
A abertura do Salmo 57:1-3 diz: Ao cantor-mor. Adaptado a al-tasete. Salmo de Davi. Mictão quando ele fugiu de Saul, na caverna. Esta nota inicial prepara o cenário para um momento em que Davi, que reinou como o segundo rei de Israel por volta de 1010-970 a.C., se vê fugindo do primeiro rei, Saul (que reinou aproximadamente de 1050-1010 a.C.). A caverna, provavelmente localizada em uma área acidentada perto de En-Gedi, às margens do Mar Morto, torna-se um esconderijo temporário para Davi enquanto Saul, movido por ciúmes, busca matá-lo. É nesse contexto tenso que Davi compõe palavras de esperança, se voltando para Deus em um momento de profunda angústia.
A situação histórica de Davi ressalta a intensidade dessas palavras. Ele não é estranho ao perigo, contudo, sua resposta aponta consistentemente para a confiança no Senhor. Mesmo escondido na escuridão de uma caverna, ele olha para a luz da fiel libertação de Deus, lembrando a todos que leem essas palavras que Deus está presente mesmo nas circunstâncias mais ameaçadoras.
Em dizer compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma. Sim, nas sombras das tuas asas me refugiarei, até que passem estas calamidades (v. 1), Davi clama pela bondade divina. Ele repete seu pedido de graça, enfatizando tanto o desespero quanto a confiança. Esconder-se à sombra das asas de Deus sugere uma cobertura íntima e protetora, ecoando uma imagem bíblica frequente do Senhor como um refúgio. Davi reconhece como o caos da vida pode turbulência ao seu redor, mas está determinado a descansar sob a proteção onipotente do Senhor até que o tumulto se acalme.
Essa postura de oração ensina que o verdadeiro refúgio envolve tanto humildade quanto dependência; o pedido de graça de Davi vai além da mera sobrevivência. Ele sabe que a presença de Deus oferece consolo a um coração aflito. Isso prenuncia a segurança compartilhada séculos depois, quando Jesus chama os cansados a virem a Ele em busca de descanso, revelando que o abrigo de Deus permanece aberto para todos os que Nele confiam (Mateus 11:28).
Continuando, ele declara: Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa (v. 2). Essa exclamação se dirige ao Senhor com um título que transmite supremacia e exaltação. Ao chamá-lo de Altíssimo, Davi proclama que nenhum rei terreno, ameaça intensa ou medo pessoal pode ofuscar o governo soberano de Deus. Em seu clamor, Davi confia todos os aspectos de sua vida nas mãos Daquele que ele crê que orquestra e realiza todas as coisas segundo o plano celestial.
Essa oração cheia de fé nos convida a lembrar que, quando as circunstâncias parecem incontroláveis, recorrer Àquele que governa sobre todos os acontecimentos é um caminho seguro para nos mantermos firmes. Davi não apenas se apega à força de Deus; ele também reconhece que seu sucesso final reside na capacidade de Deus de cumprir os propósitos divinos, um tema recorrente na narrativa bíblica, onde Deus consistentemente leva adiante o Seu plano.
Finalmente, Davi testemunha que Ele enviará lá do céu e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer devorar-me. (Selá) Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade (v. 3). Nessas palavras, Davi espera a intervenção celestial. A expressão de esperança do salmista está ancorada na convicção de que Deus agirá para resgatá-lo, contrastando a agressão de perseguidores malévolos com a misericórdia fiel do Senhor. A menção da misericórdia e da verdade revela a natureza da aliança de Deus - Ele é firme em seu afeto e inabalável em sua confiabilidade.
Ao afirmar o resgate divino, Davi exemplifica como a confiança em Deus se expande para além das dificuldades presentes e se estende à segurança para o futuro. O poder salvador descrito aqui encontra, em última instância, sua plenitude em Jesus, cujo sacrifício e ensinamentos sobre a verdade sustentam os mesmos atributos divinos. Nesse sentido, o pedido de libertação de Davi prenuncia a libertação maior realizada por meio do Messias (João 14:6).
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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