
O profeta Jeremias serviu no reino do sul de Judá de aproximadamente 627 a.C. até depois da queda de Jerusalém em 586 a.C. Ao transmitir a palavra do SENHOR, ele adverte o povo a evitar as vozes enganosas dos falsos profetas. Ele começa dizendo : "Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deem ouvidos às palavras dos profetas que vos profetizam, pois eles vos levam à vaidade; falam da visão da sua própria imaginação, não da boca do SENHOR" (v. 16). Aqui, o próprio SENHOR é declarado como Aquele que chama esses indivíduos por promoverem promessas vazias em vez da verdade divina. Suas alegações carecem da autoridade da verdadeira mensagem de Deus, uma acusação séria em uma nação que deveria ser guiada por Seus mandamentos.
Ao rotular essas profecias como mera imaginação, Jeremias condena líderes que priorizam seus próprios interesses. Declarações falsas podem afastar as pessoas da aliança e encher suas mentes com ilusões de segurança. Tal ensino enganoso é uma afronta direta ao santo padrão de Deus, lembrando-nos de que a profecia genuína está sempre enraizada na vontade divina, nunca na invenção humana.
O ministério de Jeremias em Jeremias 23:16 proclama o princípio de que a palavra de Deus é preciosa e não pode ser substituída por esforços humanos. Embora os profetas afirmem estar falando em nome do SENHOR, Ele os rejeita. O povo de Judá precisava de discernimento, assim como os crentes ao longo da história precisaram, especialmente quando confrontados com mensagens que se opõem à verdade revelada de Deus (Mateus 7:15).
Jeremias aborda em seguida o efeito desse engano: "Dizem aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; e a todo aquele que anda na obstinação do seu coração, dizem: Não vos sobrevirá a calamidade" (v. 17). Essas falsas declarações prometem paz àqueles que se opõem a Deus, dando-lhes uma falsa sensação de segurança. Em vez de expor o pecado, permitem que as pessoas permaneçam em rebelião.
Tal mensagem era particularmente tentadora para uma nação que esperava evitar a ameaça iminente de conquista. Capitalizando esse desejo, profetas corruptos asseguraram ao povo que não tinham nada a temer, mesmo que suas ações persistissem em provocar o SENHOR. Essa distorção da verdade divina acalma o coração, levando-o à complacência e descartando a necessidade de arrependimento.
As palavras de Jeremias destacam que a verdadeira mensagem de Deus frequentemente confronta o mal para trazer correção. Em contraste, o falso profeta mima a desobediência sob o pretexto de paz. Essa diferença testa a autenticidade de qualquer mensagem espiritual e prepara o terreno para a resposta de Deus às profecias egoístas.
Prosseguindo, Jeremias pergunta: "Mas quem esteve no conselho do Senhor, para ver e ouvir a sua palavra? Quem atendeu à sua palavra e escutou?" (v. 18). Essa pergunta retórica expõe o cerne da autoridade profética: mensageiros autênticos de Deus encontraram genuinamente a Sua presença e ouviram atentamente a Sua vontade. Qualquer um que profetize sem esse verdadeiro encontro permanece fora da revelação divina.
Além disso, participar do conselho do SENHOR (v. 18) implica intimidade e atenção, uma disposição de se submeter à direção de Deus. Aqueles que genuinamente buscam a orientação do SENHOR reconhecem Sua santidade e levam Sua mensagem inalterada ao povo. O desafio de Jeremias compele seus ouvintes a discernir se os profetas que ouvem realmente se submeteram à palavra de Deus.
Em tempos de confusão ou crise, torna-se crucial reconhecer quem realmente se posicionou diante de Deus. Sem tal postura, qualquer suposta profecia se apoia em uma base instável de opinião pessoal, em vez da verdade incomparável de Deus. A revelação autêntica deve estar alinhada com o caráter e os mandamentos consistentes de Deus em todas as Escrituras.
O profeta então declara: "Eis que a tempestade do Senhor saiu com fúria, uma tempestade turbilhonante; ela cairá sobre a cabeça dos ímpios" (v. 19). Essa imagem enfatiza o julgamento severo, que rugirá contra o mal como uma tempestade feroz e imparável. Jeremias retrata a inevitabilidade da justiça divina quando um povo persiste na desobediência.
