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The Blue Letter Bible
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2 Coríntios 4:16-18 Explicação

Nos versículos anteriores do Capítulo 4, Paulo expôs a esperança de que toda a adversidade que ele experimentou e a morte que inevitavelmente suportará sejam absorvidas pela vida de Cristo. Paulo expressou a esperança de que a vida de Cristo fluísse através dele para vencer a morte neste mundo, e que a vida de Cristo o ressuscitasse para uma nova vida em um novo corpo em uma nova terra.

Ao ser ressuscitado, ele expressou a esperança de que Deus fez todas as coisas por amor ao Seu povo, inferindo que aqueles que andam na fé podem esperar a recompensa de uma grande herança em Cristo (Colossenses 3:23). Ele encerrará o Capítulo 4 expondo a grande esperança que tem na recompensa de Cristo na vida vindoura.

Devido a essa grande esperança, Paulo afirma: Por isso, não desmaiamos (v. 16), mesmo que ele esteja enfrentando grandes dificuldades.

Parece que Paulo completou o ciclo ao usar as mesmas palavras "não desmaiamos" em 2 Coríntios 4:1. "Por isso, tendo este ministério, como alcançamos misericórdia, não desmaiamos". Assim, o capítulo encerra com a frase "não desmaiamos". A ênfase parece apontar para um tema neste capítulo: Paulo está instruindo os crentes a escolher uma perspectiva diante das dificuldades que os ajude a manter o ânimo e a não se desesperar.

Paulo declarou em 2 Coríntios 4:1 que era por meio da "misericórdia" que ele pregava, vivia, ensinava, pregava e escrevia sobre Jesus. Paulo reconhecia a si mesmo e aos outros como "tesouros em vasos de barro" - significando que a glória de Deus brilha através de humanos frágeis (2 Coríntios 4:7). Mesmo enfrentando oposição, o evangelho de Cristo estava se espalhando para cada vez mais pessoas (2 Coríntios 4:15).

Um dos grandes princípios que podemos aprender com Paulo, particularmente nesta carta, é perceber que Deus está sempre trabalhando nos "vasos de barro" dos nossos corpos, mesmo quando não conseguimos ver muita coisa, se é que conseguimos ver alguma coisa acontecendo. Podemos escolher, pela fé, não desanimar, pois podemos nos unir a Paulo e ao salmista do Salmo 116: "Cri, por isso falei", onde Paulo compartilhou a fé de que seria liberto da morte experimentada neste mundo por meio da vida de Cristo (2 Coríntios 4:13).

Podemos lamentar o fato de que nosso corpo mortal pode não ser tão forte quanto antes, ou tão forte quanto gostaríamos, mas Paulo diz que, embora nosso corpo humano esteja se deteriorando, nosso ser espiritual, nosso homem interior, está sendo continuamente renovado: mas, ainda que em nós pereça o homem exterior, o homem interior renova-se de dia em dia. (v. 16).

Paulo não desanima, embora perceba que seu corpo está fraquejando e inevitavelmente sucumbirá à morte. Paulo reconhece que, para todos nós, nosso homem exterior está se deteriorando. Nossos corpos estão destinados a morrer. Ninguém viverá para sempre, não nesta vida. Apesar dessa decadência inevitável, nosso homem interior floresce pela fé; contudo, nosso homem interior renova-se de dia em dia (v. 16).

O fato de o homem interior ser continuamente renovado se deve a uma caminhada de fé em Cristo, em obediência a Cristo. Isso se deve à vida de Cristo fluindo através de nós. Talvez isso seja oferecido como um contraste com aqueles no início do capítulo, que "estão perecendo" dia após dia (2 Coríntios 4:3).

