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Levítico 2:14-16 Explicação

Levítico 2:14-16 dá continuidade às ordenanças detalhadas de apresentação das ofertas de cereais ao SENHOR, visando garantir que elas estivessem de acordo com Sua santidade e a aliança estabelecida com Israel.

A oferta de cereais de primícias é descrita da seguinte forma: "E se trouxeres ao Senhor uma oferta de cereais de primícias, trarás espigas novas tostadas no fogo, grãos novos, para a oferta de cereais das tuas primícias" (v. 14).

Esta oferta envolvia espigas frescas (provavelmente espigas de cevada) que deveriam ser tostadas, possivelmente simbolizando a purificação pelo fogo. O termo grãos novos provavelmente se referisse ao milho triturado. O fato de esses itens serem maduros indicava a primeira parte da colheita. Isso reforçava o princípio espiritual de fazermos da generosidade ao Senhor uma alta prioridade (1 Coríntios 16:2).

A seguir, descreve-se a preparação desta oferta: “Então, deitarás sobre ela azeite e porás incenso; é uma oferta de cereais ” (v. 15).

Semelhante às instruções anteriores para a ofertas de grãos em Levítico 2, o óleo é adicionado aqui; a oferta de grãos maduros e o “incenso” (azeite) também eram adicionados, o que poderia significar as orações e louvores dos israelitas subindo a Deus. É provável que a adição de azeite e sal não tenha apenas um papel no espiritual, mas também uma aplicação prática de tornar as ofertas saborosas para os sacerdotes e suas famílias.

Por fim, descreve-se o papel do sacerdote: “O sacerdote queimará a porção memorial, parte da farinha e do azeite, com todo o incenso, como oferta queimada ao Senhor ” (v. 16).

A porção memorial era uma porção da oferta a ser queimada, em vez de ingerida pelo sacerdote. A porção memorial era passada ao fogo pelo sacerdote e representava a conclusão da oferta a Deus.

A queima dessas ofertas produzia uma fragrância chamada de aroma suave ao SENHOR (Levítico 2:9), reforçando o tema do sacrifício como forma de conexão e comunhão com Deus. A imagem da fumaça e do aroma ascendendo ao céu fornecia uma ilustração tangível de suas orações e louvor na adoração a Deus.

A oferta representava um aroma suave ao Senhor por causa da obediência da pessoa que oferecia o sacrifício. É claro que Deus conhecia o coração da pessoa (Hebreus 4:12). No entanto, Deus desejava que Seu povo colocasse em prática o que estava em seu coração (Tiago 1:25). Mais do que os sacrifícios de animais e grãos, Deus desejava o sacrifício da obediência e o sacrifício de um coração quebrantado e contrito ao contemplarem seus pecados (1 Samuel 15:22, Salmo 51:16-17).

Gerações posteriores de israelitas se envolveriam nessa cerimônia sempre que endurecessem seus corações. A tradição rabínica no Talmude diz que o segundo templo foi destruído porque os judeus tinham ódio infundado uns pelos outros (Yoma 9b). Eles tentaram manipular a Deus para seus próprios fins e ignoravam a ordem de Deus de amarem uns aos outros (Levítico 19:18). Deus declarou que não aceitaria tal adoração (veja o comentário sobre Amós 5:21-27).

Isso ilustra, novamente, que o foco principal de Deus era ajudar os israelitas a alcançar a renovação de suas mentes e a transformação de seus corações. Porém, um componente substancial do comando de Deus para levar Seu povo a a este lugar era envolvê-los em atos físicos de adoração. Quando agimos, engajamos nossa mente na ação.

Esses versículos também destacam a importância de reconhecermos ao Senhor como a fonte de toda provisão. Ao oferecerem as primícias da colheita, bem como as porções de seu sustento diário, os israelitas demonstravam sua dependência e confiança na provisão contínua de Deus. Também reforçava a ideia de que cada aspecto de seu sustento era uma dádiva de um Deus que era digno de honra e adoração.