KJV

KJV

Click to Change

Return to Top

Return to Top

Printer Icon

Print

Prior Book Prior Section Back to Commentaries Author Bio & Contents Next Section Next Book
Cite Print
The Blue Letter Bible
Aa

The Bible Says
Salmo 44:20-26 Explicação

No Salmo 44:20-26, o povo clama ao Senhor com uma súplica inocente, questionando por que enfrentam calamidades se permaneceram fiéis. O salmista começa afirmando sua confiança em Deus, declarando: Se nos esquecemos do nome do nosso Deus ou estendemos as nossas mãos a um Deus estranho (v. 20). Esta declaração ressalta que a nação não sucumbiu à idolatria ou à adoração de divindades estrangeiras. Seu compromisso permanece com o único Deus verdadeiro, e eles não conseguem entender por que a derrota veio em vez da bênção. Sob a lei mosaica, a pena para a idolatria era severa, contudo, o povo afirma ter evitado tal transgressão. Eles não veem nenhum pecado manifesto em seu meio, o que torna suas provações atuais desconcertantes.

Aqueles que viviam nos tempos bíblicos enfrentavam frequentes tentações das práticas de culto pagãs das nações vizinhas, tornando a idolatria um perigo constante. A menção de "estender as mãos a um deus estranho" destaca uma postura ritual comum no culto, geralmente reservada para honrar uma divindade. Ao colocar essa afirmação em um sentido condicional, eles insistem que não se afastaram de suas obrigações da aliança. Sua lealdade, em sua visão, jamais vacilou.

No contexto histórico, Israel frequentemente lutou contra a adoração de ídolos, o que levou ao julgamento de Deus. Contudo, aqui, o salmista afirma o oposto: tal idolatria não ocorreu. Trata-se de um apelo fervoroso à onisciência de Deus, visto que somente Ele pode ver se tal traição aconteceu. Isso prepara o terreno para o versículo seguinte, que questiona se Deus não saberia se eles tivessem se afastado Dele.

Continuando com esse apelo apaixonado, o salmista pergunta: Porventura, Deus não há de esquadrinhar isso? Pois ele conhece os segredos do coração (v. 21). Ao dizer isso, o povo está lembrando a si mesmo e a todos que leem que suas verdadeiras motivações são visíveis a um Criador onisciente. A onisciência de Deus é um ensinamento fundamental nas Escrituras. Nenhuma fachada externa pode esconder a deslealdade, pois Deus discerne as realidades mais profundas de cada indivíduo e comunidade.

Essa afirmação do conhecimento completo de Deus visa solidificar a inocência deles. O salmista reconhece corretamente que seus pensamentos, intenções e devoções particulares são vistos pelo Senhor. Se tivessem sido desleais, Deus não apenas saberia, como também seria justo ao puni-los. Contudo, apesar de sua lealdade, eles ainda sofrem, confrontando-se com o aparente silêncio celestial.

A ênfase na capacidade de Deus de conhecer o que permanece oculto é crucial para a mensagem do salmo. Ela ressalta a magnitude da confiança e da vulnerabilidade quando os crentes suplicam a Deus. Também lembra aos leitores ao longo da história que os corações humanos não podem esconder a hipocrisia ou os pecados secretos diante do Senhor, que tudo vê (1 Samuel 16:7). Essa perspectiva dá peso ao apelo sincero do salmista por libertação.

Em uma reviravolta surpreendente, o salmista lamenta que, por amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro (v. 22). Aqui, o sofrimento não é retratado como resultado de desobediência pessoal. Em vez disso, eles sofrem porque carregam o nome de Deus em um mundo hostil aos Seus caminhos. A expressão “somos entregues à morte continuamente” descreve uma tribulação contínua. Reflete uma sensação de perigo constante e o sentimento de que os inimigos podem atacar a qualquer momento. Como ovelhas para o matadouro, o povo se vê como vulnerável e impotente.

Esse tema ressoa em escritos posteriores, notavelmente em Romanos 8:36, onde os crentes em Cristo também experimentam sofrimento por amor a Deus. Apesar de serem fiéis, eles suportam perseguições em um mundo caído. Isso cria um profundo ponto de identificação entre o povo de Israel e a Igreja. O salmo, portanto, antecipa como os fiéis frequentemente compartilham das dificuldades que acompanham a fidelidade a Deus.

Contudo, o salmista, mesmo em desespero, não perde a esperança. O próprio ato de expressar lamento e invocar a Deus revela a persistência da fé. Não há dúvidas sobre a quem pertencem, embora se sintam abandonados. Seu sofrimento decorre da lealdade a Deus, e não de qualquer falha moral.

O apelo torna-se mais desesperado à medida que a oração prossegue: Acorda! Por que dormes, Senhor? Desperta! Não nos enjeites para sempre (v. 23). Essa linguagem transmite a gravidade da situação. Às vezes, os crentes podem ter a impressão de que Deus está inativo ou adormecido, principalmente quando as orações não são atendidas. O salmista sente-se abandonado, como se a proteção prometida por Deus tivesse desaparecido, e implora ao Senhor que “desperte”.

