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The Blue Letter Bible
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1 Pedro 4:10-11 Explicação

1 Pedro 4:10-11 expande a descrição do que significa amar uns aos outros fervorosamente, admoestando os crentes a viverem em comunidade e a servirem uns aos outros. Alguns versículos antes, Pedro exortou os crentes que receberam esta carta a serem fervorosos no amor uns pelos outros, ecoando o novo mandamento que ouviu de Jesus: “Amai-vos uns aos outros” (1 Pedro 4:8, João 13:34).

Em 1 Pedro 4:7-9, Pedro exortou os crentes a serem diligentes na oração, no amor e na hospitalidade — tudo isso no contexto de que o fim desta era está se aproximando, e com ele o julgamento de todas as pessoas. Agora, ele acrescenta outro ponto importante para se concentrar à medida que o fim de todas as coisas se aproxima: usar o dom espiritual. Pedro desafia seus leitores: "cada um de vós, segundo o dom que recebeu, comunicando-o uns aos outros, como bons despenseiros das várias graças de Deus." (v. 10).

Os crentes frequentemente se perguntam qual a melhor maneira de servir a Deus e aos seus irmãos cristãos. A resposta simples de Pedro é que podemos servir uns aos outros da melhor forma aplicando o dom espiritual que Deus nos deu. Pedro faz questão de que seus leitores saibam que cada um recebeu um dom especial.

A partir da frase acima, podemos fazer três observações sobre os dons espirituais. Primeiro, todo crente tem um. A Bíblia diz que cada um tem um. Isso significa que toda pessoa que crê em Cristo possui um dom espiritual.

Uma segunda observação sobre os dons espirituais é que cada um recebeu seu dom. Isso significa que houve um doador. Significa também que houve um tempo definido no passado em que cada crente recebeu seu dom.

Pedro não nos diz quando os crentes receberam seus dons. 1 Coríntios 12:11-13 indica que o Espírito Santo distribui dons espirituais ao crente no momento em que ele se une espiritualmente ao corpo de Cristo. Contudo, em 1 Coríntios 14:1, Paulo diz: “Mas busquem com zelo os dons espirituais”, o que sugere que o Espírito pode conceder dons adicionais depois que alguém crê em Jesus.

A terceira observação sobre os dons espirituais diz respeito à sua denominação. Pedro usa a expressão "um dom especial ". A palavra "especial" não consta no texto grego, como indica o uso de itálico na tradução NASB95. A palavra "dom" é o termo grego "charisma", que se refere a uma habilidade concedida a um cristão (Romanos 12:6, 1 Coríntios 12:4).

A forma de “carisma” usada no versículo 10 está no singular, o que indica que esse dom é singular para cada pessoa. Visto que Pedro não explica como as pessoas devem descobrir seus dons, podemos inferir que nossos dons podem ser evidentes. Seriam aquilo que flui naturalmente de nós, aquilo que “parece fácil” ou aquilo que temos capacidade substancial para fazer.

Para Pedro, a importância dos dons espirituais não reside tanto em possuir o dom, mas sim em colocá-lo em prática de maneira construtiva. Ele exorta: comunicando-o uns aos outros, como bons despenseiros das várias graças de Deus.

A expressão "comunicando-o uns aos outros" vem do verbo "diakoneo" (do qual deriva a palavra inglesa "deacon"), que significa exercer um ministério de serviço (João 12:26, Atos 19:22, 2 Timóteo 1:18, Hebreus 6:10). O objetivo do dom é servir aos outros com amor.

Este ministério de serviço é direcionado uns aos outros, referindo-se mais uma vez aos crentes servindo uns aos outros dentro do corpo de Cristo. A motivação para este ministério de serviço mútuo é servir como bons despenseiros das várias graças de Deus.

Um despenseiro é alguém a quem é confiada a gestão dos negócios ou bens de outra pessoa. Em 1 Coríntios 4:1-2, Paulo afirma ser servo de Cristo e administrador dos “mistérios” que lhe foram revelados. Ele diz: “Ora, requer-se dos administradores que cada um seja encontrado fiel”. Portanto, o objetivo de cada crente deve ser demonstrar ser um administrador fiel do dom espiritual que lhe foi concedido.

Pedro diz aos crentes a quem se dirige que devem se esforçar para serem bons administradores das várias graças de Deus. A palavra grega traduzida como graça é “charis” e se refere ao favor de Deus, como em Lucas 2:52, onde se diz que Jesus cresce em graça (“charis”) diante de Deus e dos homens. Aqui, a graça é descrita como multiforme, ou seja, expressa de várias maneiras. A inferência é que cada pessoa terá um dom que lhe foi especialmente concedido.

Portanto, como cada pessoa é diferente, o favor de Deus se manifestará de muitas formas e maneiras. A multiforme graça de Deus é a expressão multifacetada dos Seus dons através dos membros do Corpo de Cristo. Haverá unidade de propósito com grande diversidade de capacidades. É, portanto, uma solene responsabilidade concedida a cada crente ser um bom administrador dos seus dons.

