
Jeremias, que profetizou aproximadamente de 627 a 586 a.C., dirige-se ao povo de Judá que vivia em Jerusalém e arredores, a capital do reino do sul. Ao falar sobre o julgamento iminente, ele começa com: Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Diligentemente respigarão o remanescente de Israel como a videira; passa a tua mão outra vez, como o vindimador, sobre os ramos" (v. 9). Esta imagem de um vindimador colhendo meticulosamente até a última uva alerta para um julgamento rigoroso que deixará poucos sobreviventes. A frase " remanescente de Israel" destaca que mesmo a última porção remanescente do povo de Deus não estará a salvo do julgamento se persistir na rebelião.
Ele então lamenta: " A quem falarei e admoestarei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão tapados, e não podem ouvir. Eis que a palavra do Senhor se tornou para eles um opróbrio; nela não têm prazer" (v. 10). A recusa do povo em ouvir ou encontrar alegria na mensagem de Deus significa uma cegueira espiritual mais profunda. Semelhante às advertências que Jesus deu sobre aqueles que têm ouvidos, mas não ouvem (Mateus 13:15), o povo de Deus nos dias de Jeremias se endureceu deliberadamente contra a verdade. As palavras do profeta ressaltam as consequências iminentes da indiferença.
Prosseguindo, Jeremias expressa a crescente tensão dentro de si, dizendo: " Mas eu estou cheio da ira do Senhor; estou cansado de contê-la. Derrama-a sobre as crianças na rua e sobre a reunião dos jovens; pois marido e mulher serão presos, idosos e muito idosos" (v. 11). Mesmo aqueles considerados inocentes pelos padrões sociais - crianças e idosos - não estarão imunes ao peso destrutivo do julgamento de Deus. Essa abrangência universal ressalta que toda a nação, atolada em transgressões impenitentes, está sob a justa ira de Deus.
Ele ainda declara: " Suas casas serão entregues a outros, assim como seus campos e suas mulheres juntamente; pois estenderei a minha mão contra os moradores desta terra", declara o Senhor (v. 12). Aqui, um quadro sombrio de perdas emerge, com invasores tomando tanto casas quanto terras. O caminho histórico levou à conquista babilônica em 586 a.C., que resultou na queda de Jerusalém e no exílio de muitos. Esse cumprimento destaca que as palavras de Jeremias previram com precisão o custo da rebelião persistente. Deus também proclamou tal punição em Deuteronômio entre as maldições por não cumprir a aliança:
"Você se casará com uma mulher, mas outro homem a violará; você construirá uma casa, mas não morará nela; você plantará uma vinha, mas não comerá do seu fruto."
(Deuteronômio 28:30)
Quando Deus observa o estado moral de Israel, Ele diz: " Pois desde o menor deles até o maior, todos são gananciosos, e desde o profeta até o sacerdote, todos praticam a falsidade" (v. 13). Esta é uma condenação abrangente de todos os níveis da sociedade, desde o povo comum até a elite religiosa. Assim como Jesus alertou contra a ganância e a hipocrisia (Marcos 12:38-40), Jeremias aponta que a liderança espiritual, destinada a guiar o povo à verdade, é ela própria comprometida e motivada por desejos egoístas.
Jeremias descreve as soluções paliativas oferecidas pelos líderes: " Eles curaram superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz, mas não há paz" (v. 14). Os líderes tentam tranquilizar o povo com falsas promessas e palavras vazias. No entanto, o pecado subjacente e a doença espiritual permanecem, ecoando como somente o verdadeiro arrependimento e a restauração podem trazer paz genuína. Séculos depois, Jesus ensinaria que somente Ele oferece paz real, em contraste com as garantias passageiras e vazias do mundo (João 14:27).
Por fim, o profeta revela o veredito de Deus: " Será que se envergonharam por causa da abominação que cometeram? Nem sequer se envergonharam; nem sequer souberam o que fazer. Por isso, cairão entre os que caem; no tempo em que eu os castigar, serão derrubados", diz o Senhor (v. 15). A incapacidade do povo de sentir vergonha sinaliza um coração completamente endurecido contra a consciência e a correção. Como resultado, eles cairão quando o julgamento chegar. Esta advertência solene ressalta que a falta de remorso pela transgressão é um passo certo para a ruína, um princípio refletido em toda a Escritura.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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