Por homem interior, Paulo fala do seu eu espiritual, e por homem exterior, do seu corpo físico. Em seus escritos, Paulo propõe um modelo mental de si mesmo com os seguintes componentes:

  1. Seu corpo, que ele chama de "carne", dentro dessa "carne" habita o pecado. A carne não é capaz de viver em retidão, estando ligada ao pecado (Romanos 7:18, Gálatas 5:19-21).
  2. Seu espírito, que é feito uma nova criação em Cristo (2 Coríntios 5:17) e habitado pelo Espírito Santo.
  3. Sua vontade, que decide se obedecemos ao Espírito, que leva à vida, ou à carne, que leva à morte, à escravidão e à perda (Romanos 6:16, Gálatas 5:19-23).

Paulo fala em esbofetear o seu homem exterior como um atleta treina o seu corpo para vencer uma competição (1 Coríntios 9:27). O homem exterior inclui a carne, que precisa ser morta diariamente para que possamos andar na obediência de Cristo. Quando andamos na obediência de Cristo, o nosso homem interior é renovado dia a dia. Isso implica que andar na fé é uma atividade cumulativa onde o sucesso gera sucesso.

A palavra grega traduzida como sendo renovada também aparece em Colossenses 3:10, onde Paulo fala de crentes tendo um "novo eu" que está "sendo renovado para um verdadeiro conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou". Parece que a renovação que Paulo tem em mente é que o homem interior seja conformado ao nosso projeto original, para sermos como Deus nos fez ser, e longe da pessoa caída que nos tornamos quando caímos.

Deus originalmente pretendia que os humanos reinassem na Terra em harmonia com Deus, com a natureza e uns com os outros. Em vez disso, caímos e nos tornamos egoístas, desejando extrair e dominar, em vez de servir uns aos outros.

Veremos no próximo capítulo, 2 Coríntios 5:17: "Se alguém está em Cristo, é uma nova criação; passou o que era velho; eis que se fez novo." Este corpo mortal está se decompondo, mas Deus está nos preparando em nosso homem interior para herdar nosso corpo espiritual ressuscitado (1 Coríntios 15:42-44).

Paulo nos dá instruções sobre como realizar essa renovação em Romanos 12:2: "e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.". Neste capítulo, Paulo propõe uma perspectiva sobre o sofrimento que nos permite ver as dificuldades como um caminho para a glória. É uma maneira renovada de ver as circunstâncias e nos levará a uma vida transformada.

Paulo pode ser considerado um resumo da perspectiva que ele nos apresentou neste capítulo no versículo seguinte, dizendo:

Pois a nossa leve aflição momentânea para nós produz cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória, enquanto não olhamos para as coisas que se veem, mas, sim, para as que se não veem; porque as coisas que se veem são temporais, mas as coisas que se não veem são eternas. (v. 17-18).

Aqui, Paulo contrasta a dificuldade que suportou com a promessa de recompensa pela fidelidade que ele acredita que o aguardará na vida futura. Como Paulo detalhou parte de sua aflição nesta carta, em outras cartas e no livro de Atos, a extrema dificuldade que ele está enfrentando está muito longe do que normalmente chamaríamos de aflição leve.

Ele não está menosprezando o que tem e está passando por amor a Jesus, mas agora faz uma comparação. Nos versículos 8 a 11 deste capítulo, Paulo mencionou ter sido "afligido", "perseguido", "perplexo" e "abatido" por amor a Jesus. Mais adiante nesta carta, Paulo detalhará uma série de perseguições que sofreu, incluindo:

  • Prisão
  • Perigo de morte
  • Espancamentos
  • Estar chapado
  • Naufrágio
  • Perigos dos ladrões

Novamente, normalmente não consideraríamos essas coisas como uma aflição momentânea e leve. Paulo também não; ele reconhece a grande dificuldade que suportou. Mas, novamente, ele está fazendo uma comparação. Comparado à glória da recompensa que espera por suportar essas dificuldades fielmente, ele as considera como uma aflição momentânea e leve.

Essas dificuldades não são apenas momentâneas e leves, mas também produz cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória. Na verdade, são as dificuldades que produzem a oportunidade de glória. Paulo escolhe encarar as dificuldades como oportunidades, até mesmo como um privilégio, ao suportar essas dificuldades por Jesus, Paulo tem a oportunidade de ganhar abundantemente um eterno peso de glória.

