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Jeremias 33:1-9 Explicação

Jeremias descreve o cenário com um realismo cuidadoso: "Então a palavra do Senhor veio a Jeremias pela segunda vez, estando ele ainda confinado no pátio da guarda" (v. 1). O "pátio da guarda" era um pátio interno do complexo real na colina de Jerusalém, entre os vales de Cedrom e Hinom, onde Jeremias havia sido detido durante o reinado de Zedequias (597-586 a.C.; Jeremias 32:2). O profeta fala do cativeiro para uma cidade sitiada; suas correntes e os muros da cidade testemunham a servidão espiritual de Judá.

A expressão “na segunda vez” (v. 1) enfatiza a perseverança: o confinamento não pode confinar a voz de Deus. Assim como no posterior aprisionamento de Paulo — “a palavra de Deus não está presa” — a revelação alcança os fiéis em meio a grades e aríetes (2 Timóteo 2:9). Deus frequentemente planta esperança no momento mais difícil, para que a credibilidade da promessa repouse em Seu caráter, e não nas circunstâncias.

Deus se identifica por suas credenciais criativas: “Assim diz o SENHOR que fez a terra, o SENHOR que a formou para estabelecê-la; o SENHOR é o seu nome” (v. 2). Ele lembra a um reino em ruínas que Aquele que ordenou o cosmos com a Sua palavra permanece soberano sobre a história. Os verbos — fez, formou, estabeleceu — remetem à linguagem do Gênesis e declaram que o Arquiteto da criação pode reformar uma cidade em ruínas.

“O SENHOR é o seu nome” (v. 2) evoca a intimidade da aliança (Êxodo 3:14-15). O Deus que se uniu a Israel não é uma divindade local confinada a um templo agora ameaçado; Ele é o Criador universal cujo amor da aliança (hesed) sustenta o seu povo quando tudo o mais desmorona. A teologia da criação torna-se medicina pastoral: Aquele que fixou os céus pode restabelecer Sião.

Em meio à miséria do cerco surge um convite: "'Clame a mim, e eu lhe responderei, e lhe revelarei coisas grandes e insondáveis que você não conhece'" (v. 3). A oração não é um último recurso, mas a primeira obediência. " Coisas grandes e insondáveis" (literalmente "cercadas" ou "inacessíveis") sugerem realidades que vão além dos relatórios de reconhecimento humanos — planos trancados a sete chaves por trás das linhas do sofrimento presente.

Essa promessa dignifica o lamento e a súplica. Deus não pede a Jeremias que deduza a esperança das tendências; Ele o instrui a pedir e receber revelações que somente o Soberano pode revelar. No cumprimento da Nova Aliança, Jesus ecoa essa postura — "Peçam... busquem... batam" — e abre o acesso à sabedoria do Pai por meio do Espírito (Mateus 7:7; João 16:13).

O SENHOR descreve a ruína com detalhes precisos: " Pois assim diz o SENHOR Deus de Israel acerca das casas desta cidade e acerca das casas dos reis de Judá, que foram derrubadas para servir de defesa contra as rampas de cerco e contra a espada" (v. 4). Os moradores desmontam suas próprias casas e edifícios reais para tapar as brechas — aproveitam madeira e pedras para construir muralhas improvisadas contra os montes de terra da Babilônia (2 Reis 25).

Isto é mais do que um relato militar; é a consequência moral materializada. Palácios erguidos por meio da injustiça (Jeremias 22:13-17) tornam-se escombros para a defesa da cidade. Deus se dirige às "casas... em ruínas" (v. 4) para mostrar que nem mesmo nossa melhor engenharia, sem arrependimento, pode reverter o julgamento. Contudo, Ele fala a essa destruição, preparando-se para anunciar uma reversão que somente Ele pode realizar.

Ele intensifica ainda mais o horror: “Enquanto eles vêm para lutar contra os caldeus e para enchê-los com os cadáveres dos homens que matei na minha ira e no meu furor, e escondi o meu rosto desta cidade por causa de toda a sua maldade” (v. 5). Ruas e casas estão cheias não de defensores, mas de mortos. O texto se recusa a deixar Babilônia como a única responsável; Deus assume o julgamento — “a quem matei… escondi o meu rosto” (v. 5) — porque a traição da aliança exigia disciplina (Levítico 26; Deuteronômio 28).

