
O profeta Jeremias, ativo de cerca de 627 a.C. até depois de 586 a.C., proclama a mensagem do SENHOR a lugares distantes quando diz: Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai nas terras costeiras de longe, e dizei: Aquele que dispersou Israel o reunirá e o guardará como o pastor guarda o seu rebanho (v. 10). Este chamado vai além da terra de Judá, para os territórios distantes que margeiam os mares, frequentemente chamados de "terras costeiras", que poderiam incluir áreas ao longo do Mediterrâneo. Revela uma dupla verdade: embora Israel tenha sido disperso em juízo, o mesmo Deus que provocou sua dispersão os reunirá ternamente mais uma vez, zelando por eles com o mesmo cuidado que um pastor dedica às suas ovelhas.
O significado desta promessa de reagrupamento é que ela aponta para o compromisso imutável de Deus com o Seu povo. Em tempos de exílio, Sua proteção vigilante não cessou. Esta imagem de um pastor evoca o tema mais amplo da orientação divina encontrado em toda a Escritura (Salmo 23, João 10), afirmando que a esperança de Israel repousa no amor inabalável do seu Guardião da Aliança, que permanece fiel de geração em geração.
Com base nessa certeza, o profeta proclama: "Porque o SENHOR resgatou Jacó e o livrou das mãos do que era mais forte do que ele" (v. 11). Jacó (posteriormente chamado de Israel ) representa o povo da aliança de Deus que se viu dominado por nações estrangeiras. No entanto, o braço poderoso do SENHOR supera todas as forças, provando Sua capacidade de resgatar aqueles que parecem desamparados.
Embora Israel tenha lutado sob o domínio de impérios como a Assíria e a Babilônia durante a era de Jeremias, o ato divino de "resgatar" e "redimir" significa mais do que libertação física. Ele prenuncia a redenção final proporcionada pela intervenção de Deus, culminando no Novo Testamento com Jesus oferecendo libertação espiritual a todos os que creem (Romanos 8). Este versículo mostra que nenhum opressor está além do poder de Deus, fortalecendo a confiança do Seu povo em Seu plano salvífico.
Jeremias continua com uma imagem de bênção exuberante: " Eles virão e gritarão de alegria no alto de Sião, e ficarão radiantes sobre a bondade do SENHOR, sobre o trigo, o vinho novo e o azeite, e sobre as crianças do rebanho e do gado; e sua vida será como um jardim regado, e eles nunca mais desfalecerão" (v. 12). Sião faz alusão ao ponto alto central em Jerusalém, o núcleo da vida espiritual de Israel. De um ponto de vista geográfico, a cidade fica sobre as colinas da Judeia, tornando as referências a essas "alturas" significativas como o antigo assento de adoração ao SENHOR.
A promessa de grãos, vinho novo, azeite e grandes rebanhos simboliza provisão abundante e florescimento renovado. A descrição de um "jardim regado" evoca a ideia de fertilidade e vida contínuas, deixando claro que as bênçãos de Deus nutrem tanto o corpo quanto a alma. Essa promessa ressoa com os crentes ao longo dos tempos, apontando para o desejo de Deus de restaurar e encher Seu povo com bem-estar espiritual e material (João 10:10).
As bênçãos continuam no versículo seguinte: " Então as virgens se alegrarão na dança, e os jovens e os velhos, juntos, pois transformarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar da sua tristeza" (v. 13). Aqui, vemos várias gerações - jovens e velhas - unindo-se à celebração. A imagem da dança captura a profundidade da cultura judaica, onde dançar em júbilo frequentemente seguia a libertação comunitária ou o culto festivo.
Essa transformação do luto em alegria reafirma o desejo de Deus por restauração. Em vez de uma tristeza sem fim, Ele oferece uma verdadeira renovação emocional. Historicamente, a destruição de Jerusalém e a angústia do exílio trouxeram imensa tristeza ao povo. No entanto, mesmo essa tristeza profunda se transformava em alegria, lembrando aos leitores que nenhuma tristeza é profunda demais para o poder curador de Deus.
A nota final desta seção ecoa a plenitude de Deus: " Encherei de fartura a alma dos sacerdotes, e o meu povo se fartará da minha bondade", declara o Senhor (v. 14). Os sacerdotes eram os líderes na adoração, e para eles experimentar a abundância significava que as bênçãos de Deus estariam sobre os líderes espirituais e sobre toda a nação. Afirma que a adoração e o serviço do povo a Deus seriam recompensados com abundante favor.
A declaração de Deus de satisfazer Seu povo com a bondade divina fala de uma plenitude interior que vai além do mero suprimento físico. Ela ressalta o cerne da aliança: que Deus se deleita em se doar ao Seu povo, atendendo às suas necessidades mais profundas e preenchendo-as de dentro para fora. Essa garantia molda nossa compreensão do caráter de Deus como um Pai provedor e compassivo, prenunciando a plenitude encontrada em Cristo (Colossenses 2:9-10).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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