
Em Jeremias 17:24-27, o profeta registra as palavras do SENHOR encorajando Seu povo a ouvir atentamente e obedecer ao mandamento de guardar o sábado. Ele declara: " Mas acontecerá que, se me ouvirdes atentamente", declara o SENHOR, "não trazendo carga alguma pelas portas desta cidade no dia de sábado, mas santificando o dia de sábado, não fazendo nele trabalho algum" ( v. 24). O SENHOR se dirige especificamente a Jerusalém, a capital de Judá, com um lugar significativo na história bíblica, visto que era o centro de adoração do povo de Deus. Ao instruir o povo a se abster de carregar fardos ou trabalhar no sábado, o SENHOR os lembra de Seus mandamentos da aliança, que os diferenciam de outras nações. Isso é semelhante a como os ensinamentos posteriores do Novo Testamento identificam Jesus como o cumprimento máximo do descanso sabático (Mateus 12:1-8). O significado aqui não é meramente cessar o trabalho; trata-se de confiança e devoção ao Criador que santificou o dia para refletir sobre Sua santidade.
Jeremias 17:24 ressalta a importância crucial de consagrar tempo a Deus, demonstrando dependência dEle em vez de produtividade ou ganho pessoal. Ao transmitir fielmente essa instrução, Jeremias ecoa a preocupação de Deus de que Seu povo escolhido permaneça distinto em sua adoração e prioridades. A observância do sábado visava fortalecer o relacionamento de Israel com Deus, demonstrando que somente Ele era seu sustentador e provedor. Isso era especialmente urgente em um contexto em que influências estrangeiras e práticas idólatras os tentavam a se afastar dos estatutos de Deus.
O texto também aborda a postura do coração. Ao guardar o sábado como santo, o povo se alinharia a uma vida moldada pela vontade de Deus. A escuta sincera e a obediência cuidadosa eram marcas de uma comunidade que guardava a aliança, contrastando com o mundo que valorizava o trabalho incessante ou a adoração a ídolos. Deus queria corações entregues a Ele de dentro para fora, e o sábado servia como um lembrete sagrado de Sua soberania.
Jeremias então prossegue com uma promessa do SENHOR, dizendo: " Então entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, assentados no trono de Davi, montados em carros e cavalos, eles e seus príncipes, os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e esta cidade será habitada para sempre" (v. 25). Davi foi o segundo rei de Israel, reinando aproximadamente de 1010 a.C. a 970 a.C., e estabeleceu Jerusalém como o centro político e espiritual do reino. Ao mencionar o trono de Davi, a profecia aponta para a continuação de uma liderança estável sob a bênção de Deus.
Neste ponto da história, Deus promete que a proeminência e a segurança de Jerusalém perdurarão se o povo O honrar observando o sábado. A imagem de reis e príncipes sentados no trono de Davi (v. 25) lembra os leitores da aliança eterna que Deus estabeleceu com Davi, que seria finalmente cumprida no Messias (Isaías 9:6-7). Cavalos e carruagens também representam a força de um reino estável, significando segurança e, potencialmente, a prosperidade que fluiria do favor de Deus.
A afirmação de que a cidade será habitada para sempre (v. 25) transmite a ideia de uma relação de aliança: se Judá permanecer fiel, a proteção e a presença de Deus permanecerão. Essa promessa demonstra o desejo de Deus de abençoar Seu povo, não de puni-lo. A obediência levaria à paz contínua e a um legado duradouro que testemunharia a bondade de Deus por todas as gerações.
Descrevendo mais detalhadamente o resultado da obediência, Jeremias prossegue: " Virão das cidades de Judá, dos arredores de Jerusalém, da terra de Benjamim, da Sefelá, da região montanhosa e do Neguebe, trazendo holocaustos, sacrifícios, ofertas de cereais e incenso, e trazendo sacrifícios de ação de graças à casa do Senhor" (v. 26). A menção dessas regiões distintas - como Benjamim ao norte de Jerusalém, as colinas onduladas da Sefelá no sudoeste, a região montanhosa elevada no centro de Israel e a árida paisagem meridional do Neguebe - demonstra o vasto alcance do povo de Deus alinhado em adoração reverente.
Ao listar holocaustos, sacrifícios e ofertas de ação de graças (v. 26), a passagem evoca imagens de adoração dedicada, arrependimento e gratidão. Essas formas de adoração no templo de Jerusalém enfatizam ainda mais a serenidade proporcionada pela obediência aos decretos de Deus. A cidade se torna um farol que atrai adoradores fiéis de todos os cantos da terra, forjando unidade e louvor coletivo ao SENHOR.
Jeremias 17:26 pinta um quadro de vida espiritual vibrante, fortemente ligada à fidelidade coletiva da nação. À medida que o povo guarda o sábado, as bênçãos transbordantes afetam não apenas Jerusalém, mas também os territórios mais amplos de Judá, unindo todos em uma comunidade espiritualmente renovada com uma dedicação compartilhada ao SENHOR.
A parte final alerta para consequências severas caso o mandamento seja ignorado. Jeremias proclama: " Mas se vocês não me ouvirem para santificar o dia de sábado, não carregando carga alguma e entrando pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então acenderei fogo nas suas portas, que consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará" (v. 27). Este aviso é um lembrete sério do julgamento que viria sobre a desobediência persistente. O fogo frequentemente simboliza destruição ou julgamento purificador e, no contexto de uma cidade fortificada como Jerusalém, destaca a seriedade de abandonar a lei de Deus.
Essa ameaça se estende aos próprios portões e palácios da cidade, simbolizando o julgamento devorador no cerne de sua identidade nacional. O povo de Deus, naquela época, lutou repetidamente contra as práticas pagãs das nações vizinhas e sua própria complacência, levando profetas como Jeremias a transmitir o ultimato de Deus: o serviço fiel leva à bênção, mas a rejeição de mandamentos leva à devastação. Tragicamente, eventos históricos posteriores demonstram que esse aviso foi ignorado, culminando na queda de Jerusalém pelas mãos da Babilônia em 586 a.C., validando as palavras de advertência de Jeremias.
Mesmo em meio a advertências terríveis, Jeremias 17:24-27 reflete o desejo de Deus pela restauração e comunhão do Seu povo. Abster-se de trabalhar no sábado expressa total confiança na provisão do SENHOR. Quando o povo negligenciou esse relacionamento, expôs-se à calamidade. Assim como outros profetas, Jeremias ofereceu a percepção de que a verdadeira adoração e a obediência estavam interligadas, apontando consistentemente para uma realização mais completa em Cristo, que, por fim, reconciliaria a humanidade com Deus.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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