O rosto oculto de Deus confirma a essência relacional da crise. A vida de Israel depende da presença de Deus brilhando sobre eles (Números 6:24-26). Quando a maldade persiste, Ele retira a bênção sentida de Sua presença. Somente o retorno desse rosto — a misericórdia revelada novamente — pode curar o que o cerco expôs.

A graça irrompe como a aurora: " Eis que trarei saúde e cura para ela, e os curarei; e lhes revelarei abundância de paz e verdade" (v. 6). A tríplice cura — " trarei saúde e cura para ela, e... os curarei" (v. 6) — responde à tríplice ruína da doença, das feridas da guerra e do isolamento. Paz e verdade (shalom e 'emet) unem a plenitude à segurança: Deus os curará e lhes ensinará a realidade.

O mesmo SENHOR que escondeu o Seu rosto agora revela abundância. O julgamento não foi o fim de Deus, mas sim a Sua redenção. Onde falsos profetas clamavam "paz" sem arrependimento, Deus agora promete paz verdadeira além do arrependimento e da purificação (Jeremias 6:14 vs. Jeremias 33:6). Em Cristo, essa cura chega através da cruz e da ressurreição, onde a verdade e a paz se encontram (João 14:27; Efésios 2:14-17).

A promessa abrange desde indivíduos até a nação: " Restaurarei a sorte de Judá e a sorte de Israel e as reconstruirei como eram no princípio" (v. 7). Restaurar a sorte é uma expressão da aliança que significa reverter o exílio e a perda (Jeremias 29:14). Mencionar tanto Judá quanto Israel reconstrói o reino dilacerado; a restauração de Deus transcende a fragmentação política.

"Reconstruir... como no princípio" não significa um mero retorno às normas anteriores ao cerco; evoca uma renovação edênica de segurança e justiça. Historicamente, os retornos sob o comando de Ciro (538 a.C.) iniciaram essa reconstrução; teologicamente, Jeremias mira além da pedra, nas pessoas – a casa que Deus mais deseja restaurar (Jeremias 31:28; 1 Pedro 2:5).

No centro está o perdão: " 'Eu os purificarei de toda a sua iniquidade, com que pecaram contra mim, e perdoarei todas as suas iniquidades, com que pecaram contra mim e com que transgrediram contra mim' " (v. 8). A acumulação de termos — iniquidade, pecaram, transgrediram — confessa toda a extensão da culpa; a acumulação de promessas — purificar… perdoar — responde a ela plenamente.

A reconstrução externa sem purificação interna apenas reiniciaria o ciclo. Deus, portanto, promete a purificação interior que o oráculo da Nova Aliança de Jeremias acabara de anunciar (Jeremias 31:31-34). No evangelho, essa purificação é realizada pelo sangue de Cristo e aplicada pelo Espírito (Hebreus 9:14; Tito 3:5-7). O futuro da cidade repousa em corações perdoados.

Deus coroa a visão com um propósito missionário: "'Será para mim um nome de alegria, louvor e glória diante de todas as nações da terra, que ouvirão falar de todo o bem que eu lhes faço; e temerão e tremerão por causa de todo o bem e de toda a paz que eu lhe dou'" (v. 9). Jerusalém torna-se o "nome" de Deus — um emblema vivo de Sua alegria e glória. As nações ouvem e se maravilham, não apenas pela ira, mas "por causa de todo o bem e de toda a paz" (v. 9).

Esta é a promessa de Abraão revisitada: abençoado para ser uma bênção (Gênesis 12:2-3). O temor santo brota da misericórdia abundante; o mundo estremece diante de uma bondade que não consegue explicar nem reproduzir. Em Cristo — o verdadeiro Templo e Filho de Davi — essa fama mundial se expande à medida que as nações testemunham a igreja como um povo reconstruído, purificado e reconciliado, prova viva de que Deus responde quando os prisioneiros clamam e que somente Ele revela "coisas grandes e poderosas" além da nossa compreensão.

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