Tais imagens de poder visam humilhar e despertar uma nação pecadora. A ira descrita não é uma fúria aleatória, mas uma resposta proposital contra transgressões impenitentes. Longe de ignorar o pecado, Deus se envolve ativamente com ele por meio de Seu julgamento justo, demonstrando que Sua longanimidade tem limite quando as pessoas recusam Sua orientação.
A imagem da tempestade é usada repetidamente nas Escrituras para sinalizar o poder e a autoridade de Deus sobre a criação. O furacão do SENHOR não é apenas uma demonstração de força, mas um aviso: aqueles que escolhem a falsidade e a maldade se colocam contra Aquele que governa o céu e a terra.
Jeremias ainda adverte: "A ira do Senhor não recuará, até que ele tenha executado e cumprido os desígnios do seu coração; nos últimos dias vocês o entenderão claramente" (v. 20). O julgamento, portanto, se move intencionalmente, cumprindo os objetivos estabelecidos por Deus. A frase "nos últimos dias" lembra a Judá - e aos leitores posteriores - que o plano de Deus se desenrola ao longo do tempo, revelando, em última análise, a Sua vontade com clareza.
A ira do SENHOR não é arbitrária, pois Ele age de acordo com Sua própria justiça e as promessas da aliança. Seu compromisso com a justiça e a santidade não será comprometido; alcançará plenamente o resultado pretendido, seja purificação, correção ou ambos.
Essa visão de longo prazo do plano de Deus nos encoraja a enxergar além das circunstâncias imediatas. Embora os ouvintes originais de Judá possam não ter compreendido todos os detalhes do desígnio de Deus, receberam a garantia de que Ele finalizaria Seus propósitos no devido tempo. De forma semelhante, os crentes de hoje são chamados a confiar que o plano redentor de Deus abrange todas as eras, culminando na clareza suprema.
Em Jeremias 23:21, o SENHOR declara por meio de Jeremias: "Eu não enviei esses profetas, mas eles correram. Eu não falei com eles, mas eles profetizaram" (v. 21). A ênfase está na iniciativa que esses falsos profetas tomaram, correndo à frente sem a comissão do SENHOR. Em vez de esperar pela instrução divina, eles presumiram agir como porta-vozes de Deus.
O problema não é meramente uma ação não autorizada, mas sim o engano. Esses indivíduos minam ativamente a agenda de Deus, falando em Seu nome com mensagens que Deus não endossa. Sua pressa em profetizar sugere um desejo de influência ou reconhecimento, ofuscando qualquer verdadeira reverência pela palavra do SENHOR.
De uma perspectiva mais ampla, este versículo destaca que o chamado genuíno e o poder divino são cruciais. Servir em nome de Deus sem a Sua autorização gera confusão espiritual. Essa diferença fundamental entre o profeta autoproclamado e o profeta nomeado por Deus permanece vital para discernir o ministério autêntico em todas as épocas.
Por fim, Jeremias esclarece: "Mas, se tivessem comparecido ao meu conselho, teriam anunciado as minhas palavras ao meu povo, e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações" (v. 22). O cerne da profecia legítima não é uma vaga garantia, mas um chamado apaixonado ao arrependimento que alinha os corações com a justiça de Deus.
O SENHOR revela o teste final: essas mensagens afastam as pessoas do pecado ou as encorajam a praticar o mal? Os falsos profetas, por nunca terem verdadeiramente participado do conselho de Deus, falham em trazer a mudança necessária. Se tivessem ouvido a Deus, suas palavras teriam visado transformar o comportamento da nação e restaurar a comunhão com Deus.
Jeremias 23:22 pontua toda a passagem, lembrando ao leitor que a marca de um profeta genuíno reside na fidelidade ao padrão moral de Deus. Em vez de confortar os ímpios, uma mensagem verdadeira estimula a autoanálise, um princípio que ressoa em toda a Escritura em apelos para nos afastarmos do pecado e nos voltarmos para a graça do SENHOR.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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