
Na seção anterior, Pedro desafiou os crentes a viverem com temor, dando a mais alta prioridade à avaliação futura de Deus sobre sua obra para Cristo durante sua estadia na Terra. Ele também desafiou os crentes a viverem em gratidão, reconhecendo o alto valor do sangue de Cristo que pagou por sua redenção.
Agora, 1 Pedro 1:20-21 explica: "conhecido, na verdade, antes da fundação do mundo, mas manifestado no fim dos tempos por amor de vós" (v. 20), ou seja, Deus tinha o conhecimento completo e antecipado da realidade de quem Cristo é e do que Ele faria na Terra.
Esta é a mesma palavra que Pedro usou para indicar o conhecimento de Deus, com antecedência, sobre o que os crentes farão na Terra, descrevendo-os como aqueles “eleitos segundo a presciência de Deus Pai” (1 Pedro 1:1-2). Agora, em 1 Pedro 1:20-21, esta ação passada de Deus, sabendo de antemão, ocorreu antes da fundação do mundo (v. 20), uma expressão usada para descrever o tempo antes da criação do planeta Terra por Deus (Mateus 25:34; Lucas 11:50; João 17:24; Efésios 1:4; Hebreus 4:3, 9:26; Apocalipse 13:8, 17:8).
Cristo existia antes da criação do planeta Terra por Deus. Jesus era e é Deus, e foi o agente da criação (Colossenses 1:16-17). Pedro continua, mas manifestado, referindo-se à vinda física e visível de Cristo à Terra (Hebreus 9:26, 1 Timóteo 3:16; 2 Timóteo 1:10).
Esta aparição de Cristo à Terra aconteceu no fim dos tempos (v. 20). Esta é uma expressão que indica um período de tempo que começa com a primeira vinda de Cristo à Terra, em Seu nascimento, e termina com a Segunda Vinda de Cristo à Terra para estabelecer Seu Reino (2 Timóteo 3:1; Tiago 5:3; Hebreus 1:2; 1 Pedro 1:5; 2 Pedro 3:3). Paulo chama esta última era de "plenitude dos gentios" (Romanos 11:25).
O propósito da primeira vinda de Cristo à por amor de vós (v. 20), descrevendo os leitores crentes da carta de Pedro. Se Cristo não tivesse vindo à Terra e morrido pelos pecados deles, eles estariam mortos em seus pecados (Efésios 2:1). A vinda de Jesus à Terra proporcionou redenção para o mundo, deu aos leitores de Pedro a oportunidade de crer em Cristo e ir para o céu, deu-lhes o poder do Espírito para viver fielmente e fazer com que sua vida na Terra valesse para a eternidade.
Pedro identifica ainda os leitores desta carta como aqueles que, por ele, tendes fé em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança fossem em Deus. (v. 21). Isso indica que Jesus Cristo não é apenas o objeto de sua fé, mas também o meio ou agente de sua crença em Deus. Esses crentes judeus teriam professado a crença em Deus antes de crer em Jesus. Parece agora que sua crença em Jesus lhes permitiu ver Deus como Ele é e crer n'Ele de uma nova maneira, real e verdadeira.
A obra de Cristo, ao morrer na cruz, os redimiu de seus pecados (Efésios 2:16; Colossenses 1:20; Hebreus 10:10). Agora, eles tendes fé em Deus, são aqueles que confiam em Deus. Podem confiar em Deus, que é aquele que o ressuscitou (Cristo) dentre os mortos (v. 21), pondo fim ao sofrimento de Cristo ao ressuscitá-lo dos mortos.
Além disso, foi Deus quem lhe deu glória (v. 21). A palavra grega traduzida como glória (“doxa”) refere-se à verdadeira natureza de algo que está sendo observado por outros. Por exemplo, o sol e a lua têm diferentes tipos de glória porque têm naturezas diferentes (1 Coríntios 15:41). A natureza de Jesus foi claramente revelada como o Filho de toda a criação (Hebreus 1:5, 15). Por meio de Jesus, o Deus homem, Deus redimiu a glória com a qual originalmente criou os humanos, para reinar como administradores na Terra (Hebreus 2:5-9).
Jesus recebeu toda a autoridade sobre o céu e a terra como humano. Isso foi resultado de Sua obediência até a morte na cruz (Mateus 28:18; Filipenses 2:8). Jesus conquistou a honra e o reconhecimento que merecia por Sua obediência (Hebreus 2:7, 9; 1 Pedro 1:7; 2 Pedro 1:17). Deus também restaurou a Cristo toda a glória que Lhe pertencia antes de vir à Terra (1 Pedro 1:7, 11; 5:1, 4, 10; 2 Pedro 1:17; João 1:14; 17:5). Ele é, portanto, glorificado tanto como Deus quanto como humano.
O resultado da confiança dos seus leitores em Deus e da esperança naquele que ressuscitou dos mortos de modo que a vossa fé e esperança fossem em Deus. (v. 21).
Pedro fala da vossa fé, significando o estado de crer com base na confiabilidade daquele em quem se confia. Hebreus define fé como a evidência de coisas que não se veem e a posse de algo ainda esperado (Hebreus 11:1) Pedro inclui a esperança. Esperança é a expectativa confiante de bênçãos futuras com base nas promessas de Deus, ter esperança com fé é agir como se as coisas que Deus promete fossem tão certas como se já tivessem ocorrido.
Esta fé e esperança estão em Deus, a Pessoa suprema em quem os crentes confiam. Hebreus afirma que é impossível agradar a Deus sem fé (Hebreus 11:6). Pedro deseja que seus seguidores vivam de maneira a agradar a Deus. Ao fazerem isso, eles ganharão o máximo para si mesmos, pois as promessas de Deus excedem em muito qualquer recompensa substituta que o mundo possa oferecer.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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