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The Blue Letter Bible
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2 Coríntios 3:4-6 Explicação

Na seção anterior, Paulo afirmou que não precisava de cartas de recomendação de homens, pois a transformação de corações e vidas dos crentes coríntios é ampla evidência de sua legitimidade como ministro. Cristo transformou seus corações, e Paulo cuidou deles, ajudando-os a crescer. Portanto, Paulo afirmou grande confiança de que sua autoridade seria incontestável.

Ele começa esta seção dizendo: Temos uma tal confiança em Deus por Cristo. (v. 4). Assim como declarou que os Coríntios eram sua carta (2 Coríntios 3:2), ele também foi rápido em dizer que eles eram "uma carta de Cristo" (2 Coríntios 3:3).

Ele está reafirmando o que lhes escreveu em 1 Coríntios 9:

"Se para outros não sou apóstolo, contudo, ao menos para vós o sou; pois o selo do meu apostolado sois vós no Senhor."
(1 Coríntios 9:2)

Ele não precisava de "cartas de recomendação" (2 Coríntios 3:1); os próprios crentes coríntios eram a sua carta e ninguém poderia tirar isso dele. Eram cartas vivas, cartas do Espírito, cartas da nova aliança.

A confiança de Paulo em Deus se dava por meio de Cristo. Ele não se vangloriava nem se recomendava, mas declarava sua dependência de Cristo por meio do Seu Espírito Santo como ministro ou apóstolo da nova aliança.

Paulo está confiante, mas sua confiança não é autogerada. Ele diz: "Não que sejamos capazes por nós mesmos de julgar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus" (v. 5) 

Paulo fez a pergunta em 2 Coríntios 2:16: "E para essas coisas quem é idôneo?" Agora, ele basicamente responde à sua própria pergunta ao usar a palavra grega "hikanos" três vezes na próxima frase, em forma de adjetivo, substantivo e verbo, traduzida como adequado e adequação.

  •  Não que sejamos capazes por nós mesmos, usa o adjetivo, na negativa. Paulo é uma pessoa inadequada por si só.
  • mas a nossa capacidade vem de Deus, usa a forma substantiva. Paulo tem ampla adequação porque a tem de Deus.
  • Foi por meio de Deus e do poder do Seu Espírito que Paulo também se tornou idôneo ministro de uma nova aliança. Esta passagem usa a forma verbal, onde Paulo é ativamente idôneo para viver como servo de uma nova aliança que o Espírito escreveu em seu coração.

A palavra grega traduzida como idôneo, conforme usada no Novo Testamento, carrega o significado de ser apto, apropriado, competente, qualificado, capaz ou digno. João Batista usa a palavra em Mateus 3:11:

"Eu, na verdade, vos batizo com água para o arrependimento; mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno (idôneo) de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo."

Portanto, a palavra idôneo, como usada aqui, aponta para a inadequação ou insuficiência de nossa própria força ou capacidade, mas nossa adequação vem de Deus.

Paulo disse aos coríntios: "Vocês são uma carta de Cristo", mas também são "cuidados por nós" (2 Coríntios 3:3). Isso não vem de nós mesmos, mas nossa adequação vem de Deus. É Deus quem nos dá nossas credenciais como servos de uma nova aliança.

A palavra traduzida como servos vem do grego "diakonous" ou, na forma verbal, "diakonia". É a palavra da qual deriva, entre outras, "diácono". Literalmente, significa "servir às mesas", mas, como era usada nos evangelhos e nas epístolas do Novo Testamento, foi expandida para expressar um serviço em resposta e como expressão do amor de Cristo.

A palavra "diaconia" é traduzida como "ministério" em 2 Coríntios 3:7 e 5:18. Em 2 Coríntios 3:7, o "ministério" mencionado é o da morte, que vem por meio da Lei. Em 2 Coríntios 5:18, os servos ("diakanous") de uma nova aliança também são chamados ao "ministério" ("diakonian") da reconciliação.

E o que é essa nova aliança? Paulo explica, não da letra, mas do espírito; pois a letra mata, mas o espírito vivifica. (v. 6) 

Como aprendemos no próximo versículo, a letra na frase "não da letra" parece se referir às "letras gravadas em pedras" no versículo 7, que são as letras nas tábuas da Lei Mosaica, dadas em Êxodo 20. Paulo diz que a letra mata. Paulo está falando da letra da Lei. A razão pela qual a letra mata é porque a Lei não pode mudar o coração do homem. Podemos viver segundo o Espírito como uma "nova criatura" em Cristo (2 Coríntios 5:17).

Paulo não está condenando a Lei como dada a Moisés por Deus, conforme descrito em Êxodo 31:18. Como Paulo escreve aos crentes em Roma: "De modo que a Lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom." (Romanos 7:12). A Lei é boa, o problema é que nós não somos. Não podemos guardar a Lei, por isso ela nos torna conscientes do pecado, e é o pecado que nos mata (Romanos 7:9-10). No entanto, podemos ser vivificados em Cristo. Podemos cumprir a Lei andando no Espírito (Romanos 8:4).

