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The Blue Letter Bible
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Esdras 5:6-17 Explicação

O relatório de Tatenai começa com um cabeçalho formal: "Esta é a cópia da carta" (v. 6). A prática administrativa persa valorizava registros escritos e transcrições exatas; Esdras preserva isso como uma "cópia", destacando a postura legal do que se segue. Os oficiais nomeados - "Tatanai, o governador da província além do Rio, e Setar-Bozenai e seus colegas" (v. 6) - serviram na satrapia frequentemente chamada de Eber-Nari ("Além do Rio"), as terras a oeste do Eufrates que incluíam Síria, Fenícia, Samaria e Judá. Isso prepara o cenário: a reconstrução em Jerusalém chamou a atenção das autoridades imperiais.

A expressão "governador da província além do Rio" (v. 6) situa Tatenai na hierarquia imperial persa sob Dario I Histaspes (522-486 a.C.). Dario consolidou o império com satrapias e nomeou governadores (frequentemente chamados de peḥah em aramaico/hebraico). Seu reinado sucedeu a Ciro II (559-530 a.C.) e Cambises II (530-522 a.C.). Ao situar Tatenai aqui, o texto sinaliza que o trabalho do Templo em Jerusalém não é apenas uma questão judaica, mas também faz parte da burocracia internacional.

A carta é endereçada “ao rei Dario” (v. 6). O título honorífico ressalta que o destino do projeto do Templo dependerá de decreto imperial. O público de Esdras fica sabendo que o projeto de restauração está sendo julgado no mais alto nível - um eco da convicção dos exilados de que os propósitos de Deus avançam mesmo através dos canais dos impérios mundiais (Provérbios 21:1).

A saudação diz: “Ao rei Dario, toda a paz” (v. 7). A fórmula padrão de cortesia do Oriente Próximo, “ toda a paz ”, transmite intenção leal. Essa postura diplomática é importante. O povo de Deus não está promovendo o Templo por meio de rebelião, mas por meios pacíficos (Jeremias 29:7). A inclusão do estilo exato da corte por Esdras também sinaliza credibilidade; ele está apresentando uma história com qualidade de arquivo a serviço da restauração da aliança.

No nível literário, o prefácio polido aumenta o suspense. O leitor se pergunta: será esta mais uma carta hostil, como a oposição anterior em Esdras 4? Ou o inquérito do governador deixará espaço para a alegação judaica de que um decreto real anterior de Ciro autoriza a reconstrução do Templo?

O resumo da inspeção é notavelmente respeitoso: “Fomos à província de Judá, à casa do grande Deus” (v. 8). A expressão “o grande Deus” proferida pelos oficiais persas demonstra que a conduta dos construtores conquistou certa reverência (Daniel 6:26; Jonas 1:9 - reconhecimento gentio do Deus de Israel). Tatenai descreve “pedras enormes” e “madeira assentada nas paredes” (v. 8), sugerindo progresso e qualidade substanciais.

Ele acrescenta que “a obra prossegue com grande cuidado e prospera em suas mãos” (v. 8). Administrativamente, isso indica ao rei que há um impulso; teologicamente, sugere providência. O sucesso segue a palavra profética de Ageu e Zacarias (ver Esdras 5:1; Ageu 1-2; Zacarias 4:6-10), que despertaram o povo após anos de desânimo. O que o olhar do governador relata como “cuidado” e “sucesso”, o profeta chama de capacitação do Espírito.

Geograficamente, Judá situa o projeto na região montanhosa central, com Jerusalém situada a cerca de 760 metros acima do nível do mar, na serra entre os vales do Cedrom e de Hinom. A topografia tornava a extração e o transporte de "pedras enormes" árduos, destacando a determinação dos construtores e o favor de Deus em meio à oposição.

Tatenai relata sua indagação: “Quem vos emitiu um decreto para reconstruir este templo e terminar esta estrutura?” (v. 9). Os dois verbos - reconstruir e terminar - enquadram a questão jurídica. Reconstruir pode ser tolerado; terminar implica permanência e um centro religioso em pleno funcionamento em Jerusalém, o que pode ser politicamente sensível.

Ao solicitar o decreto, Tatenai sinaliza um compromisso com a lei persa. Ele não é encarregado de especular, mas de verificar a autorização de Ciro. Um tema central no livro de Esdras é: Deus pode canalizar a legalidade imperial (política) para promover Seu plano redentor (Isaías 45:1).

