seu domínio será de fato um grande domínio (v. 5), vemos que a influência política pode se expandir rapidamente, mas permanecer precária. Assim como os antigos impérios persa e grego, o Egito ptolomaico alcançou notável proeminência, mas logo enfrentaria forte oposição. A narrativa bíblica mais ampla frequentemente ilustra que nações ascendem e caem sob a supervisão divina (Daniel 2:21). Embora a preocupação imediata de Daniel fosse o futuro de Israel, sua visão tranquiliza os crentes de todas as eras de que Deus ainda dirige as marés da história, mesmo quando os impérios parecem florescer em seus próprios termos.

A profecia prossegue: Depois de alguns anos, eles formarão uma aliança, e a filha do rei do Sul virá ao rei do Norte para realizar um acordo pacífico (v. 6). Este versículo destaca uma prática comum entre dinastias antigas: garantir tratados por meio de casamentos. Historicamente, o rei do Sul, neste contexto, era Ptolomeu II Filadelfo (reinou de 285 a 246 a.C.). Ele enviou sua filha, Berenice, para se casar com o rei do Norte, que era Antíoco II Teos (reinou de 261 a 246 a.C.), do Império Selêucida. O território selêucida, centrado na Síria e estendendo-se por partes da Mesopotâmia, foi um produto da divisão das nações conquistadas por Alexandre.

A filha do rei do Sul (v. 6) viajou para o norte com a intenção de consolidar a paz e, eventualmente, unir territórios sob o governo de seu futuro filho. Apesar desse acordo pacífico aparentemente promissor, os acontecimentos logo se tornaram violentos. Antíoco II já era casado com Laódice, que, temendo a perda de poder, orquestrou o assassinato de Berenice, sua filha, e do próprio Antíoco II. Em vez de se tornar um instrumento de paz duradoura, a vida de Berenice terminou em traição.

Embora o arranjo visasse a um fim pacífico para o conflito (v. 6), a tragédia que se abateu sobre Berenice ressalta a fragilidade dos planos humanos. De forma semelhante, as Escrituras nos apontam para Jesus Cristo - o verdadeiro e duradouro Príncipe da Paz (Isaías 9:6) - cujo reino transcende a natureza temporária dos casamentos diplomáticos e dos tratados de guerra. Os planos humanos, por mais bem-intencionados que sejam, podem ruir; contudo, a promessa de paz de Deus por meio de Cristo permanece inabalável (João 14:27).

Continuando, ela não manterá sua posição de poder, nem ele continuará em seu poder; mas ela será entregue, juntamente com aqueles que a trouxeram e aquele que a gerou, bem como aquele que a apoiou naqueles tempos (v. 6). Esta declaração vívida confirma o destino de Berenice e daqueles que ajudaram a organizar seu casamento. Ela não manteve sua posição de poder porque Laodice garantiu sua queda. Antíoco II também não continuou em seu poder, pois também foi traído e envenenado. A repetida menção de participantes no versículo - ela, aqueles que a trouxeram, aquele que a gerou, aquele que a apoiou - sinaliza o colapso completo de seus esforços diplomáticos.

Essa eliminação sistemática de figuras ligadas à causa de Berenice sublinha como a intriga e a violência dominavam a política helenística. Embora os leitores modernos possam achar os pronomes mutáveis de Daniel 11 difíceis e confusos, eles refletem o turbilhão de traições em que famílias inteiras, assistentes e conselheiros eram alvos. Naquela época, se um monarca ou parente próximo ameaçasse a reivindicação de alguém ao trono, reações rápidas e mortais eram comuns. Isso contrasta fortemente com o Reino de Deus, onde a grandeza é definida pelo serviço (Marcos 10:44-45), não pela aniquilação de rivais.

A tragédia que envolveu Berenice e seus apoiadores também prenuncia os desafios que o povo de Deus enfrentaria sob esses mesmos governantes. Potências estrangeiras como os selêucidas dominariam a Terra Gloriosa (Daniel 11:16), o que significa que o destino de Israel seria afetado por esses conflitos. No entanto, Deus continuamente assegura a Daniel que, apesar do caos e da crueldade dos reinos terrenos, Ele permanece soberano e está trabalhando em prol de uma história redentora maior.

A profecia então muda para: Mas um dos descendentes de sua linhagem se levantará em seu lugar, e ele virá contra o exército deles e entrará na fortaleza do rei do Norte, e ele lidará com eles e mostrará grande força (v. 7). Este descendente da linhagem de Berenice era seu irmão, Ptolomeu III Evérgeta (reinou de 246 a 222 a.C.). Enfurecido pelo assassinato de sua irmã, Ptolomeu III lançou um ataque contra o reino selêucida. Cumprindo o versículo, ele entrou na fortaleza do norte, que se referia às principais fortalezas selêucidas em lugares como a Fenícia e territórios próximos.

