
Em Jeremias 30:1, encontramos outra diretriz divina proferida durante o ministério de Jeremias, um profeta que serviu de aproximadamente 627 a.C. até a queda de Jerusalém em 586 a.C.: A palavra que veio a Jeremias da parte do SENHOR, dizendo (v. 1). Esta simples declaração, repetida antes de cada palavra que Deus dá a Jeremias, estabelece toda a passagem como uma mensagem originada somente de Deus, dirigida ao Seu mensageiro escolhido. Jeremias, vivendo em meio a uma convulsão política e declínio espiritual, recebe a revelação de Deus enquanto a ameaça do cativeiro babilônico paira sobre o reino de Judá. Seu papel é crítico, pois ele está na intersecção da profecia divina e do destino incerto de sua nação.
Ao enfatizar que essas palavras vieram do SENHOR (v. 1), o versículo ressalta que a verdadeira autoridade por trás da profecia de Jeremias não é sua própria opinião, mas o próprio mandamento de Deus. Ao longo de sua vida, Jeremias constantemente apontava o povo de volta à aliança com o SENHOR, exortando-os a atender à voz de Deus. Esse senso de urgência transparece porque a mensagem carrega enorme peso, oferecendo tanto advertência quanto esperança para o povo de Judá.
A natureza introdutória de Jeremias 30:1 também prepara o cenário para as promessas e instruções subsequentes. O ministério profético de Jeremias foi frequentemente recebido com resistência, mas o versículo nos lembra que o ímpeto por trás de sua missão é a vontade soberana de Deus. Ele prenuncia que o que se segue não é mera especulação humana, mas a palavra autoritária e proposital do SENHOR.
Fluindo dessa autoridade, lemos: " Assim diz o Senhor, Deus de Israel: 'Escreva num livro todas as palavras que eu lhe disse'" (v. 2). Jeremias não deveria apenas proclamar essa mensagem, mas também registrá-la para a posteridade. O chamado de Deus para escrever garante que Seu povo da aliança, tanto as gerações atuais quanto as futuras, tenham uma lembrança tangível de Seu plano redentor. A preservação na forma escrita também destaca a natureza duradoura da revelação divina. Ao registrar essas palavras proféticas, Jeremias garante que elas permanecerão como uma referência orientadora mesmo após sua vida.
Este mandamento de escrever ressalta o desejo de Deus de que Seu povo conheça intimamente Seus propósitos. O ato de escrever visa trazer clareza e seriedade à mensagem: não se trata de uma declaração passageira, mas de um testemunho permanente das intenções de Deus para Israel e Judá. Em um momento em que o reino está ameaçado, registrar essas promessas por escrito oferece esperança e a certeza de que Deus cumprirá Sua palavra, apesar das circunstâncias imediatas.
Além disso, este mandamento de "escrever" também sugere que o conhecimento do plano de Deus deve ser acessível. Não se destinava apenas à elite ou àqueles próximos aos ouvidos do profeta, mas a todos que lessem ou ouvissem estas palavras registradas. Gerações posteriores, incluindo aquelas que retornaram do exílio, e até mesmo os crentes de hoje, devem ser encorajadas pelo fato de que as promessas de Deus transcendem eras e permanecem firmes ao longo dos séculos.
O cerne desta passagem encontra-se em Jeremias 30:3: " Pois eis que vêm dias", declara o Senhor, "em que restaurarei a sorte do meu povo Israel e Judá". Assim diz o Senhor: "Também os farei retornar à terra que dei aos seus antepassados, e eles a possuirão" (v. 3). Dentro dessas linhas proféticas está a promessa de que a disciplina de Deus não será o fim da história. Embora o povo de Israel e Judá enfrente o exílio e o julgamento, Deus já está revelando um plano de restauração. Ele promete reverter a sorte do Seu povo, trazendo-o de volta para a terra de Canaã, a região prometida aos descendentes de Abraão há muito tempo (Gênesis 12:1-3).
Essa promessa fala não apenas do retorno físico à terra natal, mas também da renovação espiritual. Com o tempo, esses eventos se transformam em um prenúncio da obra redentora suprema de Deus, culminando na revelação de Jesus Cristo no Novo Testamento, que oferece restauração a todos os que nEle confiam (Romanos 5:17). Apesar do sofrimento, o plano abrangente do SENHOR é trazer bênçãos e uma comunhão renovada com Ele. Sua fidelidade não é anulada pela falha humana, mas é plenamente demonstrada na promessa de reunir Seu povo novamente.
Ao fazer referência específica a Israel e Judá, o versículo sinaliza que tanto o reino do norte ( Israel ) quanto o reino do sul ( Judá ) estão incluídos nessa futura restauração. Embora separados politicamente e dispersos entre as nações, a graça de Deus se estende para uni-los em Seu plano redentor. Seu retorno à terra, historicamente abandonada durante as conquistas e o exílio, torna-se um testemunho da misericórdia e da fidelidade de Deus à aliança.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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