COMEÇAR AQUI: A disposição dos construtores em responder (como veremos) demonstra que eles não são subversivos. Eles apelam aos próprios arquivos do império para se justificarem. A fé busca a verdade e a luz, não o segredo - um ethos que se alinha com o chamado do Novo Testamento para "fazer o que é honroso aos olhos de todos" (Romanos 12:17).

Os oficiais também pediram nomes: “para que escrevêssemos os nomes dos homens que os chefiavam” (v. 10). Isso pode soar intimidador, mas também protege os agentes legítimos, distinguindo-os dos agitadores. Administrativamente, as "listas de liderança" permitem que o tribunal se corresponda e responsabilize as partes certas. Esdras já destacou líderes - Zorobabel (governador davídico) e Jesua (sumo sacerdote) - porque a renovação da aliança exige líderes fiéis (Ageu 1:1). Registrar nomes em um livro ressoa com o padrão de registros e lembranças das Escrituras (Malaquias 3:16; Filipenses 4:3).

Este momento contrasta sutilmente com a carta anterior, em Esdras 4, onde a hostilidade maliciosa enquadrava os judeus como rebeldes. Aqui, a indagação, somada aos nomes dos líderes, abre espaço para uma legitimidade legal. Prepara o leitor para a confissão dos construtores, que fundamenta sua identidade não primeiramente no status nacional, mas também na adoração.

A resposta começa com a identidade: “Somos servos do Deus do céu e da terra” (v. 11). Este credo ecoa uma linguagem anterior (Gênesis 24:3) e reaparece no testemunho dos apóstolos (Atos 14:15). Sua autodefinição é vocacional e doxológica: servos, não senhores; a soberania cósmica de Deus, não uma divindade local.

Eles explicam seu trabalho: “e estão reconstruindo o templo que foi construído há muitos anos, que um grande rei de Israel construiu e terminou” (v. 11). O “grande rei” é Salomão (reinou de 970 a 931 a.C.), que construiu o Primeiro Templo, concluído em meados do século X a.C. (1 Reis 6-8). Ao ancorar o projeto na antiguidade, os anciãos apresentam continuidade, não uma inovação.

Observe a formulação cuidadosa : reconstruído... há muitos anos... construído e concluído (v. 11). Os anciãos admitem a história; trata-se de restauração, não de uma nova estrutura. O Novo Testamento frequentemente enquadra a salvação do mundo como uma restauração do que Deus propôs desde o princípio (Atos 3:21). Aqui, a restauração é arquitetônica, servindo a uma renovação mais profunda da aliança com Deus e com o lugar onde Deus queria que os judeus O adorassem.

Francamente, os anciãos confessam: “Porque nossos pais provocaram à ira o Deus do céu, Ele os entregou nas mãos de Nabucodonosor... que destruiu este templo e deportou o povo para a Babilônia” (v.12). Sem encobrimento. O exílio de Israel não se deveu a má sorte ou a razões militares, mas à disciplina divina (2 Reis 24-25; 2 Crônicas 36:15-21; Lamentações 1). Nabucodonosor II (605-562 a.C.) arrasou o Templo em 586 a.C.

Esta confissão modela o verdadeiro arrependimento: nomear o pecado e aceitar as consequências. Também responde a qualquer suspeita persa sobre rebelião: os anciãos admitem o julgamento passado e se submetem à soberania de Deus sobre todas as nações. Um tema abrangente da Bíblia é que a confissão precede a restauração (Daniel 9; Neemias 9; 1 João 1:9).

Ao chamar Deus de "Deus do céu" novamente (v. 12), os anciãos afirmam implicitamente que a ascensão do império e a queda de Israel ocorreram sob Sua mão (Daniel 2:21). O templo que está sendo reconstruído serve à glória de Deus em Israel e entre as nações, antecipando a casa de oração para todos os povos (Isaías 56:7; Mateus 21:13).

Em seguida, vem a questão jurídica: “No primeiro ano de Ciro, rei da Babilônia, o rei Ciro emitiu um decreto para reconstruir esta casa de Deus” (v. 13). Ciro II assumiu o antigo título de “rei da Babilônia” após capturar a cidade em 539 a.C.; sua famosa política em 538 a.C. permitiu o retorno dos exilados e a restauração dos santuários (Esdras 1:1-4; Isaías 44:28-45:1).

Os anciãos não estão implorando por um favor, mas citando a lei. Toda a narrativa gira em torno de documentação: se Ciro decretou algo, a administração atual deve honrá-lo. Esdras, assim, entrelaça fé e política.

