KJV

KJV

Click to Change

Return to Top

Return to Top

Printer Icon

Print

Prior Book Prior Section Back to Commentaries Author Bio & Contents Next Section Next Book
Cite Print
The Blue Letter Bible
Aa

The Bible Says
Zacarias 8:18-23 Explicação

Em Zacarias 8:14-17, o Deus Soberano prometeu restaurar a sorte do povo de Judá. Mas Ele espera que eles pratiquem a verdadeira justiça na comunidade e se abstenham de práticas malignas e desonestas, como planejar maldades contra seus vizinhos e fazer juramentos falsos (vv. 14-17). Em Zacarias 8:18-23, Ele continuou com o tema da restauração e disse ao povo o que faria assim que eles colocassem suas prioridades em ordem. O profeta Zacarias introduziu a revelação divina com a declaração: "Então a palavra do Senhor dos Exércitos veio a mim" (v. 18).

O termo hebraico para “palavra” é "dābhār". É a mesma palavra usada para "coisa, evento ou matéria" (Provérbios 11:13; 17:91 Reis 14:19). Isso explica por que Amós e Isaías disseram “ver” as palavras ao se referirem a objetos ou eventos (Amós 1:1; Isaías 2:1). Assim, a palavra é uma mensagem que requer uma resposta prática de seu(s) destinatário(s) por se tratar de uma situação ou de um evento. É importante porque a palavra vinha do Senhor.

O termo hebraico “Jeová” é "Javé", o nome da aliança de Deus. Esse nome fala do caráter de Deus e de Seu relacionamento com Seu povo da aliança (Êxodo 3:14, 34:6). Usando o nome de Deus, Zacarias diz afirma a seu público não ser o autor da mensagem. Em vez disso, a palavra era proveniente de Deus, o Governante ou Mestre de Judá. Ele era o Senhor dos Exércitos.

O termo traduzido como “exércitos” é "Sabaoth", em hebraico, referindo-se aos exércitos do céu. Assim, a frase significa que o Deus Todo-poderoso lidera Seus exércitos para lutar por Seu povo e derrotar a Seus oponentes. Em Zacarias, isso significava que o SENHOR tinha todo o poder e autoridade sobre os assuntos humanos.

A palavra de Jeová dos Exércitos veio a Zacarias, significando que Deus havia revelado Sua vontade ao profeta (1 Reis 6:11; 16:1; Zacarias 1:1). Como todos os profetas de Deus, Zacarias havia recebido um chamado particular para entender o que Deus lhe comunicava, vivê-lo e anunciá-lo aos outros; neste caso, à comunidade pós-exílica de Judá.

O profeta obedeceu à voz do Senhor. Depois de receber a revelação divina, ele introduz a fórmula profética “Assim diz Jeová dos Exércitos” para afirmar a seu público que ele era apenas o mensageiro ou embaixador de Deus. Ao fazê-lo, ele acrescentava peso e credibilidade à sua mensagem, preparando as mentes dos exilados de Judá para ouvirem atentamente.

A mensagem divina começa aqui, onde o SENHOR declara: “O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em gozo, e em alegria, e em festas alegres” (v. 19). Essa declaração nos mostra que o povo de Judá estava jejuando durante aquele período. Porém, para que servia o jejum? Zacarias 7 nos diz que os jejuns eram realizados por Judá durante seu cativeiro na Babilônia visando lamentar seu exílio. A declaração de Deus aqui é que, no futuro, o exílio de Judá se transformaria em alegria.

O jejum é a abstenção deliberada e temporária de alimentos, neste caso para fins religiosos. Muitas vezes ele ocorre no contexto do luto. É um meio de tirar nossos olhos das coisas deste mundo para nos concentrarmos em Deus completamente. O jejum envolve fazer petições a Deus e buscar orientação e sabedoria, antes de decidir sobre certos assuntos (Atos 13:2, 14:23). Nesse sentido, é um processo que nos leva à purificação (Salmo 69:10).

O povo de Judá jejuou várias vezes ao longo do ano para recordar vários eventos em torno da queda de Jerusalém. O jejum do quarto mês relembrou a captura de Jerusalém por Nabucodonosor (2 Reis 25:3-4). O jejum realizado durante o quinto mês provavelmente lamentou a queda de Jerusalém (incluindo a destruição do templo de Salomão) diante dos babilônicos em 586 a.C. (2 Reis 25:8; Zacarias 7:5). O jejum do sétimo mês provavelmente relembrou e lamentou o assassinato do governador da Judéia chamado Gedalias, a quem os babilônicos haviam nomeado após a queda de Jerusalém (2 Reis 25:25; Jeremias 41:1-3Zacarias 7:5). Finalmente, o jejum do décimo mês provavelmente lamentou o cerco inicial da cidade de Jerusalém (2 Reis 25:1-2).

Os judeus haviam consagrado os eventos acima por cerca de setenta anos para expressar sua tristeza durante o exílio e logo após retornarem à sua terra natal, após os setenta anos prescritos de exílio (Zacarias 7:5-7; Jeremias 25:11-12, 29:10). Porém, nesta passagem, eles ouvem que Deus transformaria aqueles eventos dolorosos em períodos de alegria e regozijo.