O uso do termo peso aqui parece transmitir a ideia de "abundância". A questão é que, ao suportar essas dificuldades, Paulo está escolhendo vê-las como um meio de produzir nele uma grande abundância de glória, glória que durará por toda a eternidade (eterno peso de glória).

Paulo menciona a ideia de obter grandes recompensas inúmeras vezes em seus escritos. Abaixo estão alguns exemplos que dão uma ideia do que ele tem em mente quando fala desse eterno peso de glória:

  • Romanos 8:17b, ao suportarmos os sofrimentos de Cristo, compartilhamos Sua herança. Isso corresponde às palavras de Jesus registradas em Apocalipse 3:21.
  • 1 Coríntios 2:9, onde Paulo cita Isaías dizendo que Deus prometeu recompensar aqueles que O amam além de sua capacidade de imaginar.
  • 1 Coríntios 3:11-15, Paulo afirma que a obra de cada pessoa será julgada pelo fogo, e aqueles cujo trabalho permanecer ganharão grandes recompensas.
  • 1 Coríntios 9:25-27, Paulo afirma que ele esbofeteia seu corpo para ganhar o grande prêmio da vida que vem de agradar a Deus por meio da obediência da fé.
  • 2 Coríntios 5:10, Paulo diz que todos os crentes serão julgados e receberão recompensas por suas ações, sejam elas boas ou más.
  • Colossenses 3:23, Paulo diz que devemos fazer tudo o que fazemos como para o Senhor, pois é dele que receberemos a recompensa da herança.

Quando Pedro perguntou a Jesus o que ele e os outros discípulos deveriam esperar receber por deixar tudo para segui-Lo (Mateus 19:27), Jesus respondeu:

Respondeu-lhe Jesus: Em verdade vos digo que vós que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também em doze tronos, para julgardes as doze tribos de Israel. Todo o que tem deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras por causa do meu nome receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna. (Mateus 19:28-29)

É verdade que essa não é uma perspectiva fácil de adotar, principalmente quando passamos por nossas próprias tribulações. Mas Paulo oferece uma perspectiva que nos dá grande esperança de que, se suportarmos essas dificuldades com fé, elas estarão forjando para nós um peso eterno de glória que irá muito além de qualquer comparação com qualquer dor que suportemos nesta vida, decorrente de seguir os passos de Cristo.

O texto grego traduzido na NASV como abundantemente um eterno peso de glória contém as seguintes palavras raiz:

"Hipérbole" - muito/excedendo
"Kata"-mais
"Hipérbole" - excedente/longe
"Eis"-e
"Aonios" - eterno/até o fim dos tempos
"Baros"-peso/abundância
"Doxa" - da glória/essência de algo que está sendo observado

Ao usar a sequência de palavras "hipérbole kata hipérbole" ou "excedendo", "mais", "excedendo", Paulo parece estar indicando que está tão além que não é visível. Ele disse algo semelhante em sua primeira carta, afirmando que não podemos compreender o que Deus tem reservado para aqueles que O amam (1 Coríntios 2:9).

A maneira de fazer essa comparação que faz com que as dificuldades existentes não sejam nada diante da glória futura é enquanto não olhamos para as coisas que se veem, mas, sim, para as que se não veem; porque as coisas que se veem são temporais, mas as coisas que se não veem são eternas. (v. 18).

Paulo quer que não nos concentremos nas coisas que se veem, que são as circunstâncias difíceis que enfrentamos por sermos fiéis ao evangelho. Em vez disso, Paulo nos exorta a nos concentrarmos nas coisas que se não veem, que são as promessas da grande recompensa que Deus oferece àqueles que andam fielmente e vencem a tentação e a rejeição do mundo, assim como Jesus venceu (1 Coríntios 2:9; Apocalipse 3:21).