Essa interação prefigura como o evangelho avança tanto por meio de esforços humanos quanto do controle divino (Atos 18:12-17, Filipenses 1:12-13). Deus prevê e controla todas as coisas, e ainda assim Ele opera dentro do âmbito do livre-arbítrio humano. A missão de Deus frequentemente se move ao longo dos trilhos das instituições religiosas e políticas existentes.

Os anciãos acrescentam evidências: “Também os utensílios de ouro e prata... Nabucodonosor havia tomado... Ciro... tomou do templo da Babilônia e os deu a um homem chamado Sesbazar, a quem ele havia nomeado governador” (v. 14). Isso faz referência aos utensílios sagrados catalogados em Esdras 1:7-11. Restaurar os utensílios sinaliza mais do que um inventário; sinaliza a restauração da pureza da adoração.

Sesbazar é nomeado governador. Alguns o identificam com Zorobabel; outros o veem como um antigo nomeado persa que iniciou o retorno (discutível). De qualquer forma, a cadeia de custódia (Nabucodonosor → Templo Babilônico → Ciro → Sesbazar) fornece uma pista forense que aponta para uma autorização legal.

Na teologia do templo, o retorno dos vasos reverte a vergonha do exílio (Daniel 5). Sua restauração aponta para a santidade renovada - um tema que o Novo Testamento transpõe para os crentes como vasos santificados de Deus (2 Timóteo 2:20-21).

A instrução direta de Ciro é resumida: “Tomai estes utensílios, ide, depositai-os no templo em Jerusalém, e reedifique-se a casa de Deus no seu lugar” (v. 15). A expressão “no seu lugar” ressalta a legitimidade territorial. A adoração não é abstrata; Deus escolheu Sião para o Seu nome na Antiga Aliança (Deuteronômio 12:5; 1 Reis 8:29).

Geograficamente, o monte Moriá de Jerusalém (mais tarde chamado de Monte do Templo) situa-se na crista oriental (Ofel/Moria), ao norte da Cidade de Davi, delimitado pelo Cedrom a leste. A reconstrução em seu lugar reancora a adoração de Israel no próprio solo designado por Deus, marcando um retorno do deslocamento à vocação.

Legalmente, esta linha cita (em resumo) a essência do decreto de Ciro: restituição de vasos, especificidade do local e permissão para construir. Da perspectiva de Esdras, reis humanos proferem decretos; o Rei do Céu cumpre promessas (Esdras 1:1 - “o SENHOR despertou o espírito de Ciro”).

A linha do tempo continua: “Então veio Sesbazar e lançou os alicerces… e desde então até agora a construção está em andamento; ainda não está terminada” (v. 16). Isso reconhece o progresso lento devido à oposição e ao desânimo (Esdras 4; Ageu 1:2-4). No entanto, os alicerces já haviam sido lançados, corroborando um início legítimo.

A admissão de que ainda não terminou é estratégica. Não se vangloria nem se esconde; convida o rei a decidir com base em evidências, não em rumores. Espiritualmente, modela a postura do peregrino: a obra de Deus entre o Seu povo é frequentemente "já e ainda não", avançando através das estações (Zacarias 4:10).

Este momento ocorre por volta de 520 a.C., quando Dario I estabilizou o império após as primeiras revoltas. Os profetas Ageu e Zacarias exortam à renovação do trabalho, e o relatório dos oficiais confirma a retomada visível do trabalho - alinhamento entre a palavra profética e o registro público.

O encerramento é processual: “Agora, se for do agrado do rei, faça-se uma busca na casa do tesouro real… na Babilônia, para verificar se o rei Ciro emitiu algum decreto… e que o rei nos envie a sua decisão” (v. 17). Tatenai pede uma busca em arquivos (talvez também em Ecbátana, veja Esdras 6:2), submetendo-se ao devido processo legal.

Este pedido é crucial. Em vez de um julgamento sumário contra os judeus, o governador recomenda uma verificação. A narrativa convida o leitor a antecipar Esdras 6, onde o decreto é de fato encontrado e reafirmado, e Dario ordena apoio para a obra - incluindo financiamento e proteção (Esdras 6:6-12).

Na perspectiva bíblica, esse "examinar e decidir" reflete um padrão: o povo de Deus presta contas com razão ( 1 Pedro 3:15), busca a verdade na luz e confia em Deus para converter os corações dos governantes (Provérbios 21:1). Em última análise, o Templo antecipa Jesus, que se identifica como o verdadeiro Templo (João 2:19-21). O decreto arquivístico que garante uma casa de pedra prenuncia o decreto eterno do Pai de erguer o Templo vivo no terceiro dia.

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