
No meio do Salmo 55:16-21, o salmista testemunha: Quanto a mim, invocarei a Deus; e Jeová me salvará (v. 16). Essas palavras demonstram uma resolução pessoal de depender somente do Senhor para a libertação. Davi, que viveu de aproximadamente 1040 a.C. a 970 a.C. e reinou em Jerusalém, frequentemente enfrentou grandes desafios que o levaram a buscar a Deus como o único e verdadeiro Salvador. Aqui, ele enfatiza que suas circunstâncias o obrigam a confiar no poder de Deus para resgate e proteção.
Esta declaração de confiança destaca um tema central nos Salmos: a fé genuína não é nominal ou superficial, mas pessoal e ativa. Ao declarar invocarei a Deus, o salmista revela uma determinação disciplinada em buscar o SENHOR, mesmo quando as circunstâncias o tentam a desistir ou a desesperar. Tal fé ressoa por toda a Escritura, apontando, em última instância, para Jesus como o ponto central do plano salvador de Deus (Romanos 10:13). Embora as provações variem, o chamado é o mesmo: buscar o Altíssimo.
Além disso, a certeza de que Jeová me salvará inspira esperança em um mundo cheio de incertezas. Ensina que a oração fiel chega aos ouvidos de Deus, e Ele, em Sua graça, age em benefício do Seu povo. O salmista espera uma vitória futura mesmo enquanto sofre. Assim, sua dependência da libertação divina lhe traz uma paz confiante.
O salmo continua: De tarde, de manhã e ao meio-dia, me queixarei e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz (v. 17). Este versículo mostra que a oração não é um ato isolado, mas uma abordagem constante e comprometida de comunicação com Deus. Davi reserva tempo deliberadamente para derramar seu coração ao longo do dia, ilustrando a necessidade da oração persistente.
Essa devoção à oração testemunha o profundo relacionamento que Davi nutre com o Senhor. A escolha de palavras do salmista - queixar e lamentar - revela uma honestidade sem filtros diante de Deus. Em vez de esconder seus problemas, ele os expõe abertamente, expressando tanto tristeza quanto a confiança de que Deus está perto. A transparência de Davi encoraja os crentes de hoje a não se conterem em suas orações, confiando que Deus acolhe os clamores sinceros.
A certeza de que Ele ouvirá a minha voz é um consolo que fortalece a alma. As Escrituras afirmam consistentemente a verdade de que Deus ouve as orações daqueles que apresentam seus pedidos com sinceridade (1 João 5:14-15). A confiança inabalável de Davi surge de suas longas experiências com a fidelidade de Deus.
Prosseguindo, o salmista proclama: Ele, para paz, remiu a minha alma, a fim de que se não aproximem de mim, pois havia muitos que contendiam contra mim (v. 18). Aqui, Davi expressa a intensidade dos perigos físicos e emocionais que enfrenta, reconhecendo que a oposição é vasta e assustadora. Contudo, ele confia na intervenção de Deus para lhe trazer paz e segurança.
Redimir minha alma em paz sugere que Deus não apenas preserva a vida, mas também restaura a tranquilidade interior. Mesmo em meio à fúria dos inimigos, a confiança de Davi na libertação divina aponta para uma serena fé que transcende a turbulência imediata. Essa paz, fundamentada no poder de Deus, é um prenúncio da paz perfeita que Jesus promete aos crentes (João 14:27).
É importante destacar que a frase do salmista pois havia muitos enfatiza a magnitude de sua luta. As pressões esmagadoras ressaltam o poderoso braço de Deus, que pode proteger seu servo, não importa quão numerosos sejam os adversários. A perspectiva de Davi está fixa no Senhor, reconhecendo que o verdadeiro resgate vem Daquele que está acima de toda ameaça.
A declaração seguinte diz: Deus ouvirá e lhes responderá (Aquele que está entronizado desde a eternidade.) (Selá) a eles, para quem não há mudanças, e que não temem a Deus (v. 19). Davi afirma que o Juiz supremo e eterno abordará a injustiça daqueles que se opõem a Ele. Ele chama Deus de Aquele que está entronizado desde a eternidade, lembrando-nos que o reinado do Senhor começou muito antes da rebelião humana.
A referência de Davi falando para quem não há mudanças, transmite a estabilidade e imutabilidade do caráter de Deus. Mesmo com a ascensão e queda de reinos na história terrena, Deus permanece o mesmo, justo e reto. Essa confiabilidade traz a confiança de que Seu julgamento é justo e de que Ele pode defender a causa justa contra toda oposição.
A declaração sobre aqueles que não temem a Deus ressalta a causa fundamental de suas más ações. Eles não têm reverência pelo Todo-Poderoso e, portanto, persistem em condutas destrutivas. Davi sugere que, por se recusarem a honrar a Deus, inevitavelmente enfrentarão as consequências de suas decisões quando Deus responder.
Outra imagem perturbadora se segue: Tal homem estende as mãos sobre os que estavam em paz com ele; profanou a sua aliança (v. 20). Esta passagem revela uma traição pessoal, possivelmente por parte de um amigo ou associado próximo. No contexto histórico da vida de Davi, tais traições não eram incomuns, considerando as muitas conspirações que surgiram durante o seu reinado em Jerusalém.
A traição ressoa profundamente porque destrói a confiança que antes era sólida. Onde havia paz, alguém se voltou para a hostilidade, rompendo o vínculo no qual Davi se apoiava. Essa quebra de confiança aponta para a experiência de Jesus com a traição de Judas (Mateus 26:48-49), nos lembrando de que até mesmo os líderes escolhidos por Deus podem ser feridos por companheiros que se voltam contra eles.
A expressão profanou a sua aliança indica uma transgressão deliberada contra votos solenes. Honra e fidelidade, mandamentos valorizados nas Escrituras (Deuteronômio 23:21), foram descartados em prol de planos egoístas. Davi lamenta a dor dessa traição, confiando que Deus reconhecerá e corrigirá tamanha injustiça.
O salmista continua: Macia era a sua boca como manteiga, mas o seu coração respirava guerra. As suas palavras eram mais brandas que azeite; contudo, eram elas espadas desembainhadas (v. 21). Essa imagem retrata palavras enganosas que aparentam gentileza, mas escondem intenções nocivas. Ela revela a natureza dúbia de um indivíduo que fala com devoção, mas oculta objetivos destrutivos.
Palavras mais macias que a manteiga podem outrora ter acalmado ou encantado, persuadindo os inocentes a baixarem a guarda. Davi destaca que o verdadeiro plano do traidor era o conflito e o dano - seu coração respirava guerra. Tal falsidade contrasta fortemente com o chamado de Deus à sinceridade e à verdade (Salmo 51:6).
A imagem final, contudo, eram elas espadas desembainhadas, ressalta como as palavras do traidor eram tão mortais quanto uma arma física. Davi retrata vividamente o medo e a angústia que advêm de tal duplicidade, lembrando aos leitores que somente Deus pode revelar as verdadeiras intenções e guardar o coração daqueles que confiam nele (Hebreus 4:12).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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