Paulo afirma em sua carta aos Romanos que "onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Romanos 5:20). Isso nos diz que não podemos pecar mais do que Deus; Sua graça cobre todos os nossos pecados. Alguns podem usar essa realidade para justificar o pecado, dizendo que ele não tem efeito negativo sobre nós. No entanto, Paulo argumenta exaustivamente que, embora a graça de Deus de fato cubra todos os pecados, visto que todos os pecados foram pregados na cruz (Colossenses 2:14), o pecado ainda tem consequências. Como Paulo afirma:

"Pois quê? Havemos de pecar, porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, deste mesmo a quem obedeceis sois servos, quer seja do pecado, para a morte, quer da obediência, para a justiça?"
(Romanos 6:15-16)

Paulo também observa em Romanos 1 que a ira de Deus é derramada sobre o pecado quando Ele nos entrega aos nossos próprios desejos, o que com o tempo leva ao vício e à perda da saúde mental (Romanos 1:24, 26, 28).

Tiago chama a Lei de "lei da liberdade" (Tiago 2:12). A Lei reflete o desígnio perfeito de Deus e os caminhos de vida que nos libertam da escravidão do pecado. Jesus diz em Mateus 5:17: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, vim cumprir."

O problema com a Lei é que, embora ela explicite o desígnio de Deus, não nos dá poder sobre o pecado para vivermos de acordo com o desígnio de Deus. Ganhamos poder para cumprir a Lei quando andamos segundo o Espírito:

"O que a Lei não podia fazer, no que se achava fraca pela carne, Deus, enviando a seu próprio Filho em semelhança de carne de pecado e por causa do pecado, condenou o pecado na carne; para que a exigência justa da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito."
(Romanos 8:3-4)

Como Paulo descreve, o Espírito escreveu a lei de Deus em nossos corações. Mas o Espírito não nos dá apenas o conhecimento do que fazer, mas também o poder.

Então, podemos resumir os pontos de Paulo sobre epístolas/cartas da seguinte forma:

  • Deus escreve a letra dos Seus caminhos no coração de todos os que creem por meio do Espírito. Ao contrário da Lei em pedra, esta letra escrita no coração pelo Espírito dá aos crentes conhecimento e poder para superar a presença do pecado em suas vidas diárias.
  • A vida de um crente fiel escreve uma carta no coração daqueles que os observam (todos os homens) e são influenciados por eles.
  • Cada crente é uma letra de Cristo.
  • O testemunho da vida vivida pelos discípulos de Paulo é o seu currículo ministerial; ele não precisa de uma carta de uma autoridade humana. Está escrito no coração dos coríntios.

Quando lemos a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, um tema abrangente é uma aliança/tratado entre Deus e o homem. Essa aliança/tratado foi inicialmente estabelecida com Adão e Eva quando foram criados por Deus, dando aos humanos o domínio sobre a Terra, para reinar sobre ela em harmonia com Ele, com a natureza e uns com os outros:

"Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra."
(Gênesis 1:28)

O Salmo 8 nos maravilha com o fato de Deus ter escolhido os humanos, que são inferiores aos anjos, para reinar sobre a Terra (Salmo 8:3-6). Infelizmente, os humanos quebraram sua aliança com Deus, escolhendo seguir seus próprios caminhos em vez dos de Deus. Como resultado, a morte entrou no mundo (Gênesis 3:6). Infere-se que Satanás então assumiu o domínio da Terra, visto que Jesus o chamou de "príncipe deste mundo" (João 12:31).

Deus prometeu redenção imediatamente após a Queda (Gênesis 3:15). Deus escolheu cumprir essa redenção prometida por meio da semente de Abraão. Deus fez a Abraão uma promessa de que ele seria abençoado se obedecesse a Deus, deixasse seu lar e sua família e se mudasse para uma nova terra. Deus prometeu que parte dessa bênção seria que todas as nações seriam abençoadas por meio dele (Gênesis 12:3).

Após Abraão ter obedecido plenamente, Deus fez uma aliança com ele e concedeu a terra aos seus descendentes (Gênesis 15:18). Em Gênesis 17, Deus diz a Abrão que Sua aliança com ele e seus descendentes é eterna:

"Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua semente depois de ti, nas suas gerações, por uma aliança eterna, e para que eu seja o teu Deus e o da tua semente depois de ti."
(Gênesis 17:7)

Os descendentes de Abraão acabaram se tornando uma grande nação enquanto serviam como escravos no Egito. Depois que Deus libertou Seu povo do Egito, Ele disse a Moisés no Monte Sinai que os abençoaria grandemente se seguissem Seus caminhos - caminhos que conduzem à vida em vez da morte:

"Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos (pois minha é toda a terra) e vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel."
(Êxodo 19:5-6)

A proposta central desta aliança com a nação de Israel é semelhante à que Deus fez com Adão e Eva: se seguissem os caminhos de Deus, seriam abençoados; se recusassem, sofreriam grande perda. Quando Moisés preparou a segunda geração para atravessar o Jordão e entrar na Terra Prometida, ele apresentou a proposta básica como uma escolha entre a vida e a morte, assim como Deus havia apresentado a Adão e Eva (Deuteronômio 30:15-18).