Vemos uma ideia semelhante expressa em Efésios, onde se diz que cada pessoa tem uma obra específica que “Deus preparou de antemão” para cada um de nós desempenhar:

"Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus, antes, preparou para que andássemos nelas."
(Efésios 2:10)

Este versículo segue imediatamente a afirmação de Paulo de que todos os crentes são salvos pela graça, mediante a fé, independentemente das obras (Efésios 2:8-9). Isso se refere ao passado da salvação, sendo salvos da penalidade do pecado de estarmos separados de Deus. Através da simples fé em Cristo, somos libertos/salvos desse destino por meio da morte de Jesus na cruz (João 3:14-15).

Mas não somos salvos apenas de algo, somos salvos para algo. Somos salvos da separação de Deus para sermos unidos a Ele em Cristo, somos salvos da queda para sermos uma nova criação em Cristo, somos salvos/libertos da incapacidade de servir a Deus para termos uma tarefa a cumprir e as ferramentas para realizá-la.

A tarefa que temos de realizar já foi planejada por Deus: as “boas obras que Deus preparou de antemão” (Efésios 2:10). As ferramentas necessárias para realizar essa tarefa estão contidas em nossos dons espirituais. Isso significa que qualquer dom espiritual que Deus nos conceda será o que precisamos para realizar a tarefa que Ele nos designou, e vice-versa, Ele nos dá a oportunidade de descobrir e aprender a aplicar nossos dons às obras que Ele preparou para nós.

Pedro agrupa todos os dons espirituais em duas categorias principais: dons de falar e dons de servir. Se alguém fala, fale como oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre como da força que Deus dá (v. 11a).

Pedro não identifica individualmente os dons específicos da palavra, talvez porque fossem de conhecimento comum nas igrejas recém-formadas. O que preocupa Pedro em relação aos dons da palavra é o fato de que eles representam a expressão da palavra de Deus. A expressão "palavras de Deus " é a tradução da palavra "logion", que se refere aos ditos de Deus. Isso pode ser observado em:

  • Atos 7:38, onde “logion” são os “oráculos” que Deus deu a Israel por meio de Moisés no Sinai.
  • Romanos 3:2, onde “logion” são os “oráculos” de Deus.
  • Hebreus 5:12, onde “logion” também significa os “oráculos” de Deus.

Em 1 Coríntios 14:1-3, Paulo destaca os dons da palavra como particularmente desejáveis, pois a pregação profética, ou seja, a palavra que exalta as Escrituras e seus princípios, pode proporcionar “edificação, exortação e consolação aos homens” (1 Coríntios 14:3). Isso reforça ainda mais a ideia de que o propósito desses dons é edificar outros na fé e capacitá-los a servir.

Assim como os dons de falar são discutidos como uma categoria ampla, o mesmo ocorre com os dons de servir. Não há uma lista individual de dons. Isso pode ser porque eram de conhecimento comum. Também pode ser porque cada pessoa tem um dom único, designado especificamente para a obra que Deus lhe confiou (Efésios 2:10). De qualquer forma, o foco principal de Pedro aqui diz respeito à fonte de força para servir. Ele lembra aos seus leitores se alguém ministra, ministre como da força que Deus dá (v. 11b).

A palavra força contém a ideia de capacidade ou poder para funcionar eficazmente (Efésios 1:19, 6:10; 2 Pedro 2:11). Pedro nos lembra que nossa capacidade e força para ministrar servindo aos outros é uma força que Deus provê, e não nossa própria energia. Como Paulo afirma em seus escritos, ele pode fazer todas as coisas por meio de Cristo (Filipenses 4:13) e é mais forte e eficaz quando deixa de lado sua natureza humana como "fraqueza" e serve na força de Deus (2 Coríntios 12:9, 13:4).

Seja falando ou servindo, o uso de nossos dons espirituais tem tudo a ver com mordomia. É Deus agindo através de nós, usando as habilidades espirituais que Ele nos deu para nos capacitar a realizar a obra que Ele preparou para nós (Efésios 2:10). Cada pessoa tem um ministério espiritual de servir aos outros no Corpo de Cristo.

Não há limites para este ministério de pregar e servir. Ele pode ser exercido no ambiente de trabalho, como Paulo frequentemente fazia ao confeccionar tendas para suprir suas necessidades financeiras. Pode ser realizado em reuniões de família ou em qualquer assembleia de crentes (Mateus 18:20). Pode ser exercido no seio da família e da comunidade, como Pedro mencionou anteriormente em 1 Pedro 3:1-9.

Pedro nos lembra que isso não é feito para nossa glória, para sermos vistos pelos homens, mas para a glória de Deus. para que, em tudo, Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém. (v. 11c).

