
No Salmo 44:9-16, o escritor expressa profunda tristeza e confusão nesta seção, começando com as palavras lamentosas: Mas, agora, nos lançaste fora, e nos expuseste à ignomínia; e não sais com os nossos exércitos (v. 9). O salmista lamenta que o povo, outrora favorecido e vitorioso, agora se sinta abandonado pelo Senhor. Seus exércitos são deixados para lutar sozinhos, ressaltando sua impotência sem a ajuda de Deus. Essa dolorosa mudança - da vitória à aparente rejeição - carrega o peso de um relacionamento rompido, suscitando questionamentos sobre por que Deus permitiria uma derrota tão devastadora.
A angústia persiste enquanto o escritor observa a vulnerabilidade da nação: Fazes-nos dar as costas aos nossos adversários, e os que nos odeiam despojam-nos à vontade (v. 10). Aqui, o povo não enfrenta mais o inimigo com confiança. Em vez disso, recua, permitindo que seus adversários reivindiquem os despojos. Essa imagem ressalta o desamparo e a desmoralização. No versículo seguinte, o salmista compara Israel a ovelhas indefesas, facilmente devoradas por predadores: Entregaste-nos como ovelhas para alimento e, por entre as nações, nos espalhaste (v. 11). Ser disperso entre povos distantes sugere exílio, rompendo a unidade do povo escolhido de Deus.
A passagem torna-se ainda mais impactante, como demonstrado em "Vendes por nada o teu povo; não lucras com o preço dele" (v. 12). Esta imagem vívida retrata o próprio povo de Deus sendo vendido sem valor, provocando um profundo sentimento de vergonha. O salmista então lamenta: "Pões-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria aos que nos rodeiam" (v. 13), destacando que a zombaria e o desprezo substituíram o respeito. O tema do desprezo continua em "Pões-nos por provérbio entre as nações, por menear de cabeça entre os povos" (v. 14), sugerindo que o povo de Deus se tornou um exemplo de advertência e um objeto de ridículo em terras distantes.
Tal humilhação pesa sobre o salmista, que confessa: "Durante o dia todo, está diante de mim a minha ignomínia, e me cobriu a vergonha do meu rosto" (v. 15). A constante lembrança da derrota oprime a comunidade, que carrega o fardo da vergonha pública. Finalmente, "à voz do que afronta e do que blasfema, à vista do inimigo e do vingador" (v. 16) revela o contínuo ataque de palavras e ações de poderosos adversários. Essa sensação de assédio implacável e hostilidade declarada deixa a comunidade se sentindo completamente indefesa e exposta.
Todos esses versículos juntos retratam a profunda decepção de um povo que outrora acreditava que Deus caminhava com eles em todas as batalhas. Sua confusão surge não apenas do sofrimento, mas da aparente contradição de serem os escolhidos de Deus e, ao mesmo tempo, sofrerem desgraça pública. Na narrativa mais ampla das Escrituras, esta passagem aponta para momentos em que os crentes se sentem abandonados, lembrando que o aparente silêncio de Deus não nega a Sua fidelidade suprema (Romanos 8:28). Embora o salmo convide a questionamentos sinceros e lamento, ele também prepara o terreno para uma confiança renovada, prenunciando a redenção final na vitória de Cristo sobre os poderes do pecado e da vergonha (1 Coríntios 15:57).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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