O SENHOR instrui o povo de Judá a amar a verdade e a paz (v. 19). Este poderia ser um meio pelo qual o tempo da bênção chegaria. Na aliança/tratado de Deus com Israel, Ele deixara claro que se o povo amasse a Deus e uns aos outros, eles teriam imensas bênçãos (Deuteronômio 28:1-14). Amar a verdade significa amar os caminhos de Deus que nos levam a amar e servir ao próximo. Uma sociedade assim floresce naturalmente; porém, Deus também promete acrescentar bênçãos divinas.

A ideia do amor pode ter inúmeras aplicações. Quando somos ordenados a amar uns aos outros, a palavra amor refere-se a fazermos a escolha de agir de uma maneira que agrade a Deus, tomando ações que sejam do melhor interesse dos outros (1 Coríntios 4-7). O profeta Amós instrui seu público a "odiar o mal, amar o bem e estabelecer a justiça às portas", indicando que o povo fora instruído a fazer escolhas que beneficiassem os outros, amando ao próximo como a si mesmo, como a lei exigia (Levítico 19:18; Amós 5:15). Da mesma forma, o SENHOR, por meio de Zacarias, ordena que Seu povo amasse a verdade e a paz.

O termo hebraico para “verdade” é "ʾemet", significando honestidade e factualidade e referindo-se a uma situação genuína em oposição a uma situação falsa (Deuteronômio 13:14; 17:4). A palavra se concentra na precisão factual (1 Reis 10:6). Quando alguém fala a verdade, as pessoas podem ter confiança no que a pessoa diz. A confiança mútua é o alicerce de uma economia próspera. A confiança gera uma livre troca de benefícios. Por outro lado, se alguém fala mentiras, isso leva as pessoas à desconfiança, o que faz com que elas se separem (morte). É por isso que Deus exorta os judeus a amar a verdade. Eles também deviam amar a paz.

O termo hebraico para “paz” é "shalom". A idéia de "shalom" fala de uma integridade holística entre todas as coisas de acordo com os bons desígnios de Deus. Nesta passagem, ela ocorre em conjunto com a verdade, descrevendo um ambiente social onde todos se sintam seguros, ou seja, uma sociedade autônoma e harmoniosa, em que todos zelem pelo bem-estar de seus vizinhos. Tal sociedade naturalmente florescerá.

O profeta descreve, ainda, o futuro dos judeus após sua renovação. Ele introduz a declaração “assim diz Jeová dos Exércitos” para confirmar a fonte divina de sua mensagem e para permitir que Deus falasse diretamente a Seu povo. Assim, Deus afirma: “Ainda sucederá que virão povos e os habitantes de muitas cidades (v. 20). Quando os judeus experimentassem as bênçãos renovadas de Deus, pessoas de muitas cidades viriam até eles. Os habitantes daquelas cidades encorajariam-se uns aos outros e diriam: “Vamos apressadamente para suplicar o favor de Jeová e para buscar a Jeová dos Exércitos (v. 21).

Esta declaração pode se referir ao tempo profetizado pelo profeta Ezequiel, quando um novo templo seria construído em Israel e as águas do Mar Morto se tornariam saudáveis (Ezequiel 40-47). Este também pode ser o tempo em que o Reino Messiânico seria estabelecido depois de Jesus retornar à terra (Apocalipse 20:4-6). Apocalipse 20 indica que Jerusalém será o centro e a sede do governo para todas as nações, que se rebelarão no final dos mil anos, quando Satanás for liberto de sua prisão (Apocalipse 20:7-9).

Há muitas passagens no Antigo Testamento que falam do Reino Messiânico e descrevem um período em que as nações não mais estarão em guerra e toda a terra buscará ao Deus de Israel em Jerusalém, onde Jesus reinará por mil anos. Durante esse tempo, Isaías e Miquéias afirmam que os gentios de toda a terra afluiriam a Jerusalém para buscar a Deus:

Sucederá, nos dias vindouros, que o monte da Casa de Jeová será estabelecido no cume dos montes e será exaltado sobre os outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte de Jeová, à Casa do Deus de Jacó; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e andaremos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra de Jeová (Isaías 2:2-3).

Além disso, mais adiante, veremos no capítulo 14 que Deus exigirá que cada nação envie uma delegação a Jerusalém durante a Festa das Cabanas, também conhecida como Festa dos Tabernáculos.

Todos os que restaram de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei, Jeová dos Exércitos e para celebrarem a Festa dos Tabernáculos. Se qualquer das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o Rei, Jeová dos Exércitos, não cairá sobre eles a chuva (Zacarias 14:16-17).

A expressão “adorar o Rei” significa literalmente buscar ao SENHOR ou pedir-Lhe a concessão de uma petição (Êxodo 32:11; 1 Reis 13:6). No capítulo anterior, uma delegação de exilados que haviam retornado de Betel perguntara ao SENHOR se deveriam continuar a jejuar anualmente para relembrar e lamentar a devastação do templo (Zacarias 7:2).

