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The Blue Letter Bible
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Marcos 10:17-22 Explicação

No início de Marcos 10:17-22, vemos o cenário do encontro: Ao partir, um homem correu até ele, ajoelhou-se diante dele e perguntou-lhe: Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna? (v. 17). Nesse ponto do Evangelho de Marcos, Jesus está viajando pela região além do Jordão, em direção a Jerusalém. O curioso demonstra vividamente reverência correndo em direção a Jesus e ajoelhando-se, um ato de humildade que demonstra que ele o percebe como alguém com grande autoridade.

Este homem se dirige a Jesus com o título de " Bom Mestre ", sugerindo que reconhece alguma qualidade única em Jesus, mas talvez não compreenda a realidade completa de quem Jesus é. Afinal, Jesus, em um sentido mais amplo, não é apenas um bom mestre, mas também o Filho de Deus, o Bom Pastor (João 10:11), o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6), entre outros títulos. Sua pergunta sobre herdar a vida eterna revela um coração que deseja a certeza da salvação, mas está prestes a ser confrontado com questões mais profundas de compromisso e fé.

No contexto judaico da época de Jesus, esforçar-se para seguir a Lei Mosaica era visto como o caminho para a justiça, como Jesus também reconhecerá no versículo 19. No entanto, este homem deseja ter certeza absoluta. Ao ajoelhar-se diante de Jesus, ele demonstra seriedade. Mas, à medida que o relato se desenrola, Jesus gentilmente corrigirá suas percepções e o convidará a participar da missão transformadora do mundo, centrada na morte e ressurreição de Cristo.

A próxima declaração de Jesus segue: E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão Deus. (v. 18). Jesus responde dessa forma não para negar a Sua própria bondade, mas para possivelmente sondar a percepção do homem sobre quem Ele é. Se alguém realmente considera Jesus "bom" no sentido último, então essa pessoa está reconhecendo Jesus como o Filho de Deus. Como crentes, somos co-herdeiros com Jesus (irmãos e irmãs) e temos o direito de ser chamados filhos do Deus Altíssimo (Salmo 82:6, João 1:12, 10:33-38, Romanos 8:14, 17).

Em uma estrutura bíblica mais ampla, reconhecer as origens divinas de Cristo é fundamental para a compreensão da mensagem do Evangelho. Se o homem realmente reconhecesse que Jesus era o Messias, o escolhido prometido em todas as Escrituras Hebraicas, então seria capaz de perceber com clareza o que significava para Deus ser perfeitamente bom e a única fonte de salvação. Jesus o corteja mais profundamente, ecoando a verdade de que toda bondade vem de Deus, levando o homem a questionar por que ele se refere a Jesus dessa maneira.

Do ponto de vista histórico, a vida terrena de Jesus abrangeu o início do primeiro século. Durante esse período, Ele enfatizou continuamente que qualquer padrão moral, qualquer esperança de perfeição, origina-se na santidade de Deus. Consequentemente, Jesus traça aqui uma linha entre as definições humanas de "bom" e a verdadeira bondade que somente Deus possui, convidando o homem a abandonar a bajulação polida e a se aproximar da fé genuína.

Jesus continua Sua resposta: Você conhece os mandamentos: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não darás falso testemunho, não defraudarás, honra teu pai e tua mãe (v. 19). Ao se referir a esses mandamentos, Jesus destaca a estrutura moral dada por meio de Moisés. O homem, sendo um judeu observante, já estaria familiarizado com essas leis encontradas em Êxodo 20 e Deuteronômio 5.

A lista de mandamentos do Senhor também inclui "Não defraudarás", que é paralelo à proibição de cobiçar ou obter indevidamente os bens de outrem. Ao apresentar esses mandamentos, Jesus chama o homem a reconhecer que cumprir a Lei de Deus faz parte de uma vida justa, mas logo apontará que não é a fonte dela. Uma vida justa só pode vir por meio da fé (Romanos 10:5-8). Ao apontar para os mandamentos, Jesus prepara o cenário para revelar uma condição mais profunda. Essas leis são boas e santas (Romanos 7:12), mas não podem alcançar o tipo de transformação interior necessária para seguir Jesus de todo o coração. Esse trabalho mais profundo depende de viver a vida pela fé.