Poderíamos naturalmente perguntar como podemos olhar para coisas que não podemos ver. A resposta é fé. Hebreus define fé como a "Ora, a fé é a substância das coisas esperadas, a prova das coisas não vistas." (Hebreus 11:1). Fé é ter convicção daquilo que não se vê, como se víssemos porque as coisas que se veem são temporais, mas as coisas que se não veem são eternas. (v. 18).

As coisas que podemos ver nesta vida passarão (Mateus 13:31, 2 Pedro 3:10) mas as coisas que não podemos ver atualmente nesta vida permanecerão para sempre; elas são eternas. Através dos olhos da fé, podemos ver o que permanecerá e nos apegar a isso, quando adotamos essa perspectiva, podemos ver as dificuldades atuais que enfrentamos devido à nossa obediência a Cristo como um pequeno preço a pagar por grandes riquezas. Essa é a perspectiva de Paulo, e ele exorta seus seguidores a adotá-la também.

Em sua última carta escrita a Timóteo, coautor desta (2 Coríntios 1:1), Paulo o exorta a suportar as dificuldades por causa do grande prêmio que aguarda aqueles que perseveram até o fim (2 Timóteo 2:1-6). Paulo está prestes a ser martirizado por causa de sua fé, e sua principal preocupação é que Timóteo não receba a mensagem errada e tente evitar o martírio, mas sim que siga seu exemplo, pois ele aguarda uma grande recompensa quando partir (2 Timóteo 4:8).

O escritor aos Hebreus também resume esta perspectiva de fé quando diz que devemos manter nosso foco em

“…fitando os olhos em Jesus, Autor e Consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe foi proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está sentado à destra do trono de Deus.”
(Hebreus 12:2)

Vemos nesta passagem de Hebreus que Jesus considerou a "vergonha" imposta a Ele pelo mundo como uma aflição momentânea e leve. "Desprezar" algo é não lhe dar valor. Jesus claramente ficou profundamente magoado com a "vergonha" e a rejeição do mundo. Mas a "alegria que Lhe estava proposta" em suportar essa rejeição era incomparável.

Qual era a "alegria" que estava "proposta" a Jesus? Era "sentar-se à direita do trono de Deus". Somos informados de que Jesus recebeu autoridade para reinar porque foi obediente até a morte na cruz (Mateus 28:18, Filipenses 2:7-10, Hebreus 2:9-10, Apocalipse 3:21). Isso era um peso eterno ou abundância de glória.

Como nos é dito em Hebreus 2, os humanos foram originalmente coroados com a "glória e honra" de serem designados para reinar sobre a Terra, mas perderam isso na Queda do Homem. Mas Jesus restaurou essa "glória e honra" por meio do "sofrimento da morte" (Hebreus 2:9). Jesus deseja trazer muitos a essa "glória" (Hebreus 2:10). A maneira de obter essa grande recompensa é segui-Lo no sofrimento da rejeição do mundo. Ao adotar essa perspectiva, cada um de nós pode considerar suportar dificuldades por amor a Cristo como uma aflição momentânea e leve, em comparação com o peso eterno da glória que Deus prometeu para aqueles que andam na obediência da fé, seguindo os Seus caminhos.

Para adotar essa perspectiva, precisamos acreditar no que não se vê e considerá-lo mais real, mais duradouro (eterno) do que aquilo que se vê. Aquilo que se vê é temporal e passará. Ao adotar essa perspectiva, podemos viver acima das nossas circunstâncias.

É importante dizer que, em tudo isso, precisamos ter certeza de que não estamos sofrendo por causa de um mau comportamento. É vital manter uma boa consciência; sofrer por causa de uma transgressão não traz um peso eterno de glória (1 Pedro 3:16). A perspectiva de Paulo reflete uma mente renovada, uma perspectiva que é eterna em vez de temporal, uma perspectiva que se fixa no que durará em vez do que passará. Foi dessa maneira que ele pôde viver uma vida transformada e, por meio de seus ensinamentos e exemplo, ele nos convida a viver uma vida transformada também (Romanos 12:1-2).

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