The Bible Says
Apocalipse 9:1-6 Explicação

Apocalipse 9:1-6 mostra como a humanidade agora sofrerá diretamente um novo julgamento lançado sobre a Terra. No capítulo 8, as quatro primeiras das sete trombetas foram soadas, o que resultou na destruição da Terra: das árvores, do mar e do céu. No final do capítulo 8, uma águia apareceu e proclamou três ais:

"Olhei e ouvi uma águia que voava pelo meio do céu, dizendo com uma grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes da trombeta dos três anjos, que ainda têm de tocar!”
(Apocalipse 8:13)

Esses três "ais" representam os três últimos julgamentos de trombeta. Os quatro primeiros toques de trombeta já resultaram em muita destruição na Terra, mas a águia anuncia que uma destruição ainda maior está por vir. Enquanto os quatro primeiros foram direcionados à Terra, os três últimos serão direcionados particularmente às pessoas. Veremos ao longo do texto que Deus está no trono e no controle. Ele autorizou tudo o que acontecerá. Isso significa que, embora exista dor agora, Ele finalmente triunfará e tudo será corrigido. Esses julgamentos são o prelúdio da restauração da Terra:

O quinto anjo tocou a trombeta. Vi uma estrela caída do céu na terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ele abriu o poço do abismo; do poço subiu um fumo como o fumo duma grande fornalha, e o sol e o ar escureceram-se com o fumo do poço (v. 1-2).

Já vimos que “caiu do céu uma grande estrela, ardendo como [uma tocha]” ao som da terceira trombeta (Apocalipse 8:10). Quando considerado em contexto com Apocalipse 12, isso sugere que a estrela caída pode ser uma entidade demoníaca expulsa do céu. Nos versículos 1-2, a estrela é certamente um ser angelical, pois ele abre o poço do abismo. A estrela era originalmente alguém que era do céu, mas caiu na terra. Isso indicaria que se trata de um anjo caído.

Agora João vê esta estrela do céu que havia caído na Terra. Esta estrela é um ser porque lhe foi dada a chave do poço do abismo. E quando este ser abriu o poço do abismo, saiu fumaça dela e cobriu tudo. A fumaça pode indicar uma presença onipresente que cobrirá a Terra.

O abismo pode ser traduzido mais literalmente como "poço do abismo". Em Lucas 8, Jesus repreende uma horda de demônios que possuíam um homem, e os demônios "suplicaram que não os mandasse ir para o abismo" (Lucas 8:31). Novamente, em Judas, vemos "que os anjos que não guardaram o seu principado, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele os tem reservado, com cadeias eternas em trevas, para o juízo do grande Dia" (Judas 1:6). 2 Pedro 2:4 também fala de anjos a quem Deus "os entregou aos abismos de escuridão, para serem reservados para o juízo". 

Portanto, sabemos por esses versículos que demônios podem ser enviados ao abismo e que há um lugar na escuridão onde os anjos que ultrapassaram seus limites são confinados para aguardar o julgamento. Este poderia ser o poço sem fundo que agora está sendo aberto. O fato de o anjo (estrela) que caiu na Terra receber a chave para destrancar o poço sem fundo pode inferir que se trata de um demônio sendo autorizado a libertar seus companheiros demônios do poço sem fundo. O que sai do poço é horrível:

Do fumo saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder, como têm poder os escorpiões da terra. Foi-lhes ordenado que não fizessem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma, mas somente àqueles homens que não têm o selo de Deus nas suas testas. (v. 3-4).

Embora esses gafanhotos estejam saindo do abismo, eles ainda estão sob a autoridade de Deus, pois há certas coisas que eles não têm permissão de fazer.

A destruição anunciada pela primeira trombeta teve como alvo a terra e as árvores, um terço das quais foram queimadas no fogo, juntamente com toda a vegetação (Apocalipse 8:7). Mas agora os gafanhotos foram instruídos a não fazerem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma, mas a direcionar seu ataque contra os homens que Deus não havia marcado para proteção.

No Capítulo 7, os 144.000 de cada tribo de Israel receberam o selo de Deus na testa, o que é especialmente importante agora, pois lhes confere proteção especial contra os gafanhotos. Sabemos com certeza sobre a segurança dos 144.000 que foram selados, mas é provável que muitas outras testemunhas fiéis também tenham sido seladas.

O fato de essas (aparentes) entidades demoníacas serem descritas como gafanhotos pode indicar sua grande quantidade, visto que os gafanhotos voavam em enxames e desciam sobre uma área como um vasto exército, dizimando as plantações. Afirma-se que essas forças demoníacas receberam poder. Novamente, Deus está no controle, autorizando todos os eventos. O poder especial que lhes foi concedido era semelhante ao poder que os escorpiões da Terra têm. Os escorpiões têm o poder de picar e causar dor física aos humanos:

Foi-lhes permitido não que os matassem, mas somente que os atormentassem cinco meses; e o seu tormento era como o tormento do escorpião, quando fere ao homem (v. 5).

Assim como a picada de um escorpião é dolorosa, mas não mortal, o mesmo acontecerá com o tormento dessas entidades demoníacas. O tormento será severo, mas os gafanhotos não tinham permissão para matar ninguém. No entanto, a dor que infligem é tão intensa que as pessoas desejam morrer:

Naqueles dias, os homens procurarão a morte e não a acharão; desejarão morrer, mas a morte foge deles (v. 6).

Novamente, embora essas entidades demoníacas tenham poder, sua autoridade para exercê-lo é limitada. Elas têm limites específicos, não lhes sendo permitido matar ninguém. A ironia disso é que, embora os seres demoníacos não tenham permissão para matar, aqueles a quem atormentam desejam morrer, mas a morte foge deles. Isso pode indicar que, de alguma forma, Deus preserva sobrenaturalmente a vida das pessoas que estão sendo julgadas e que prefeririam a morte.

Para os crentes em Jesus, a morte física traz libertação do sofrimento. Mas com esta quinta trombeta há dor sem morte; não há libertação do sofrimento. Haverá dor e tormento dos gafanhotos, como o tormento de um escorpião quando pica um homem. Mas não haverá alívio do tormento, nem mesmo o alívio da morte.