O formato do acordo que Deus usou com Israel era familiar à época, um formato que os historiadores chamam de estrutura de tratado "Susserano-Vassalo". Ele promete bênçãos pela obediência aos termos do acordo e maldições pela rebelião contra eles. Deus expôs ambas as coisas com bastante clareza (Deuteronômio 28).

Referimo-nos à união matrimonial como a aliança do casamento, e a aliança/tratado de Deus com Israel é corretamente vista como um casamento. No livro de Oseias, Deus usa a imagem de uma esposa adúltera para descrever a infidelidade de Israel a Ele ao quebrar seu voto de honrar o tratado (Êxodo 19:8).

Parece que, sozinhos, nós, como humanos, somos incapazes de seguir um caminho que seja do nosso real interesse. Nessa situação desesperadora, surgiu uma luz brilhante de redenção. Hebreus 2 cita o Salmo 8, observando que Deus concedeu aos humanos a "glória e a honra" de ter domínio sobre a Terra, mas esse não é o estado atual das coisas (Hebreus 2:5-8). No entanto, Jesus restaurou a "glória e a honra" de ter o direito de reinar sobre a Terra (Hebreus 2:9, Mateus 28:18, Filipenses 2:9-10).

Por meio do "sofrimento da morte" (Hebreus 2:9), Jesus realizou essa restauração do direito de reinar. Consistente com a estrutura do tratado Suserano-Vassalo, Jesus recebeu a recompensa de ser um "Filho" ou Primogênito, e com isso o direito de reinar sobre a Terra (Hebreus 1:5, 8, 13). Mas Jesus deseja trazer "muitos filhos à glória", ou seja, Ele deseja compartilhar Seu reinado com aqueles que O seguem no "sofrimento da morte" (Hebreus 2:10, Romanos 8:17b, Apocalipse 3:21). Com isso, Jesus restaura o desígnio original que Deus tinha para a humanidade.

Para saber mais sobre os Tratados entre Susseranos e Vassalos, veja nosso artigo clicando aqui.

Essa restauração completa do design humano é possível graças à nova aliança selada com o sangue de Jesus (Lucas 22:20). A nova aliança é escrita no coração pelo Espírito, e não em tábuas de pedra (como no Monte Sinai). Quando seguimos o Espírito, podemos obter a grande bênção de experimentar a vida. O que o mundo e a carne oferecem é a morte (Gálatas 6:8).

Como a aliança de Deus com Abraão era eterna, Deus passou pelos cadáveres cortados ao meio (um ato tradicional para uma "aliança de sangue") representando a Si mesmo e a Abraão. Deus provavelmente representou a semente de Abraão pela visão de uma tocha (Gênesis 15:17). A semente de Abraão, Jesus, é a luz do mundo. Ele é o ser humano que cumpriu a aliança que Deus fez com a humanidade e Israel e abriu o caminho para a restauração completa do mundo.

Por meio de Sua morte, ressurreição e ascensão, cada pessoa pode participar da nova aliança pela fé, nascendo de novo no Espírito (João 3:14-15). Por meio de Sua obediência até a morte, cada crente pode ser totalmente restaurado ao projeto original de Deus, que era servirmos juntos em harmonia com Deus para reinar sobre a Terra (Hebreus 2:10; Apocalipse 3:21).

Assim como Deus representou Abraão em Sua aliança com Abraão, Jesus nos representa na nova aliança. Ele pagou o preço para nos redimir dos nossos pecados, morrendo em nosso lugar. A aliança de Deus com a humanidade sempre teve a mesma proposição básica, onde somos instruídos sobre como escolher a vida em vez da morte. Agora, porém, a novidade é que Deus nos dá o Espírito Santo de Cristo, que nos capacitará a cumprir a Lei, ou aliança, como Jesus disse em Mateus 5:17.

Como Paulo escreveu aqui, a letra mata, mas o Espírito vivifica. Especificamente, é o pecado que mata, como Paulo afirma em Romanos 7:11. O pecado (fazer escolhas de viver fora do desígnio de Deus) traz a morte. O Espírito, por outro lado, dá vida. A letra da Lei mata porque nos mostra o nosso pecado e nos torna responsáveis por ele, mas não pode mudar o nosso coração. Mas o Espírito pode e muda o nosso coração. Andar no Espírito cumpre a Lei (Romanos 8:4). A Lei de Deus reflete o Seu (bom) desígnio; portanto, quando cumprimos a Lei, semeamos para a vida em vez da morte (Gálatas 6:8).

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