
Jeremias recebe um pedido do rei Zedequias para indagar sobre o cerco contra Jerusalém, e ele responde com a mensagem sóbria de Deus: Então Jeremias lhes disse: “Vocês dirão a Zedequias o seguinte:” (v. 3). O profeta Jeremias, ativo aproximadamente de 627 a 580 a.C., está em um momento crucial na história de Judá, antecipando a queda de Jerusalém. Zedequias foi o último rei de Judá, reinando de 597 a 586 a.C., e ele esperava pela intervenção divina contra o poder invasor da Babilônia. No entanto, a mensagem de Jeremias não oferecerá a libertação que Zedequias busca.
Ele continua: “Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: ‘Eis que farei voltar as armas de guerra que estão em vossas mãos, com as quais guerreais contra o rei da Babilônia e os caldeus que vos sitiam fora do muro; e os reunirei no centro desta cidade’” (v. 4). O rei da Babilônia nessa época é Nabucodonosor (reinou c. 605-562 a.C.), e seus exércitos estão pressionando Jerusalém. Apesar das defesas da cidade, Deus declara que usará o poder da Babilônia para trazer julgamento sobre Judá. Babilônia, situada no que hoje é o Iraque moderno, era o centro de um império que abrangia grande parte do Oriente Próximo. As palavras de Jeremias revelam que quaisquer armas ou estratégias que os judeus empunharem serão incapazes de derrotar esse inimigo porque o próprio SENHOR reverterá os esforços de Judá.
O aviso se intensifica: “Eu mesmo pelejarei contra vós com mão estendida e braço poderoso, com ira, furor e grande indignação” (v. 5). Esta é uma declaração de peso, que descreve o poder de Deus como uma força imparável. A metáfora da mão estendida e do braço poderoso (v. 5) aparece frequentemente nas Escrituras para destacar a intervenção divina, seja para salvação ou julgamento. A frase também aparece quando Deus diz que libertou Israel do Egito com braço estendido (Deuteronômio 5:15), mas aqui, em contraste, o braço estendido do SENHOR se volta contra a infidelidade de Judá, enfatizando a gravidade da situação.
Deus pode usar suas mãos para salvar ou destruir. Felizmente, embora Deus seja muito temível, Ele também é um Deus misericordioso. Quando Ele dá ao Rei Davi, um dos primeiros reis de Israel, a opção de ser punido pelas nações ao seu redor ou pelas próprias mãos do Senhor, Davi diz:
"...Estou em grande angústia; peço-te que me deixes cair nas mãos do Senhor, pois as suas misericórdias são muito grandes. Mas não me deixes cair nas mãos dos homens."
(1 Crônicas 21:13).
Embora Deus imponha uma disciplina dolorosa sobre o Seu povo com as Suas mãos, ainda é melhor cair em Suas mãos do que em qualquer outra. Pois o SENHOR não é descuidado nem bárbaro. Ele disciplina com propósito e sempre deseja o melhor para o Seu povo. Em resposta à declaração de Deus em Jeremias 21:5, o Seu povo deve prostrar-se em arrependimento e receber a Sua disciplina com gratidão e humildade (Hebreus 12:7-8).
Em seguida, Jeremias relata a trágica realidade que aguarda a população: “Também ferirei os habitantes desta cidade, tanto os homens como os animais; morrerão de uma grande peste” (v. 6). Isso indica que a guerra não é a única ameaça; doenças eclodirão, mostrando a natureza abrangente do desastre que se desenrola. A cerca protetora de Deus, que outrora guardava o Seu povo, foi retirada devido à sua persistente rebelião. A devastação que o SENHOR proclama aqui revela que o pecado leva a consequências terríveis, um tema consistente visto em todas as Escrituras, culminando na promessa do Evangelho de que o resgate final da destruição do pecado é encontrado somente em Cristo (Romanos 6:23).
A profecia conclui com uma nota final severa: “Depois”, declara o SENHOR, “entregarei Zedequias, rei de Judá, seus servos e o povo, sim, aqueles que sobreviverem nesta cidade à peste, à espada e à fome, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e nas mãos de seus inimigos, e nas mãos daqueles que procuram a sua vida; e ele os ferirá ao fio da espada. Ele não os poupará, nem terá piedade, nem compaixão” (v. 7). Essa previsão sombria revela que mesmo aqueles que suportarem as calamidades iniciais acabarão caindo sob a custódia babilônica. Historicamente, as forças de Nabucodonosor devastaram Jerusalém em 586 a.C., levando à deportação de muitos judeus. A menção à espada e à fome ressoa com advertências anteriores dadas por Jeremias, ilustrando que o julgamento será amplo e abrangente.
Vemos em Jeremias 21:7 que o SENHOR está agora entregando Judá às mãos da nação inimiga da Babilônia. Era exatamente isso que Davi temia em 1 Crônicas 21. Judá, no entanto, escolheu as práticas e os prazeres de nações estrangeiras e seus deuses estrangeiros em detrimento dos mandamentos do único e verdadeiro Deus. Portanto, o SENHOR está apenas dando a eles o que desejavam, deixando-os nas mãos da Babilônia. O profeta Ezequiel descreve o adultério de Judá e Israel em Ezequiel 23. Ele usa a imagem de uma prostituta chamada Oolibá, que voluntária e avidamente se oferece a nações estrangeiras, para representar a cidade rebelde de Jerusalém, a capital de Judá. Deus diz:
“Portanto, ó Oolibá, assim diz o Senhor Deus : Eis que despertarei contra ti os teus amantes, dos quais estavas alienada, e os trarei contra ti de todos os lados”
(Ezequiel 23:22).
A declaração de Deus em Jeremias 21:3-7 revela que, sem arrependimento genuíno, Judá não escapará da catástrofe iminente, e o registro histórico confirma que o cerco terminou com a queda de Jerusalém. Embora essa mensagem seja sombria, ela também se alinha com os apelos de outros profetas para que retornem a Deus (Isaías 31:6, Oséias 14:1-2, Joel 2:12-13), lembrando às gerações posteriores que o SENHOR deseja arrependimento e um relacionamento correto com Seu povo, finalmente realizado na pessoa e na obra de Jesus (Lucas 24:44-47).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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