
Tendo promulgado o julgamento no vale onde Judá queimava oferendas a deuses falsos, Jeremias completa o sinal realocando sua mensagem para o centro espiritual da nação: Então Jeremias veio de Tofete, para onde o SENHOR o enviara a profetizar; e pôs-se em pé no pátio da casa do SENHOR, e disse a todo o povo: (v. 14). Tofete ficava na parte sul do terreno de Jerusalém, dentro do vale de Ben-Hinom (Ge-Hinom), uma ravina que serpenteia ao longo dos flancos oeste e sul da cidade. As Escrituras a associam ao horrível sacrifício de crianças ( Jeremias 7:31-32; 19:5-6; 2 Reis 23:10). Deste local profano, fora dos muros da cidade - perto do Portão dos Cacos, onde os vasos quebrados eram jogados fora ( Jeremias 19:2) - o profeta sobe ao monte do Templo, a cerca de 730 a 820 metros acima do nível do mar, e se posiciona nos pátios abertos onde os adoradores se reuniam. A atitude é teologicamente contundente: a imundície de Tofete não está isolada; sua rebelião se infiltrou nos próprios recintos da casa do SENHOR.
A frase, o pátio da casa do SENHOR (v. 14), sinaliza um local público - provavelmente o pátio externo - onde todo o povo poderia ouvir. Não se trata de uma repreensão silenciosa às elites, mas de um processo judicial contra toda a população, baseado em aliança. O cenário litúrgico intensifica a acusação: o Deus que escolheu Sião e ali colocou Seu Nome agora confronta Seus adoradores por profanarem tanto a cidade quanto o santuário. O ato-sinal anterior (quebrar um jarro) declarou a irrevogabilidade da destruição iminente; esta proclamação do templo declara sua universalidade - todos sob a sombra do templo devem considerar o veredito ( Jeremias 7:1-15).
O sermão de Jeremias é conciso e absoluto: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: ‘Eis que trarei sobre esta cidade e todas as suas vilas toda a calamidade que declarei contra ela, porque endureceram a cerviz para não atenderem às minhas palavras’” (v. 15). O título divino “SENHOR dos Exércitos” (Yahweh Ṣebaʾoth) evoca o Comandante dos exércitos angelicais - Ele não é uma divindade local disputando espaço, mas o Soberano universal cujos decretos comandam tanto a história quanto o céu. O escopo - “esta cidade e todas as suas vilas” (v. 15) - estende o julgamento para além de Jerusalém, para suas comunidades satélites na região montanhosa de Judá, Sefelá e no planalto de Benjamim. O que Deus havia declarado há muito tempo por meio de Seus profetas ( Jeremias 7; 11; 18-19), Ele agora realiza; historicamente, isso culminou nas campanhas da Babilônia sob Nabucodonosor II (605-562 a.C.), com a queda de Jerusalém em 586 a.C.
A causa declarada é moral, não militar: “porque endureceram a cerviz para não atenderem às minhas palavras” (v. 15). A expressão “cerviz dura” remonta às primeiras rebeliões de Israel (Êxodo 32:9; Deuteronômio 10:16) e é recorrente em Jeremias ( Jeremias 7:26; 17:23). Recusar-se a atender é a essência da violação da aliança; rejeita a voz vivificante que molda um povo (Deuteronômio 30:15-20). À luz da Nova Aliança, esse diagnóstico expõe por que o julgamento é justo e por que um remédio mais profundo é necessário: os corações devem ser renovados ( Jeremias 31:31-34). Mais tarde, Jesus confronta a mesma obstinação em Jerusalém (Mateus 23:37-39) e chora pela cidade que “não reconheceu o tempo da sua visitação” (Lucas 19:41-44). O SENHOR dos Exércitos ainda fala; a questão decisiva permanece: o Seu povo se curvará à Sua palavra ou se levantará contra ela?
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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