
Em Jeremias 26:12, o profeta Jeremias se apresenta diante dos líderes de Judá e das multidões reunidas em Jerusalém: Então Jeremias falou a todos os príncipes e a todo o povo, dizendo: "O Senhor me enviou para profetizar contra esta casa e contra esta cidade todas as palavras que ouvistes" (v. 12). Jerusalém, a capital do reino de Judá, ficava na região sul da Terra Prometida, servindo historicamente como sede do trono de Davi desde 1003 a.C. Na época de Jeremias (final do século VII ao início do século VI a.C.), esta cidade reverenciada havia se tornado espiritualmente comprometida, e a missão do profeta era confrontar o povo sobre sua infidelidade a Deus. Jeremias esclarece que sua autoridade para proclamar essas advertências vem diretamente do Senhor, não deixando dúvidas de que a mensagem se originou da mais alta autoridade e não de motivos pessoais.
A disposição de Jeremias em se dirigir tanto às autoridades quanto ao povo ressalta sua ousadia. Diante do perigo potencial, ele ainda apresenta a verdade inalterada. Esse cenário revela que os profetas em Israel eram figuras públicas que desafiavam o pecado nacional em todos os níveis, confiando na instrução divina. Jeremias fala a todos, demonstrando disposição para trazer uma mensagem impopular de correção. A população e as autoridades precisavam ouvi-la claramente - o julgamento de Deus afetaria a todos se não ouvissem.
Este versículo também destaca a submissão do profeta ao chamado de Deus. Jeremias não recua diante do medo, mesmo que as consequências de falar verdades difíceis possam ser severas. Sua proclamação nos lembra que seguir a Deus muitas vezes exige firmeza, especialmente quando aqueles ao nosso redor esperam palavras mais reconfortantes ou lisonjeiras (2 Timóteo 4:2).
Continuando o apelo, " Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e ouvi a voz do Senhor, vosso Deus; e o Senhor se arrependerá da desgraça que pronunciou contra vós" (v. 13), revela-se o desejo genuíno de Deus por restauração. Em vez de insistir na punição, o Senhor está dando ao Seu povo uma oportunidade de se arrepender. O tema do arrependimento é um refrão recorrente em toda a relação de Deus com a humanidade, lembrando-nos de Sua natureza longânima e prontidão para perdoar. Ele deseja corações transformados mais do que executar julgamento.
Ao exortar o povo a emendar seus caminhos, Jeremias os convoca a fazer mudanças reais e tangíveis. A palavra “emendar” implica afastar-se do pecado e voltar-se para Deus com devoção renovada. Isso estabelece um exemplo para os crentes de todas as gerações: cerimônias religiosas vazias não agradam ao SENHOR; em vez disso, Ele deseja corações e ações que se alinhem com Ele (Mateus 3:8).
No contexto de Jerusalém, especificamente, as observâncias religiosas ocorriam no templo, que ficava a uma curta distância dos oficiais aos quais Jeremias se dirigia. Apesar de terem o privilégio de adorar onde o nome de Deus habitava, o povo precisava acompanhar seus rituais com arrependimento interior e obediência exterior. Jeremias os lembra da disposição do SENHOR de "mudar de ideia" em relação à destruição, enfatizando o poder da obediência genuína para alterar os resultados.
Quando Jeremias diz: " Quanto a mim, eis que estou em tuas mãos; faze de mim o que for bom e reto aos teus olhos" (v. 14), ele confia seu destino aos seus ouvintes, sabendo que eles têm o poder de puni-lo. Este momento retrata a determinação inabalável de Jeremias. Ele se contenta em deixar sua sobrevivência nas mãos de Deus e nas mãos das mesmas pessoas que ofendeu com sua mensagem. Sua coragem reflete a retidão de quem tem a consciência limpa diante do SENHOR.
Ao dizer “Estou em tuas mãos” (v. 14), Jeremias demonstra que não está tentando escapar de potenciais consequências. Profetas na história bíblica frequentemente arriscaram suas vidas para confrontar reis, sacerdotes ou a nação. O exemplo de Jeremias convoca os crentes à ousadia e à confiança. Servir a Deus de todo o coração pode levar a perigos terrenos, mas, como o profeta, podemos descansar na certeza de que Deus permanece justo, seja na libertação, seja na permissão do sofrimento.
Jeremias também é um exemplo de humildade. Em vez de falar com raiva ou desafio, ele calmamente convida o povo a escolher um caminho. Ele acredita na veracidade de sua profecia e está pronto para enfrentar qualquer decisão que venha a tomar, reconhecendo a soberania de Deus tanto no arrependimento quanto nas reações daqueles que ouvem a verdade.
O profeta conclui: " Sabei, porém, com certeza que, se me matardes, trareis sangue inocente sobre vós mesmos, sobre esta cidade e sobre os seus habitantes; porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós para falar todas estas palavras aos vossos ouvidos" (v. 15). Esta declaração ressalta a seriedade de rejeitar o mensageiro de Deus. Jeremias implora a eles que evitem a culpa derramando seu sangue, lembrando-os de que tal ato convidaria o julgamento divino. Ao afirmar que é "inocente", Jeremias insiste que está cumprindo o papel dado por Deus, não agindo com base em agendas políticas ou pessoais.
Este aviso coloca a responsabilidade moral e espiritual diretamente sobre os ombros de seus ouvintes. Se optarem por silenciar o chamado de Deus para despertar, colherão as consequências de agir contra um profeta cujo único propósito é transmitir a mensagem de Deus. Este tema da responsabilidade está presente em toda a Escritura, mostrando que sempre que Deus comunica a verdade - seja por meio de profetas, apóstolos ou Seu Filho - aqueles que a ouvem são responsáveis por como respondem (Hebreus 2:1-3).
Além disso, Jeremias reitera vigorosamente: “Verdadeiramente o Senhor me enviou” (v. 15), lembrando aos governantes e cidadãos de Jerusalém que eles estão diante da autoridade divina. Em última análise, esta seção demonstra a tensão entre o poder humano e a soberania de Deus, enfatizando que a mera remoção do mensageiro não silenciará a verdade nem evitará o justo julgamento de Deus.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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