
Jeremias recebe uma parábola viva em Jeremias 18:1-4. A imagem que Deus lhe dá prepara o oráculo que se segue ( Jeremias 18:5-12), onde o SENHOR explica que Seu julgamento anunciado pode ser evitado se uma nação se arrepender, e Sua promessa de bem pode ser revogada se se transformar em mal.
Da mesma forma que em todas as suas profecias, Jeremias primeiro atribui a Deus a palavra que recebe: “A palavra que veio a Jeremias da parte do SENHOR” (v. 1). O profeta não está inventando uma ilustração; ele está obedecendo a uma ordem destinada a tornar visível o propósito de Deus. A instrução é concreta e topográfica: “Levanta-te e desce à casa do oleiro, e ali te anunciarei as minhas palavras” (v. 2). Em Jerusalém, os ofícios especializados frequentemente funcionavam nos bairros mais baixos, perto de fontes de água e argila ( Jeremias 19). O verbo “descer” se encaixa nos contornos da cidade - descendo dos recintos superiores em direção ao distrito dos artesãos. Deus falará, mas o fará enquanto Jeremias observa um ofício que Israel conhece bem.
O profeta obedece e encontra um artesão trabalhando: “Então desci à casa do oleiro, e lá estava ele, fazendo algo na roda” (v. 3). A roda de oleiro judaica era tipicamente um dispositivo de duas pedras, acionado pelo pé, que permitia rotação contínua enquanto o oleiro moldava o barro úmido com pressão constante. A forma do vaso dependia inteiramente do toque do oleiro - firmeza aqui, suavidade ali, umidade mantida, atrito controlado. A imagem já sugere dependência: o barro contribui com a maleabilidade; o desenho e a habilidade são do oleiro.
O momento-chave da parábola chega em uma única e vívida linha: “Mas o vaso que ele estava fazendo de barro estragou-se na mão do oleiro; então ele o refez, formando outro vaso, como aprouve ao oleiro fazer” (v. 4). “Estragado” (manchado) não significa que o oleiro perdeu o controle; indica um defeito na formação. O ponto é a liberdade e o propósito do oleiro : ele não descarta o barro; ele o retrabalha, moldando-o em uma forma diferente , conforme lhe agrada. Aplicada a Judá, a imagem ensina uma profunda verdade teológica que o seguinte oráculo esclarecerá: Deus tem o direito de remodelar o povo que Ele criou, que se tornou deformado pela injustiça e idolatria (Isaías 29:16; 45:9). Se o barro (a nação) resiste e endurece, o oleiro o refaz para o julgamento; se ele amolece em arrependimento, Ele o forma para honra ( Jeremias 18:7-10). As mesmas mãos que esmagam também salvam.
Dentro do escopo mais amplo da Bíblia, o tema do oleiro e do barro tanto humilha quanto traz esperança. Humilha porque a criatura não é o projetista (Romanos 9:20-21). Traz esperança porque o Deus que formou a humanidade do pó pode formar de novo - as pessoas podem se tornar "vasos para honra" por meio do arrependimento e da obra purificadora de Deus (2 Timóteo 2:20-21). Em Cristo, essa esperança toma forma: a Nova Aliança promete corações amolecidos, receptivos à lei de Deus ( Jeremias 31:33), e o evangelho coloca "tesouros em vasos de barro " para que a excelência seja claramente de Deus, não nossa (2 Coríntios 4:7). A implicação pastoral é clara: permaneça flexível para que Deus opere em você. Onde Judá se endureceu, os verdadeiros discípulos de Cristo são chamados a se render ao toque do Mestre para que Ele possa remodelar o que o pecado manchou.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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