Aqui, lemos que povos de muitas cidades buscariam ao Senhor dos Exércitos. Tantos homens quanto nações poderosas viriam buscar ao Senhor dos exércitos em Jerusalém e pedir Seu favor (v. 22). Isso indicava que as muitas cidades repletas de pessoas que viriam a Jerusalém incluíam as cidades das nações gentias.

Aqueles que planejavam viajar para Jerusalém encorajariam outras pessoas a se juntarem a eles. Ao final de sua peregrinação, eles adorariam a Deus no santuário e pediriam Seu favor e bênçãos. Isso indicava que Jerusalém seria o centro da adoração para todos os povos. Isso se encaixa com o período de mil anos profetizado em Apocalipse, quando Jesus e Seu povo reinarão na terra e Satanás será aprisionado (Apocalipse 20:4-9).

Zacarias introduz novamente a fórmula profética “assim diz Jeová dos Exércitos” para confirmar a fonte divina de sua mensagem. Então, ele diz: “Naqueles dias, pegarão dez homens de todas as línguas das nações, sim, pegarão da orla do vestido daquele que é judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus é convosco" (v. 23).

A expressão “naqueles dias” refere-se ao tempo em que Deus restauraria a sorte de Seu povo. O número “dez” é frequentemente usado para expressar completude, como no exemplo em que Deus diz a Israel que eles O haviam testado "dez vezes" (Números 14:22). Aqui em Zacarias, o número representa a totalidade da humanidade (Gênesis 31:7). A frase “de todas as nações” significa literalmente "de todas as línguas das nações".

O fato de os estrangeiros pegarem nas vestes de um judeu significava que as nações reconheceriam o relacionamento único do povo de Judá com o Senhor. Nesta era, Jerusalém será o centro da vida na terra e a nação de Israel também terá um lugar especial. Isso parece se encaixar com o que irá ocorrer durante o reinado de mil anos de Cristo (Apocalipse 20:4-9).

Em suma, muitos gentios, com diferentes origens étnicas e falando línguas diferentes, viajariam a Sião para adorar ao Senhor juntamente com o povo de Judá. Assim, o cumprimento dessa profecia reverteria os efeitos negativos da torre de Babel, quando Deus espalhou as nações (Gênesis 11:1-9).

Em Zacarias, o SENHOR encoraja Seu povo da aliança dizendo-lhes que transformaria seus jejuns em festas alegres. Nesse tempo, muitas nações subirão a Jerusalém para buscar ao SENHOR e pedir Seu favor, porque perceberão que Ele habita entre Seu povo. Muitas profecias falam desta era na qual o Messias governará no trono de Davi e muitas das promessas feitas a Israel serão cumpridas, incluindo:

  • A extensão total das fronteiras prometidas a Israel será estabelecida pela primeira vez, desde o rio Nilo até o rio Eufrates (Gênesis 15:18).
  • O reinado de um filho de Davi (Jesus) no trono, restaurando a monarquia (2 Samuel 7:12-13).
  • O cumprimento das muitas previsões messiânicas proféticas para um monarca, conforme indicado em Zacarias 14:16-17.
  • O cumprimento das profecias sobre a restauração de Israel, que vai muito além de qualquer coisa que tenhamos experimentado até hoje, onde:
    • A morte ainda existirá, mas se tornará rara (Isaías 65:20)
    • A natureza será restaurada; lobos e cordeiros não estarão mais em inimizade (Isaías 65:25)
    • Não haverá mais guerra na terra (Isaías 2:1-4)
    • As águas do Mar Morto serão curadas (Ezequiel 47:8-9)
    • O templo de Ezequiel será construído e será a fonte de um rio que flui para o Mar Morto, que curará suas águas (Ezequiel 40-47)

Essas promessas provavelmente fossem o que os discípulos de Jesus tinham em mente ao perguntarem: "Senhor, é agora, porventura, que restabeleces o reino a Israel?" (Atos 1:6). A resposta de Jesus infere fortemente que todas essas coisas de fato ocorrerão, porque Jesus responde: "A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade" (Atos 1:7).

Zacarias 8:14-17 Explicação ← Prior Section
Zacarias 9:1-8 Explicação Next Section →
Ageu 1:1 Explicação ← Prior Book
Malaquias 1:1-5 Explicação Next Book →
BLB Searches
Search the Bible
KJV
 [?]

Advanced Options

Other Searches

Multi-Verse Retrieval
KJV

Daily Devotionals

Blue Letter Bible offers several daily devotional readings in order to help you refocus on Christ and the Gospel of His peace and righteousness.

Daily Bible Reading Plans

Recognizing the value of consistent reflection upon the Word of God in order to refocus one's mind and heart upon Christ and His Gospel of peace, we provide several reading plans designed to cover the entire Bible in a year.

One-Year Plans

Two-Year Plan

CONTENT DISCLAIMER:

The Blue Letter Bible ministry and the BLB Institute hold to the historical, conservative Christian faith, which includes a firm belief in the inerrancy of Scripture. Since the text and audio content provided by BLB represent a range of evangelical traditions, all of the ideas and principles conveyed in the resource materials are not necessarily affirmed, in total, by this ministry.