
Naquela época, Tatenai, o governador da província além do Rio, e Setar-Bozenai e seus companheiros vieram até eles e lhes disseram: "Quem emitiu um decreto para reconstruir este templo e terminar esta estrutura?" (v. 3), vemos um desafio imediato ao trabalho do povo judeu em Jerusalém. Tatenai serviu como oficial regional sob o Império Persa, supervisionando especificamente os territórios a oeste do Rio Eufrates, frequentemente chamados de província Além do Rio. Essa vasta região incluía Judá, onde o remanescente dos exilados retornados buscava reconstruir a casa de Deus. Por volta de 520 a.C., Tatenai confrontou esses construtores para exigir provas legais de seus esforços de reconstrução, indicando o quão rigorosamente as autoridades persas supervisionavam seus domínios.
A menção deste templo (v. 3) aponta unicamente para o local sagrado em Jerusalém, que havia sido destruído anteriormente pelos babilônios em 586 a.C. Nessa época da história, os judeus haviam sido autorizados a retornar do exílio e reconstruir sua terra natal por decreto do rei Ciro (por volta de 539 a.C.), mas a lembrança desse decreto havia desaparecido entre os oficiais persas. A pergunta de Tatenai, " Quem emitiu um decreto para vocês?" (v. 3), ressalta a burocracia enfrentada pelos exilados que retornavam. Eles precisavam provar sua autoridade para reconstruir, apontando para o favor que Deus lhes havia concedido originalmente por meio de Ciro.
É significativo que Tatenai os tenha abordado pessoalmente e precisado de mais explicações. Seu papel de liderança demonstra que o Império Persa, sob o rei Dario (que reinou aproximadamente de 522 a 486 a.C.), se esforçava para manter a ordem em seus territórios. A tensão no texto prenuncia que os exilados voltariam a confiar na proteção de Deus e no edito real original para continuar sua obra, o que ecoa o princípio bíblico de que o Senhor opera soberanamente por meio de autoridades terrenas para realizar Sua vontade (ver Romanos 13:1).
Passando para o versículo seguinte, quando lhes dissemos os nomes dos homens que estavam reconstruindo o edifício (v. 4), testemunhamos os judeus respondendo diretamente a Tatenai e seus associados. Em vez de esconder suas identidades ou interromper a tarefa, eles corajosamente apresentaram os indivíduos que lideravam esse projeto crucial de restauração. Esse momento ilustra a determinação e a transparência dos construtores, que não se envergonhavam nem mantinham segredo sobre seus esforços para honrar o Senhor.
A franqueza na declaração dos nomes dos homens (v. 4) também demonstra que os trabalhadores se sentiam protegidos pela autoridade do decreto anterior do Rei Ciro. Em vez de encarar a investigação de Tatenai como uma ameaça, eles a perceberam como uma oportunidade para esclarecer as coisas e esclarecer os fatos. Sua confiança, em última análise, repousava nas promessas de Deus de restaurar Seu povo à sua terra e estabelecer Seu templo novamente.
Durante esse período da história pós-exílica, líderes como Zorobabel e Jesua assumiram papéis de destaque, e muitos trabalhadores fiéis se juntaram a eles na reconstrução do templo. Sua disposição em fornecer nomes pode ser vista como um ato de fé, emblemático da confiança que depositavam na aliança que Deus havia feito com Abraão e seus descendentes, e antecipando a redenção mais plena mencionada pelos profetas (ver Jeremias 33:7-9).
Por fim, lemos que o olhar de Deus estava sobre os anciãos dos judeus, e eles não os impediram até que um relatório chegasse a Dario, e então uma resposta por escrito fosse enviada a respeito (v. 5). Este versículo fala poderosamente da supervisão protetora de Deus. A expressão "o olhar de Deus" ressalta uma orientação e cuidado especiais, garantindo que a obra do templo continuasse sem interrupção, apesar do escrutínio governamental. Os anciãos permaneceram firmes, descansando na promessa de Deus de estar com eles enquanto trabalhavam para a Sua glória.
Essa cobertura divina permitiu que os construtores continuassem até que uma resposta oficial chegasse do rei Dario. Graças à providencial vigilância de Deus, nenhum oficial terreno pôde pôr fim ao que Deus havia decretado por meio de Ciro. Em circunstâncias desafiadoras, o povo de Deus historicamente encontrou conforto na certeza de que o Senhor vê e aprova seu serviço obediente (ver Salmo 33:18).
A nota sobre uma resposta escrita (v. 5) indica que o assunto passaria por canais administrativos formais. Os líderes judeus não eram rebeldes buscando minar a autoridade persa; em vez disso, honravam a governança adequada enquanto persistiam na construção do reino de Deus. Este princípio de respeitar a autoridade legítima e, ao mesmo tempo, permanecer fiel ao Senhor ressoa em toda a Escritura, ilustrando como os crentes podem viver em paz sob a liderança civil e, ao mesmo tempo, seguir o chamado superior de Deus (ver Atos 5:29).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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