A frase "lidará com eles e mostrará grande força" (v. 7) alinha-se com as campanhas bem-sucedidas de Ptolomeu III entre 246 e 241 a.C. Ele capturou inúmeras cidades, obteve tributos e saqueou, incluindo imagens de ídolos que as forças persas anteriores haviam tomado. Assim como seus predecessores, Ptolomeu III utilizou a riqueza e a força de trabalho do Egito para garantir vitórias decisivas. No entanto, esses confrontos também transformaram a região de Israel em um campo de batalha entre os selêucidas (norte) e os ptolomeus (sul). Os cidadãos da Judeia viam continuamente exércitos marchando ou sitiando suas cidades, enfatizando mais uma vez como o povo da aliança de Deus estava envolvido nesses conflitos.

Apesar de alcançar a grande força prevista pela profecia, os triunfos de Ptolomeu III foram temporários. A geopolítica helenística raramente se estabilizava por muito tempo. Como o Livro de Daniel ilustra repetidamente, "o que foi determinado será feito" (Daniel 11:36) - Deus concede aos impérios o seu momento, mas nenhum consegue estabelecer um domínio duradouro. Para os crentes, tais verdades históricas oferecem conforto: não importa quão caóticas as relações internacionais se tornem, a providência divina permanece a autoridade final.

Em seguida, Daniel ouve: Também os seus deuses, com as suas imagens de metal e os seus vasos preciosos de prata e ouro, ele levará cativos para o Egito, e ele, por sua vez, se absterá de atacar o rei do Norte por alguns anos (v. 8). Ao cumprir essa predição, Ptolomeu III de fato levou consigo despojos significativos, incluindo imagens e tesouros historicamente saqueados por conquistadores anteriores. Essa retomada do saque foi um ato simbólico poderoso: demonstrou às nações vizinhas que o Egito estava reafirmando seu domínio e restaurou artefatos em templos egípcios.

A referência a imagens de metal e vasos preciosos de prata e ouro (v. 8) revela como a guerra frequentemente incluía não apenas territórios, mas também objetos religiosos. Esses troféus representavam os deuses dos povos conquistados. Ao devolvê-los ao Egito, Ptolomeu III visava elevar o moral de seu povo e destacar a honra restaurada de seus templos. Enquanto isso, a profecia também observa que Ptolomeu III se absterá de atacar o rei do Norte por alguns anos. Mesmo uma campanha bem-sucedida tinha seus limites, e o governante ptolomaico provavelmente fez uma pausa para consolidar seu poder e evitar a expansão excessiva de suas forças.

Tais pausas na guerra demonstram novamente a natureza fugaz dos ganhos militares. Embora a magnificência dos vasos preciosos (v. 8) fosse fisicamente impressionante, pouco contribuiu para garantir uma paz duradoura. Foi apenas uma demonstração temporária de glória para Ptolomeu III, que trouxe de volta despojos roubados ou recuperados. A riqueza terrena, mesmo os tesouros sagrados ou culturais, mostra-se insuficiente para a verdadeira segurança. Séculos depois, Jesus ensinou que tesouros duradouros estão armazenados no céu (Mateus 6:19-20). Vitórias humanas e riquezas saqueadas não podem resolver os problemas morais e espirituais mais profundos que levam as nações à guerra. Assim, a profecia de Daniel destaca consistentemente como as pessoas depositam sua confiança no poder humano visível, enquanto as Escrituras nos direcionam para a fé no Rei supremo.

Por fim, o mensageiro angélico declara: Então este último entrará no reino do rei do Sul, mas retornará à sua própria terra (v. 9). Apesar dos sucessos de Ptolomeu III, o reino selêucida permaneceu determinado a contra-atacar quando fosse viável. Este versículo descreve uma contra-invasão do Norte (os selêucidas), que entram no reino do rei do Sul, mas acabam recuando. Historiadores seculares encontram menos clareza sobre a qual campanha ou escaramuça precisa isso se refere, sugerindo que talvez tenha sido um combate menor ou uma tentativa incompleta dos selêucidas de recuperar território perdido.

A formulação da profecia - mas retornará à sua própria terra (v. 9) - indica que as forças selêucidas não conseguiram estabelecer uma base permanente. Esse padrão de repetidas invasões e retiradas revela a imprevisibilidade geral da época. Famílias, cidades e províncias inteiras permaneceram presas no fogo cruzado. Daniel, ao receber essa mensagem, ficaria a ponderar como o povo de Deus na Judeia suportaria mudanças tão radicais. No entanto, mesmo dentro desses ciclos de conflito, as Escrituras mostram consistentemente Deus preservando um remanescente fiel (Romanos 11:5). Os eventos em Daniel 11, embora trágicos e complexos, apontam para um Deus fiel que ancora Suas promessas apesar do conflito e da violência humana.

Ao detalhar essas intrigas históricas com tanta precisão, Daniel 11:5-9 ressalta que Deus conhece o futuro e o orquestra de acordo com Sua vontade. Embora os Ptolomeus e os Selêucidas parecessem os poderes supremos de sua época, eles também desapareceriam quando Roma entrasse em cena e tomasse tudo. Para nós, o caos nesses versículos pode servir como um lembrete de que Deus nunca se surpreende com os eventos na Terra. Ao longo das Escrituras, os crentes são instados a confiar que Ele responsabiliza todas as nações e conduz a história em direção à culminância final em Cristo (Apocalipse 11:15). Seja na época de Daniel ou na nossa, a soberania de Deus permanece inabalável.

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