
Uma das grandes dádivas que o povo judeu trouxe à humanidade foi a lei, e o Estado de Direito como base para a civilização. Deus deu a lei à recém-formada nação de Israel no Monte Sinai como um dos primeiros e mais fundamentais atos da formação da nova nação (Êxodo 20).
Deus designou os judeus como Seu instrumento escolhido para demonstrar ao mundo como viver de forma construtiva (Êxodo 19:6). Sua aliança/pacto com Israel mostra como se autogovernar e viver de forma construtiva, com amor mútuo. É claro que tal sociedade irá florescer, e Deus promete isso, dizendo a Israel que viver de acordo com Seus mandamentos é um caminho que conduz à vida (Deuteronômio 30:19).
Os Dez Mandamentos têm duas partes básicas. Os quatro primeiros mandamentos deixam claro que Deus, e somente Deus, faz as leis; Ele criou a causa e o efeito morais com a mesma certeza que criou a causa e o efeito físicos. As pessoas podem alegar fazer leis em seu próprio nome ou em nome de algum outro poder (ídolos), mas isso não altera a realidade de que somente Deus é o legislador supremo; todas as coisas operam de acordo com Seus decretos (Colossenses 1:16-17). O quinto mandamento basicamente afirma que aqueles que são jovens demais para reconhecer a autoridade de Deus devem obedecer aos seus pais.
Os últimos cinco mandamentos deixam claro que a principal coisa que Deus quer que façamos é tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, sermos construtivos uns com os outros e amar o próximo como a nós mesmos (Levítico 19:18; Mateus 22:37-39).
A autogovernança baseada no amor e no respeito mútuo constrói a sociedade e traz vida a todos. O egoísmo e a inveja são destruidores. A cultura pagã de exploração traz violência e corrupção à sociedade, levando-a à destruição. Deus destruiu o mundo de Noé porque ele estava cheio de violência (Gênesis 6:11).
Deus deixa claro que Sua intenção é abençoar todos os povos da Terra. Ele até mesmo colocou essa ideia em Sua promessa original a Abraão, de que de seus descendentes todas as nações da Terra seriam abençoadas (Gênesis 12:3).
Há um Deus Criador, e Ele é o Deus de toda a humanidade. Ele não é apenas o Deus dos judeus, mas também dos gentios: Porventura, Deus só o é dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, ele o é também dos gentios (v. 29). Deus é Deus de todos. Isso desde o princípio, e Jesus morreu por todos os povos (João 3:16).
Paulo continua, se é que realmente Deus é um, o qual, pela fé, justificará os circuncisos e, pela mesma fé, justificará os incircuncisos (v. 30). Assim como Deus é um, a raça humana também é uma só. Uma só raça, um só Criador. Este Deus Único veio à Terra para morrer por toda a humanidade. Tanto os judeus (circuncisos) quanto os gentios (incircuncisos) são justificados diante de Deus da mesma maneira: pela fé.
Por que Paulo está trazendo isso à tona? Porque seu público é, supostamente, os crentes gentios mais influentes do mundo (Romanos 1:8), e algumas "autoridades" judaicas que competem com Paulo têm caluniado sua mensagem de boas novas (Romanos 3:8). O objetivo delas é derrubar a mensagem da graça de Paulo, ou seja, que a justificação na presença de Deus vem por meio de um dom gratuito, uma dádiva gratuita, à parte da lei. É provável que, ao escrever esta carta, Paulo estivesse auxiliando Áquila e Priscila, seus companheiros judeus e colaboradores no evangelho da salvação pela graça mediante a fé (Atos 18:2; Romanos 16:3). Eles eram companheiros de equipe, lutando pela mesma mensagem do evangelho.
As "autoridades" judaicas concorrentes sustentavam que a justificação diante de Deus exigia que esses crentes gentios romanos praticassem costumes judaicos, como a circuncisão. O apóstolo Paulo, que defendeu consistentemente os costumes judaicos por toda a sua vida (Atos 28:17), é inflexível ao afirmar que os gentios não têm tal obrigação. Aliás, essa era uma posição endossada pelo Concílio de Jerusalém de Atos 15. Lá, os apóstolos e anciãos afirmaram que a justificação diante de Deus vem unicamente pela graça (Atos 15:11).
Paulo repete a conclusão do Concílio de Jerusalém de Atos 15, de que tanto judeus quanto gentios são salvos da mesma maneira, pela graça. Durante esse concílio, houve muita discussão, e alguns fariseus crentes sustentaram que era necessário que os gentios fossem circuncidados para serem salvos (Atos 15:5).
O apóstolo Pedro, no entanto, proferiu a palavra definitiva do concílio e declarou enfaticamente que viu em primeira mão que Deus havia dado o Seu Espírito aos gentios sem circuncisão (Atos 15:8-9). Além disso, o apóstolo Pedro observou que os judeus nunca haviam cumprido bem a lei e que, no fim das contas, todos eram justificados diante de Deus da mesma maneira: pela graça, por meio da fé (Atos 15:10-11).
As autoridades da igreja, os apóstolos e os presbíteros da igreja de Jerusalém, concordaram com essa conclusão, e Paulo ecoa esse argumento nesta carta aos crentes romanos. Em Romanos, Paulo exorta os romanos a aceitarem a mensagem da graça. Ele afirma que ser circuncidado e obedecer a uma certa forma de ordem religiosa não é necessário para ser justificado diante de Deus. A justificação diante de Deus só ocorre de uma maneira: por meio da obra de Jesus. A justificação aos olhos de Deus é dada e recebida gratuitamente pela fé a todos os povos, tanto aos judeus quanto aos gentios, tanto aos circuncisos quanto aos incircuncisos.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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