
Conforme o Salmo 37:7-11 avança, Davi, que reinou como Rei de Israel de aproximadamente 1010 a.C. a 970 a.C., nos lembra que o plano do Senhor exige paciência. Mesmo quando parece que aqueles que praticam o mal encontram sucesso temporário, o crente é convidado a permanecer confiante na autoridade suprema de Deus. Essa paciência significa escolher confiar que o Senhor vê toda injustiça e sabe o momento certo para agir.
A palavra hebraica traduzida como “descansa” carrega a nuance de estar quieto ou em silêncio na presença do Senhor. Isso não é resignação passiva, mas uma postura de confiança pacífica. Lembra-nos da ordem em Êxodo para vigiar a salvação do Senhor, onde Deus chama o Seu povo para permanecer firme e testemunhar a Sua libertação. Embora aqueles “que prosperam no seu caminho” possam parecer poderosos ou bem-sucedidos, o povo de Deus não deve deixar que seus corações se corroam com ansiedade ou raiva.
Davi destaca que, mesmo "por causa do homem que executa maus desígnios", não há motivo para preocupação. O homem de fé deve se abster de inveja ou vingança, sabendo que Deus julga todas as ações com perfeita justiça. Essa confiança preserva a paz interior do crente e impede que os efeitos corrosivos da amargura se instalem.
Em seguida, vem uma admoestação apaixonada: Deixa a ira e abandona o furor; não te enfades; isso só leva à pratica do mal (v. 8). A raiva, se não controlada, pode se tornar uma fonte de comportamento destrutivo. Davi exorta a uma escolha consciente de deixar de lado a ira, pois ela muitas vezes nos cega para a presença de Deus e fomenta mais transgressões. Essa sabedoria justa protege o crente de cair nas mesmas armadilhas dos malfeitores.
Este versículo também reflete um tema comum em toda a Escritura: a ira humana raramente alcança a justiça de Deus (Tiago 1:20). Em vez disso, cessar a ira guarda o coração e a mente, permitindo que o crente busque a justiça de maneira guiada pelo amor e discernimento. A ira pode ser uma resposta legítima à injustiça, mas Davi exorta a que ela não ultrapasse os limites e se transforme em pecado.
O conselho do salmista para “não se irrite”, repetido pela segunda vez, revela a intensidade de sua advertência. Irritar-se ou remoer o mal pode facilmente levar a atos que espelham os próprios erros que a pessoa espera combater. Ao entregar a ira ao tempo e ao controle de Deus, os fiéis podem caminhar em paz, em vez de se enredarem no ressentimento.
Continuando, Davi declara: “Pois serão exterminados os malfeitores, mas os que esperam por Jeová, esses herdarão a terra” (v. 9). A expressão “serão exterminados” sinaliza um fim decisivo para aqueles que se dedicam à maldade. Historicamente, Israel entendia “a terra” como o território prometido de Canaã, um local físico onde viveriam sob a bênção do Senhor. Contudo, este versículo também antecipa uma herança maior para aqueles que confiam em Deus — uma herança de Seu favor e presença.
“Aqueles que esperam por Jeová” representam um remanescente fiel que crê que as promessas de Deus se estendem ao futuro. Essas pessoas demonstram perseverança, aguardando pacientemente que Deus intervenha no momento perfeito. Esperar no Senhor exige uma escolha diária de confiar Nele em vez de sucumbir ao desespero, mesmo diante das dificuldades.
Essa linguagem de herança ressoa com o ensinamento de Jesus de que os mansos herdarão a terra (Mateus 5:5). O salmo oferece a esperança de que o resultado final pertence àqueles que permanecem com Deus. Embora o mal possa florescer temporariamente, seu aparente sucesso não pode superar as promessas inabaláveis do Todo-Poderoso.
No versículo seguinte, Davi revela uma perspectiva esperançosa: "Ainda um pouco de tempo, e não existirá o iníquo; poderás observar diligentemente o seu lugar, e ele já não é" (v. 10). Quando os ímpios parecem dominar todos os cantos da sociedade, a paciência em esperar pela justiça de Deus pode ser um desafio. Contudo, a promessa é clara: o poder deles é passageiro e não pode resistir ao plano soberano do Senhor.
Davi exorta seus ouvintes a enxergarem a situação da perspectiva de Deus. Embora a maldade possa parecer grande, aqueles que escolhem o mal acabam desaparecendo da memória e da influência divina. Essa verdade exige perseverança na prática do bem e um foco confiante na perspectiva eterna de Deus, em vez de se perder em problemas passageiros.
Espiritualmente, essa lembrança também se estende ao destino final daqueles que rejeitam a Deus. Embora o sucesso terreno de um malfeitor possa parecer impressionante, a natureza passageira da vida garante que apenas o que é construído sobre o fundamento do Senhor perdure. Este versículo encoraja o povo de Deus a permanecer firme, sabendo que Deus continua sendo a âncora da justiça.
Davi conclui esses versículos com o contraste: "Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz" (v. 11). A palavra "mansos" também pode ser traduzida como "humilde". Isso reflete uma postura de dependência de Deus em vez de autopromoção. O mundo muitas vezes recompensa a arrogância e a agressividade, mas aqui o salmo ensina que a humildade traz bênçãos incalculáveis.
“Herdar a terra” simboliza uma promessa tanto física quanto espiritual. Mesmo para os leitores modernos que não fazem parte do antigo Israel, o conceito da herança de Deus fala de bênçãos que provêm de uma vida enraizada em Seus caminhos. A humildade leva à verdadeira satisfação e plenitude porque está em consonância com a maneira como a humanidade foi criada para florescer sob o reinado de Deus.
A promessa de “deleite” e “prosperidade abundante” não é uma garantia de poder ou riqueza mundana. Em vez disso, descreve uma alegria profunda e duradoura que flui do conhecimento de Deus, de viver para o Seu propósito e de confiar na Sua justiça. Essa bênção eterna contrasta fortemente com o sucesso passageiro dos ímpios.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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