
O Salmo 34:19-22 é atribuído a Davi, que serviu como o segundo rei de Israel, de aproximadamente 1010 a.C. a 970 a.C. Nele, encontramos a promessa do fiel resgate de Deus para aqueles que o seguem. A vida de Davi foi marcada por inúmeras dificuldades, desde fugir do rei Saul (1 Samuel 19) até enfrentar traições e conflitos dentro de sua própria casa, mas ele confiou na libertação do Senhor de forma continua. Refletindo sobre esses resgates divinos, Davi declara: Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas Jeová o livra (v. 19). Este versículo reafirma aos crentes que a justiça não os protege das dificuldades, mas garante a intervenção de Deus.
A importância deste versículo reside na compreensão de Davi de que os justos não estão isentos de provações. Pelo contrário, Deus participa ativamente de suas batalhas e não permitirá que sejam vencidos. Em João 16:33, Jesus ecoa um tema semelhante, afirmando que, embora enfrentemos tribulações neste mundo caído, podemos encontrar coragem naquele que as venceu. O salmo aponta para uma verdade bíblica consistente: as aflições fazem parte da jornada, mas nunca são o fim.
Quando Davi enfatiza a libertação das dificuldades pelo Senhor, ele destaca a graça e a fidelidade de Deus. Os justos podem descansar sabendo que, mesmo quando provados, o poder do Senhor é suficiente para guiá-los rumo à redenção e à renovação da esperança. Isso reforçou a certeza de Davi de que o Todo-Poderoso interviria fielmente em circunstâncias difíceis, tanto naquela época quanto agora.
Continuando a afirmar a garantia da proteção pessoal de Deus, Davi declara: Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles é quebrado (v. 20). Esta declaração impressionante pinta um quadro vívido de completa proteção. Em momentos de perigo, os guerreiros da antiguidade enfrentavam o risco real de ferimentos que poderiam quebrar seus ossos. No entanto, o salmista proclama que Deus pode preservar seus fiéis de danos físicos ou, pelo menos, restaurá-los de forma tão completa que seus seres permaneçam intactos aos seus olhos.
Embora reconheçamos que os crentes suportam sofrimento físico, a ênfase aqui está no cuidado protetor do Senhor, que, em última análise, mantém o Seu povo íntegro. Num sentido mais profundo, este versículo tem sido frequentemente visto como uma prefiguração profética de Jesus Cristo, cujos ossos não foram quebrados na cruz (João 19:36). Isso reflete a unidade do plano redentor de Deus ao longo dos testamentos, ligando o louvor de Davi à proteção divina ao sacrifício final do Messias.
Para cada seguidor de Deus, este versículo convida à reflexão sobre a natureza abrangente do cuidado do Senhor. É uma lembrança de que a fidelidade de Deus pode ir além da preservação espiritual, incluindo o bem-estar físico e emocional, ressaltando que até mesmo nossos corpos e o seu bem-estar são importantes para o Criador.
O salmo declara então: A malícia matará ao iníquo; e os que odeiam o justo serão condenados (v. 21). Esta mensagem sugere a justiça divina na estrutura do mundo criado por Deus. Aqueles que praticam o mal enfrentam, em última instância, as consequências de suas escolhas, enquanto os devotados à justiça colhem a paz e a bênção do Senhor.
A justiça de Deus é uma mensagem central em toda a Escritura, refletindo Seu caráter santo. O mal é autodestrutivo, e aqueles que se opõem aos caminhos de Deus atraem a ruína que eles mesmos criam. Quando Davi descreve esse destino, ele assegura aos fiéis que a maldade não prevalecerá no final, e os perpetradores não escaparão da prestação de contas na ordem divina (Romanos 14:12). Tais palavras infundiram confiança na antiga comunidade israelita, encorajando-os a confiar que o Senhor, como Juiz supremo, traria solução para o mal causado.
Além disso, esta declaração é uma advertência contra a participação na injustiça e no ódio. Em consonância com o evangelho, a Bíblia revela que todos precisam de perdão. Ao participar da maldade, os indivíduos abandonam a graça que Deus oferece e escolhem a lealdade a forças destrutivas. Assim como Davi testemunhou inúmeros exemplos de decadência moral em sua época, os crentes também a veem nos contextos atuais, reforçando a relevância desta verdade fundamental: o mal, em última análise, consome a si mesmo.
Para concluir esta passagem, Davi proclama: Jeová resgata a alma dos seus servos; dos que nele se refugiam, nenhum será condenado (v. 22). Esta declaração vitoriosa destaca Deus como o Redentor que resgata a vida do seu povo da armadilha do pecado e da morte. Enquanto a maldade leva à condenação, os servos do Senhor desfrutam de completa libertação e vindicação em seu justo tribunal.
A poesia de Davi aqui prenuncia a revelação mais completa da redenção por meio de Jesus, conforme expresso em passagens como Romanos 8:1, onde não há condenação para aqueles que estão em Cristo. O salmo é um convite atemporal para confiar na misericórdia de Deus e permanecer confiante em Sua disposição de preservar os fiéis. Essa promessa é tão relevante para o crente moderno quanto era para o público antigo de Davi.
Portanto, a alma que busca a Deus desfruta de segurança eterna. Ao afirmar que aqueles que se refugiam no Senhor não serão condenados, Davi apresenta Deus como a fortaleza suprema. Essa promessa do evangelho, presente até mesmo no Antigo Testamento, encoraja os crentes a confiarem de todo o coração e a descansarem na redenção divina, certos de que o Redentor protege tanto a vida presente quanto a eterna.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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