
Em Jeremias 26:20, encontramos Urias, outro profeta que faz um aviso ao povo de Judá: De fato, houve também um homem que profetizou em nome do SENHOR, Urias, filho de Semaías, de Quiriate-Jearim; e ele profetizou contra esta cidade e contra esta terra palavras semelhantes a todas as de Jeremias (v. 20). Urias é descrito como vindo de Quiriate-Jearim, um lugar localizado a oeste de Jerusalém, no território tribal de Judá. Historicamente, Quiriate-Jearim é conhecida por abrigar a arca da aliança depois que ela foi devolvida pelos filisteus (1 Samuel 7). Este detalhe mostra que Urias tinha raízes em um local onde a reverência a Deus havia sido testemunhada em gerações anteriores, colocando-o em uma longa tradição de envolvimento com a presença do SENHOR. Assim como Jeremias, a mensagem de Urias foi um chamado para atender aos avisos divinos, sugerindo uma frente unida de profetas dando alarme para o arrependimento nacional.
Diz-se que sua comissão foi "em nome do Senhor" (v. 20), significando que ele carregava autoridade divina ao confrontar o povo com o mesmo tom condenatório usado por Jeremias. O paralelo entre as mensagens de Jeremias e Urias destaca como Deus frequentemente envia múltiplas vozes para enfatizar a gravidade de Suas palavras. Isso enfatiza a gravidade da situação em Judá, onde o pecado, a idolatria e a injustiça exigiam confrontação.
Em Jeremias 26:20, também vemos a realidade de que os profetas de Deus às vezes vêm de origens relativamente obscuras, como Quiriate-Jearim, simbolizando que a verdade divina pode ser proclamada de lugares improváveis. Suas mensagens têm o mesmo peso, lembrando ao povo que as advertências do SENHOR não se limitam a um único porta-voz, mas podem surgir de vários profetas que confirmam as palavras uns dos outros.
Em Jeremias 26:21, aprendemos sobre a reação imediata e hostil do rei: Quando o rei Jeoaquim, todos os seus poderosos e todos os oficiais ouviram suas palavras, o rei procurou matá-lo; mas Urias ouviu isso, ficou com medo e fugiu para o Egito (v. 21). O rei Jeoaquim, que reinou de 609 a 598 a.C. em Judá, era conhecido por sua resistência às mensagens proféticas que pronunciavam julgamento sobre seu reino. Cercado por seus conselheiros influentes, o rei decidiu que as profecias de Urias eram ameaças insuportáveis à estabilidade de seu reinado.
Este versículo destaca o perigo que os profetas enfrentavam quando suas palavras se opunham à intriga real ou à confiança nacional. Ao tentar matar Urias (v. 21), o rei Jeoaquim mostrou que seu coração estava longe do arrependimento. Às vezes, quando confrontados com a verdade divina, as pessoas reagem com hostilidade porque a mensagem desafia seu conforto e segurança. Infelizmente, a escolha do rei de silenciar um aviso do SENHOR reflete uma teimosia que acabaria levando à queda de Jerusalém.
Vemos também o estado de medo de Urias. Percebendo a ameaça à sua vida, ele fugiu para o Egito, um local que havia sido um refúgio para o povo da terra de Judá desde os dias em que Abraão viajou para lá durante a fome (Gênesis 12). O Egito, situado a sudoeste de Judá, tinha uma reputação histórica como uma potência regional onde fugitivos políticos podiam se misturar e encontrar refúgio momentâneo do perigo.
No entanto, Jeremias 26:22 mostra que o medo começa a se traduzir em ações reais mais amplas: Então o rei Jeoaquim enviou homens ao Egito: Elnatã, filho de Acbor, e alguns homens com ele foram para o Egito (v. 22). O rei Jeoaquim envia um pequeno grupo, liderado por Elnatã, filho de Acbor, para prender o profeta que havia escapado. Elnatã parece ser um oficial da corte designado para a tarefa de garantir que nenhum oponente do trono possa se esconder em segurança além das fronteiras de Judá.
Este cenário ilustra até que ponto aqueles no poder irão para manter o controle. Embora o Egito fosse uma entidade política separada, a influência e as conexões de Jeoaquim possibilitaram que esses mensageiros cruzassem a fronteira e encontrassem Urias. É um lembrete direto de que ameaças às mensagens de Deus podem vir de líderes determinados que percebem as vozes proféticas como ameaças à autoridade.
O fato de Elnatã e seus homens terem conseguido alcançar Urias é uma prova do alcance e da disposição de Jeoaquim em colaborar com poderes externos a Judá para silenciar os servos de Deus. Toda essa busca sinaliza uma trágica relutância em levar em conta o conteúdo da profecia em si, concentrando-se, em vez disso, em remover o mensageiro.
Por fim, Jeremias 26:23 revela a triste conclusão da fuga de Urias: "Trouxeram Urias do Egito e o levaram ao rei Jeoaquim, que o matou à espada e lançou seu cadáver no sepulcro do povo comum" (v. 23). A execução do profeta ressalta o quão rígido e hostil o regime do rei Jeoaquim havia se tornado, recusando-se a ouvir ou a se arrepender. Em vez de se humilhar diante da palavra do SENHOR, o rei recorreu à violência para manter ilusões de controle.
O ato de lançar o corpo de Urias nas sepulturas destinadas ao povo demonstrou o profundo desprezo que Jeoaquim nutria por este profeta. Em vez de honrar um servo de Deus com um sepultamento digno, o rei optou pela desgraça, aparentemente apagando da memória qualquer lembrança da mensagem de Urias. Tragicamente, tamanha oposição feroz à palavra de Deus serviria como um presságio para a eventual queda de Judá sob a agressão babilônica.
O fim de Urias proclama dolorosamente o custo da fidelidade em expressar a vontade de Deus. Séculos depois, Jesus também alertou que a perseguição recairia sobre aqueles que defendem a verdade (Mateus 5). A história de Urias, como a de muitos profetas, mostra que advertências e mensagens divinas frequentemente trazem consigo graves riscos quando confrontadas por corações endurecidos no poder.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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