
Nos dias de Artaxerxes, Bislão, Mitredate, Tabeel e os demais colegas escreveram a Artaxerxes, rei da Pérsia; e o texto da carta foi escrito em aramaico e traduzido do aramaico (v. 7). Esdras 4:7-10 prepara o cenário para a correspondência que visa interromper os esforços de reconstrução em Jerusalém. Artaxerxes, aqui, é o governante persa que reinou aproximadamente de 465 a 424 a.C., supervisionando um vasto império que se estendia por múltiplas regiões. Ao destacar o uso do aramaico (uma língua semética relacionada ao hebraico), a passagem destaca a linguagem administrativa do império, indicando uma abordagem formal e burocrática para contestar a obra judaica no templo e nas muralhas da cidade.
A menção a Bislã, Mitredate e Tabeel sugere importantes autoridades locais ou influenciadores que se opuseram ao retorno dos exilados. Sua agenda parece motivada pelo medo de que uma Jerusalém restabelecida pudesse desafiar as dinâmicas de poder regionais. Seguindo a narrativa mais ampla de Esdras, esses oponentes estavam determinados a usar todos os canais disponíveis para atrasar ou reverter os planos divinos para o povo escolhido de Deus (veja exemplos de oposição em Neemias 4 para contexto relacionado).
De uma perspectiva espiritual, a estratégia de escrever cartas ecoa o tema consistente da obra de Deus enfrentando oposição. No contexto mais amplo da Bíblia, os crentes são lembrados de que a oposição não nega a soberania de Deus (João 16:33). Os exilados confiaram na fé e na paciência, confiando que as promessas do Senhor prevaleceriam apesar das manobras administrativas contra eles.
Em seguida, Reum, o comandante, e Sinsai, o escriba, escreveram uma carta contra Jerusalém ao rei Artaxerxes, como se segue (v. 8). Reum, como comandante, teria ocupado um papel militar ou administrativo significativo, enquanto as funções de Sinsai como escriba o tornaram hábil na redação de comunicações oficiais. Ambos exerceram seus cargos para minar o trabalho de reconstrução de Jerusalém, sinalizando que a hostilidade vinha não apenas de alguns indivíduos, mas também daqueles que detinham autoridade governamental.
Essa resistência à restauração de Jerusalém frequentemente emergia de tensões de longa data e do medo de perder o controle. A posição oficial de Reum e Sinsai demonstra como o poder político era mobilizado contra a comunidade judaica. Envolvimentos políticos, especialmente envolvendo grandes impérios como a Pérsia, podiam influenciar fortemente os assuntos locais, moldando as ações dos líderes locais para garantir que permanecessem nas graças do rei.
No contexto bíblico mais amplo, as autoridades locais às vezes tentavam frustrar os planos de Deus, mas esses obstáculos serviam para confirmar que a restauração do povo de Deus dependia do poder divino e não do favor humano (Romanos 8:31). Esses versículos lembram aos crentes que, em tempos de adversidade, a fidelidade ao propósito de Deus deve permanecer firme.
O registro continua com os nomes de Reum, o comandante, e Sinsai, o escriba, e o restante de seus colegas, os juízes e os governadores menores, os oficiais, os secretários, os homens de Ereque, os babilônios, os homens de Susa, isto é, os elamitas (v. 9). Esses nomes e papéis revelam tanto a ampla coalizão quanto as diversas regiões dispostas contra Jerusalém. Ereque era uma cidade antiga na Mesopotâmia, a Babilônia era um grande reino centralizado entre os rios Tigre e Eufrates, e Susa ficava no sudoeste do Irã, ilustrando o alcance imperial da Pérsia.
A participação de tantos grupos demonstra um esforço conjunto em diferentes esferas culturais e políticas. A passagem também se refere aos elamitas, cuja terra natal ficava na região de Elão, perto do sudoeste do Irã. Juntos, esses detalhes descrevem um formidável grupo de oponentes reunidos com um único propósito: impedir a reconstrução dos exilados judeus.
Essa ampla coalizão ressalta a severidade da pressão exercida sobre o povo de Deus. No entanto, em toda a Escritura, mesmo a oposição generalizada não consegue resistir ao cumprimento das promessas divinas (Mateus 16:18). A prosperidade de Jerusalém não era meramente uma disputa local, mas parte do plano redentor de Deus para a história.
Finalmente, e o restante das nações que o grande e honrado Osnapar deportou e estabeleceu na cidade de Samaria, e no restante da região além do Rio. E agora (v. 10) deixa claro que aqueles que haviam sido colocados em Samaria e arredores por Osnapar - geralmente associados a Assurbanipal, o rei assírio que governou de cerca de 669 a 627 a.C. - também estavam alinhados contra a restauração. Samaria, situada ao norte de Jerusalém, estava historicamente entrelaçada com Israel, mas desenvolveu seus próprios padrões religiosos e culturais distintos após as conquistas assírias.
Esses povos deportados foram transplantados para a terra, criando lealdades cultivadas ao império em vez de à tradição ancestral. Seus descendentes foram chamados de "samaritanos". Sua oposição constitui o contexto imediato para as acusações contra a comunidade judaica. Também destaca como a política de realocações forçadas levou a complexidades que impactaram os vizinhos de Israel por gerações.
Numa perspectiva bíblica mais ampla, a presença desses diversos grupos étnicos em Samaria prenuncia tensões ainda sentidas na era do Novo Testamento (João 4:9). Mesmo assim, o Senhor continua a operar entre todas as nações, mostrando que o plano redentor de Deus transcende as fronteiras e políticas humanas.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
The Blue Letter Bible ministry and the BLB Institute hold to the historical, conservative Christian faith, which includes a firm belief in the inerrancy of Scripture. Since the text and audio content provided by BLB represent a range of evangelical traditions, all of the ideas and principles conveyed in the resource materials are not necessarily affirmed, in total, by this ministry.
Loading
Loading
| Interlinear |
| Bibles |
| Cross-Refs |
| Commentaries |
| Dictionaries |
| Miscellaneous |