O fato de Pedro incluir um "Amém" pode indicar que a frase "Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos" era um ditado ou cântico comum. A questão aqui é que os crentes têm um papel muito importante a desempenhar na glorificação de Deus. Quando usamos nossos dons espirituais para servir aos outros com amor, estamos permitindo que o poder de Cristo flua através de nós. Ao fazermos isso, estamos glorificando a Deus.

A palavra grega traduzida como glória é “doxa”. Ela se refere à essência de algo que é observada por outros. Vemos isso em 1 Coríntios 15:41, que fala da lua, do sol e das estrelas, que possuem diferentes tipos de glória; cada um tem uma essência diferente que pode ser observada.

Neste caso, a essência de Deus se manifesta através das obras do Seu povo; o Seu poder opera por meio das novas criações em Cristo (os crentes) para realizar as obras que Ele preparou de antemão. Portanto, Deus é glorificado porque a Sua essência se manifesta quando boas obras são realizadas de acordo com os Seus mandamentos.

Pedro também falou sobre isso em 1 Pedro 2:12, onde escreve: “As vossas boas obras, como [os gentios] as observam, glorificam a Deus no dia da visitação”. Novamente, as boas obras glorificam a Deus no julgamento, mesmo enquanto os incrédulos caluniam os crentes, chamando-os de “malfeitores” por suas boas obras.

A palavra grega traduzida como domínio é “kratos” e é frequentemente traduzida como “força”. Perto do final desta carta, Pedro dirá: “A Ele seja o domínio para todo o sempre. Amém.” (1 Pedro 5:11). Os tradutores escolheram usar “domínio” corretamente porque o contexto de falar sobre o “fim de todas as coisas” estar próximo e o julgamento de Deus sobre todas as pessoas se correlaciona com o retorno de Jesus em poder para estabelecer o Seu reinado sobre a terra. Como Jesus disse a Pedro pouco antes de ascender aos céus: “Toda a autoridade me foi dada” (Mateus 28:18). Por causa de Sua fiel obediência como testemunha do Pai, Ele recebeu autoridade sobre todas as coisas (Filipenses 2:5-9).

Como vemos em Hebreus 2:5-8, não foram anjos, mas seres humanos em quem Deus escolheu depositar o domínio sobre a Terra. Deus o "coroou" (Adão/humanos) com "glória e honra", designando-o para reinar sobre a criação em obediência a Ele como governante supremo.

Contudo, devido à Queda do Homem, não vemos seres humanos reinando como líderes servos sobre a Terra. Não observamos um padrão amplo de colaboração entre os seres humanos para promover a prosperidade, em harmonia com Deus e Seu plano para a Terra. Em vez disso, vemos morte, destruição, guerras e turbulência.

Contudo, como nos diz Hebreus 2:9-10, vemos Jesus “coroado de glória e honra após sofrer a morte”. Nesse contexto, essa “glória e honra” refere-se à autoridade que Jesus recebeu sobre o céu e a terra como recompensa por sua obediência ao Pai e por seu serviço como fiel testemunha. Jesus recebeu a recompensa de ser o Filho (governante) de toda a criação, como ser humano (Hebreus 1:5). O desejo de Jesus é “levar muitos filhos à glória” com Ele.

Isso significa que, quando os crentes glorificam a Deus fazendo a obra que Ele nos orienta a fazer em obediência a Ele, temos a promessa de que Jesus nos recompensará compartilhando Sua glória conosco (1 Pedro 4:13). Como vemos em Romanos 2:6-7, aqueles que buscam a glória de Jesus por meio de boas obras serão recompensados com a “vida eterna”. Nesse caso, “vida eterna” é uma recompensa e provavelmente se refere à incrível oportunidade de servir com Cristo em Seu “governo”. Como Ele diz em Apocalipse:

"Ao vencedor, fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e sentei-me com meu Pai no seu trono."
(Apocalipse 3:21)

O contexto desta discussão sobre viver com o pensamento constante nas consequências que nossas ações terão no julgamento final reside na questão fundamental: "Por que devo suportar pacientemente o sofrimento injusto?". A resposta é: "Isso glorifica a Deus, assim como o sofrimento injusto de Jesus glorificou a Deus, demonstrando Seu amor por nós". E é benéfico para nós, porque quando fazemos o que Deus nos dá para fazer, cumprimos o propósito para o qual fomos criados, o que nos conduz à vida.

O restante do capítulo 4 pode ser visto como um resumo e uma reafirmação de 1 Pedro 3:18 a 1 Pedro 4:11. Pedro reiterará que os crentes devem esperar enfrentar dificuldades, mas, ao enfrentá-las, devem adotar uma perspectiva de que essas dificuldades oferecem grandes oportunidades. Na medida em que os crentes suportarem o mesmo tipo de sofrimento injusto que Jesus suportou, podemos esperar ser recompensados no juízo final (2 Coríntios 5:10).

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