Historicamente, Israel testemunhou muitos exemplos da poderosa libertação de Deus, desde a travessia do Mar Vermelho (Êxodo 14) até as vitórias sob o comando de Josué (Josué 6). A ideia de que Deus possa estar "dormindo" é um recurso poético para capturar a sensação de inatividade divina a partir da perspectiva humana. Não afirma que Deus dorme, mas lida de forma autêntica com o sentimento do silêncio divino.

Apesar da linguagem vívida, até mesmo acusatória, o salmista ainda se dirige a Deus como Senhor. Há um paradoxo de reverência misturada com honestidade crua. A linguagem direta do salmista oferece um modelo para os crentes clamarem a Deus, questionarem as circunstâncias, mas se apegarem firmemente à fé em Seu caráter e poder.

O clamor continua: Por que escondes o teu rosto e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? (v. 24). O salmista lamenta o que parece ser o afastamento de Deus. Em expressões idiomáticas hebraicas, o rosto de Deus brilhando sobre alguém indica favor e bênção. Por outro lado, esconder o Seu rosto simboliza a ausência da presença e do auxílio divinos. Essa sensação de distância divina intensifica a angústia do povo.

O sentimento de "esquecimento" atinge o âmago do relacionamento deles. Grande parte da fé de Israel foi construída sobre as promessas da aliança de Deus, incluindo Seu voto de nunca os abandonar. Contudo, na crise atual, eles percebem distanciamento em vez de libertação. Sentem o peso da opressão intensificado pelo aparente silêncio divino.

Ainda assim, mesmo nesse lamento, há esperança. Cada frase é dirigida a Deus, e não ao vazio, revelando que o salmista anseia pela restauração da comunhão. A pergunta é retórica, nascida da fé e do desespero, e não da incredulidade. Sua queixa se baseia na certeza de que Deus realmente se importa, mesmo que a ajuda demore.

O salmista então descreve a gravidade da condição deles: Pois a nossa alma está abatida até o pó, pegado à terra está o nosso ventre (v. 25). Esta é uma forma poética de mostrar humilhação e desespero absolutos. Eles estão debilitados na forma física, emocional e espiritual; estão praticamente sem vida. O pó frequentemente simboliza a mortalidade e o nada, ilustrando o quão perto eles se sentem da ruína completa.

Nas antigas culturas do Oriente Próximo, prostrar-se no pó era uma expressão de profunda tristeza ou súplica. Ao afirmar que seus corpos “se apegam à terra”, o salmista enfatiza a profundidade de seu desespero. Eles não têm para onde ir, tendo esgotado todos os meios humanos. Enquanto jazem prostrados, reconhecem que somente uma intervenção divina pode reergue-los.

Há também uma lembrança de que Deus formou o homem do pó, como vemos em Gênesis 2. Sua situação atual parece um desmoronamento, um retorno ao pó, a menos que Deus os restaure. Assim, a linguagem aponta para o equilíbrio precário entre a vida e a morte, na esperança de que o Criador, soberano até mesmo sobre o pó, lhes dê nova vida.

O versículo final expressa um clamor ousado por libertação: Levanta-te em nosso auxílio e redime-nos por amor da tua benignidade (v. 26). É uma súplica que se baseia no caráter comprovado de amor inabalável de Deus. O termo "amor da tua benignidade" reflete a fidelidade da aliança de Deus, o compromisso inquebrável que Ele fez com o seu povo. Ao apelar para o amor leal de Deus, eles pedem que Ele defenda a honra do seu próprio nome e permaneça fiel às suas promessas.

Este versículo demonstra a convicção inabalável do salmista de que somente Deus é a fonte de salvação. “Levanta-te” ecoa os apelos que permeiam os salmos para que o Senhor aja. Redenção aqui implica uma completa reviravolta na sorte, transformando o desespero em libertação e validando a confiança depositada em Deus. É o reconhecimento de que a esperança deles nunca esteve em exércitos, alianças ou ídolos, mas unicamente no Deus que pode redimir de todas as aflições.

Por fim, o salmo se encerra com uma lembrança significativa do relacionamento — a bondade amorosa de Deus. Embora as circunstâncias pareçam terríveis, o salmista confia o desfecho Àquele que, tem certeza, permanece amoroso e misericordioso, mesmo que o momento do resgate seja incerto.

Salmo 44:17-19 Explicação ← Prior Section
Salmo 45:1-2 Explicação Next Section →
Jó 1:1-3 Explicação ← Prior Book
Provérbios 1:1-6 Explicação Next Book →
BLB Searches
Search the Bible
KJV
 [?]

Advanced Options

Other Searches

Multi-Verse Retrieval
KJV

Daily Devotionals

Blue Letter Bible offers several daily devotional readings in order to help you refocus on Christ and the Gospel of His peace and righteousness.

Daily Bible Reading Plans

Recognizing the value of consistent reflection upon the Word of God in order to refocus one's mind and heart upon Christ and His Gospel of peace, we provide several reading plans designed to cover the entire Bible in a year.

One-Year Plans

Two-Year Plan

CONTENT DISCLAIMER:

The Blue Letter Bible ministry and the BLB Institute hold to the historical, conservative Christian faith, which includes a firm belief in the inerrancy of Scripture. Since the text and audio content provided by BLB represent a range of evangelical traditions, all of the ideas and principles conveyed in the resource materials are not necessarily affirmed, in total, by this ministry.