Ao ouvir esses mandamentos, o homem expressa sua confiança, dizendo: "E ele lhe disse: Mestre, tenho guardado todas essas coisas desde a minha juventude" (v. 20). Observamos sua sinceridade: pelos padrões judaicos, ele observava cuidadosamente a Torá desde cedo. Isso sugere que ele era diligente, devoto e genuinamente almejava viver em retidão.

Sua declaração destaca suas conquistas morais, mas também revela um anseio por algo mais. Se ele acreditasse que a adesão estrita à Lei satisfazia plenamente os requisitos de Deus, não estaria ainda perguntando sobre herdar a vida eterna. Sua pergunta revela uma sensação de incompletude - uma vaga consciência de que mesmo a obediência exterior pode deixar um vazio interior que só a vida pela fé pode preencher.

Ao longo do ministério de Jesus, indivíduos que se consideravam justos frequentemente encontravam uma palavra amorosa, porém desafiadora, de Jesus (Lucas 18:9-14). A declaração do homem sobre ter guardado a Lei pode indicar um nível de autoconfiança. Jesus logo o orientará a abandonar essa autoconfiança e, em vez disso, a abraçar a plena dependência da vontade de Deus.

Em seguida, Jesus responde com compaixão: Olhando para ele, Jesus sentiu-se afeiçoado a ele e disse-lhe: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me (v. 21). Aqui, o olhar de Jesus reflete profundo afeto e preocupação. O Senhor discerne que os bens deste homem podem ofuscar seu compromisso com Deus, então Jesus faz um convite com o objetivo de mudar o apego do seu coração, das riquezas terrenas para a herança espiritual.

A ordem de Jesus para vender os bens e distribuir aos pobres evoca ensinamentos como Mateus 6:19-21, onde acumular tesouros no céu tem prioridade sobre as riquezas terrenas. Esta não é uma ordem genérica para todos os crentes venderem tudo, mas um desafio direto a este homem, cuja riqueza o impedia de abraçar de todo o coração o Reino dos Céus. A promessa de tesouros celestiais fala de uma recompensa eterna que supera todas as riquezas terrenas.

Crucialmente, Jesus exorta o homem a segui-Lo. Este é um convite ao discipulado, a compartilhar a vida com Aquele que é a plena personificação da bondade perfeita de Deus. Jesus estende essa oferta a cada um de nós, convidando os seguidores a se desapegarem de tudo o que impede nossa devoção total. Tal transformação exige uma reorientação do coração que reconheça que o reino de Deus tem um valor muito maior do que o ganho material.

A reação do homem revela sua luta interna: Mas, ao ouvir estas palavras, ele se entristeceu e retirou-se triste, pois era dono de muitas propriedades (v. 22). Sua decisão de partir, com tristeza, ressalta o poder que suas riquezas terrenas tinham sobre sua vida. Apesar de seu desejo genuíno de alcançar a vida eterna, ele não conseguia abrir mão de seu conforto e segurança.

Neste incidente, vemos a tragédia de um homem confrontado com uma oportunidade extraordinária de seguir Jesus e participar do cumprimento das promessas proféticas de Israel, mas o peso dos bens diminuiu sua disposição de responder. Embora devoto, os apegos terrenos do homem o impediram de abraçar as riquezas eternas que Jesus oferecia.

Em última análise, a triste partida nos lembra que a devoção indiferente a Deus nos deixa em conflito e insatisfeitos. O chamado de Jesus é radical e exige o abandono de tudo o mais quando essas coisas se tornam barreiras à fé. O verdadeiro discipulado exige confiar plenamente na provisão de Deus, reconhecendo que a vida com Cristo supera em muito qualquer conforto passageiro.

 

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