
Os relatos paralelos do Evangelho para Lucas 6:43-45 são Mateus 7:16-20 e 12:33-35.
Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. (v. 43).
Aqui, Jesus usa a analogia de uma árvore frutífera para revelar aos Seus discípulos a relação entre a natureza exterior de uma pessoa comparada ao seu coração, Ele diz que não há árvore boa que dê mau fruto, nem tampouco árvore má que dê bom fruto. As árvores boas e ruins representam homens bons e maus, o fruto será revelado no versículo 45 como sendo o que a boca/fala - nossa fala e palavras. Uma aplicação mais ampla também pode incluir as obras ou ações externas de uma pessoa. Esta verdade agrícola é auto evidente. Claramente, uma árvore boa não produzirá frutos ruins, e da mesma forma, uma árvore ruim não produzirá frutos bons.
Uma visão interessante dessa analogia vem da observação da passagem paralela em Mateus 12:33,
“Reconhecei que a árvore é boa, e o seu fruto, bom ou que a árvore é má, e o seu fruto, mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.”
(Mateus 12:33)
Nesta passagem, Jesus entra em maiores detalhes sobre a árvore frutífera para descrever que a árvore é a produtora e, portanto, a causa do fruto, e não o contrário, nós elogiamos ou culpamos a árvore pela qualidade de seus frutos. Se alguém deseja bons frutos, ele terá que primeiro tornar a árvore boa, seria inútil tentar tornar a árvore boa tornando seus frutos ruins melhores. Nesta analogia, a árvore é o coração do homem, e o análogo do fruto da árvore são as palavras que a boca do homem fala, como Lucas 6:45 revelará. Para falar boas palavras, o coração deve primeiro ser tornado bom.
Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Os homens não colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. (v. 44).
Jesus prossegue com uma declaração direta: Pois cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Homens bons produzem bons frutos (boas obras). Homens maus produzem frutos maus (más obras). Para enfatizar ainda mais Seu ponto, Jesus afirma que os homens não colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. Seria contra a natureza deles que boas obras viessem de um homem mau, ou más obras viessem de um homem bom.
O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro tira o mal (v. 45).
Jesus elabora e explica sua analogia e provérbio da árvore frutífera com outra analogia. O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem; e o homem mau, do mau tesouro, tira o mal. É a natureza do coração dentro do homem que é a fonte de suas obras. Um homem bom tirará o bem do bom tesouro do seu coração. Da mesma forma, do mau tesouro do seu coração, o homem mau tirará o mal. A conclusão deste ensinamento centra-se nas palavras e na fala de uma pessoa.
Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração. (v. 45).
Jesus então declara o princípio de Sua analogia com a árvore frutífera: porque a sua boca fala o de que está cheio o coração. Assim como o fruto é o produto da árvore, as palavras que procedem da boca de um homem são o produto do coração desse homem. Jesus pode muito bem ter tido Provérbios 10:11 em mente ao dizer estas coisas:
“A boca do justo é fonte de vida,
Mas a violência cobre a boca dos perversos.”
(Provérbios 10:11)
Curiosamente, essa mesma analogia e ensinamento de Jesus também se encontram em Mateus 7:15-20. Nesta passagem, porém, Jesus ensina especificamente Seus discípulos a identificar falsos profetas que afirmam falar em nome de Deus:
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa dá bons frutos, porém a árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. Logo, pelo seus frutos os conhecereis.”
(Mateus 7:15-20)
Mesmo que os falsos profetas se pareçam com você e finjam ser como você, eles não são como você. Como você pode identificá-los? Preste atenção às suas obras e, como diz Lucas 6:45, também às suas palavras. Você os conhecerá pelos seus frutos. Se suas obras e palavras forem más, eles não representam Deus.
Esta passagem, assim como a de Mateus 7, às vezes é usada para justificar o julgamento sobre se uma pessoa é ou não crente em Jesus: "Se não tiverem bons frutos, então não são cristãos". Mas esta é uma interpretação e aplicação incorretas desta escritura. Observando o contexto ampliado fornecido em Mateus 7:15-20, o propósito desta passagem é equipar os discípulos com a maneira de reconhecer e evitar falsos profetas e falsos mestres. O teste do fruto é apresentado apenas neste contexto.
Esta passagem não se aplica à população em geral. Aplica-se a julgar professores, pregadores e outros que afirmam representar ou falar em nome de Deus. Apenas alguns versículos antes, em Lucas, Jesus condenou explicitamente o julgamento dos outros (Lucas 6:37-38). Ele não está se invertendo aqui ao dizer: "Julguem os outros". Ele está apenas dizendo que, se alguém afirma falar por Deus, preste atenção ao que sai de sua vida antes de seguir o que ele diz. Experimente seus frutos para ver se são bons. Se estiverem podres, não os siga para o fogo do julgamento de Deus. Também é importante lembrar que o próprio Deus é um fogo consumidor (Hebreus 12:29). E o fogo do Seu julgamento se aplicará às ações dos crentes no Tribunal de Cristo (1 Coríntios 3:12-15).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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