
Jeremias serviu como profeta em Judá de cerca de 627 a.C. até pouco depois de 586 a.C., proferindo as palavras que recebeu do SENHOR durante um período tumultuoso na história da nação. O cenário político durante seu ministério era dominado pela ascensão de potências estrangeiras e, internamente, os reis e o povo de Judá frequentemente se rebelavam contra os mandamentos de Deus. Nesse contexto, lemos: "No quarto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, esta palavra veio a Jeremias da parte do SENHOR, dizendo" (v. 1). Jeoaquim, que reinou de 609 a 598 a.C., havia assumido o trono após a morte de seu pai, Josias, um rei conhecido por suas tentativas de reformas religiosas. Agora, em seu quarto ano, o SENHOR fala especificamente a Jeremias para entregar uma mensagem vital sobre o destino do reino.
A menção de Jeoiaquim destaca o clima político e espiritual da época. Embora Jeoiaquim fosse filho de um rei justo, ele não seguiu os passos de devoção e obediência de Josias. Em vez disso, levou Judá de volta à idolatria e a alianças políticas que contradiziam a aliança com Deus. Ao especificar que era o quarto ano de Jeoiaquim (v. 1), as Escrituras ancoram a profecia em um contexto histórico preciso. Essa especificidade ressalta a urgência da palavra de Deus, visto que eventos estavam se desenrolando e representavam uma grave ameaça à continuidade da existência de Judá.
A frase “esta palavra veio a Jeremias da parte do Senhor ” (v. 1) revela que a mensagem de Jeremias não se baseava em suas opiniões pessoais, mas na revelação direta de Deus. Isso demonstra a autoridade divina, enfatizando que as advertências do profeta eram confiáveis e carregavam todo o peso do mandamento divino. Como em todo o ministério de Jeremias, essas declarações tinham o propósito de levar o povo de Judá à reflexão e ao arrependimento, reconduzindo-os à fidelidade e à obediência à aliança.
As instruções do SENHOR se aprofundam quando Deus diz a Jeremias : “ Toma um rolo e escreve nele todas as palavras que te falei acerca de Israel, e acerca de Judá, e acerca de todas as nações, desde o dia em que te falei pela primeira vez, desde os dias de Josias, até ao dia de hoje” (v. 2). Escrever em um rolo servia a alguns propósitos importantes. Primeiro, preservava a mensagem de Deus para as gerações futuras, demonstrando que Suas palavras deveriam perdurar mesmo que os ouvintes imediatos as rejeitassem. Segundo, servia como um registro legal e de aliança, em paralelo com a maneira como os antigos códigos legais e tratados eram meticulosamente documentados para conhecimento e prestação de contas públicas.
O chamado para registrar todas as palavras (v. 2) aponta para o alcance abrangente das profecias anteriores de Jeremias. Não se tratavam de ideias dispersas, mas de uma mensagem unificada do SENHOR que consistentemente destacava as obrigações da aliança de Judá e as potenciais consequências da desobediência. Ao mencionar Israel, Judá e todas as nações (v. 2), a Escritura enfatiza o amplo alcance das declarações de Jeremias e a autoridade de Deus sobre múltiplos reinos. Embora Judá estivesse em foco imediato, Deus manteve Sua soberania sobre todas as terras, reforçando que Seus juízos ou bênçãos poderiam se estender a qualquer lugar.
Escrever em um pergaminho também era um sinal tangível da misericórdia de Deus: em vez de simplesmente condenar, Ele reiterava as advertências para que o arrependimento pudesse ocorrer. Esse método de transmitir Sua palavra mostra que Deus não deseja o julgamento por si só; em vez disso, Ele deseja que as pessoas se voltem para Ele. O próprio ato de preservar Sua mensagem significava a esperança de que pelo menos alguns lessem, compreendessem e se realinhassem com Deus ao verem a seriedade e a permanência do que estava registrado.
O SENHOR esclarece o propósito dessas advertências quando diz: “ Talvez a casa de Judá ouça toda a calamidade que planejo trazer sobre ela, para que cada um se converta do seu mau caminho; então perdoarei a sua iniquidade e o seu pecado” (v. 3). A palavra de Deus para Judá nunca foi apenas sobre informá-los da destruição; seu objetivo final era trazê-los de volta à comunhão da aliança. O uso de “ Talvez” mostra o anseio de Deus por uma resposta, sugerindo que a oportunidade para o arrependimento é genuína e que a misericórdia divina aguarda qualquer um disposto a se afastar do mal.
Jeremias 36:3 destaca a paciência e a compaixão de Deus. Tragicamente, grande parte da geração de Jeremias subestimou ou rejeitou essa misericórdia, confiando, em vez disso, em alianças nacionais ou práticas idólatras. Contudo, a promessa de "então eu perdoarei" (v. 3) demonstra o coração do Pai: Ele está pronto para perdoar se houver arrependimento genuíno. O povo de Judá teria reconhecido esse chamado como consistente com a aliança estabelecida nas gerações anteriores, lembrando-os de que a restauração era sempre possível se eles voltassem para Deus de todo o coração.
Ao convidar cada pessoa em Judá a ouvir e se arrepender, Deus revela que a salvação e o perdão nunca se restringem a um pequeno grupo ou a uma classe social específica. Em vez disso, cada indivíduo é responsável por sua própria responsabilidade. Cada pessoa é responsável pela forma como responde às palavras de Deus e tem acesso direto à misericórdia do Senhor. Essa mensagem ressoa em toda a Escritura, apontando, em última instância, para o sacrifício gracioso de Cristo, onde o perdão é estendido a todos os que creem e se arrependem (Romanos 10:9-13).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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