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The Blue Letter Bible
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2 Coríntios 7:5-11 Explicação

Ouvimos muito sobre as aflições e dificuldades de Paulo, e falaremos especificamente sobre elas mais adiante na carta (2 Coríntios 11:23-28). Agora, Paulo quer reforçar o fato de que não quer condenar os coríntios nesta carta, mas está confiante de que eles responderão favoravelmente (2 Coríntios 7:3-4).

Então, ele começa a revelar a fonte de seu conforto e alegria: Pois, ainda quando chegamos à Macedônia, nenhum repouso teve a nossa carne; antes, por todos os lados, sofremos tribulação; combates fora, sustos dentro. (v. 5).

Paulo havia explicado algumas de suas viagens a respeito de seu ministério em Corinto nos capítulos um e dois desta carta (2 Coríntios 1:16, 2:13). Ele havia planejado visitar Corinto (veja o mapa) a caminho da Macedônia antes de seguir para a Judeia (provavelmente para levar uma oferta dos gentios para prover auxílio e dar um testemunho). No entanto, ele abruptamente deixou a história inacabada e compartilhou o que vimos nos capítulos dois a seis a respeito de seu ministério e apostolado.

Agora, ele retorna à sua jornada no versículo 5, como afirma quando chegamos à Macedônia. Após sua visita a Corinto, ele não os revisitou como havia planejado anteriormente, pois não acreditava que seria construtivo (2 Coríntios 2:1). Portanto, Paulo não voltou a Corinto, mas enviou Tito de Éfeso a Corinto com o que ele agora chama de uma carta que lhes causou tristeza (v. 8).

Ele esperava que a carta fosse bem recebida, mas não tinha certeza, por isso estava ansioso para receber notícias de Tito. Paulo chegou a Trôade (ver mapa) "quando uma porta se me abriu no Senhor" (2 Coríntios 2:12). Ele esperava encontrar Tito lá e ouvir como a carta fora recebida em Corinto, mas Tito não estava lá.

Paulo disse no capítulo 2: “Não tive descanso para o meu espírito” (2 Coríntios 2:13), pois ainda estava ansioso para saber como estavam as coisas em Corinto. Ele retoma a narrativa aqui com praticamente a mesma descrição, dizendo: Pois, ainda quando chegamos à Macedônia, nenhum repouso teve a nossa carne; antes, por todos os lados, sofremos tribulação; combates fora, sustos dentro. (v. 5).

Quando comparamos 2 Coríntios 2:13 com o versículo 5, podemos ver que Paulo estava perturbado tanto em seu espírito (sustos dentro) quanto em sua carne (combates fora). Nossos espíritos são nossa pessoa interior. Quando morremos, nossos espíritos continuam existindo, mas são separados de nossos corpos (Tiago 2:26). Como Paulo afirmou, o homem interior de qualquer crente se torna uma nova criação em Cristo ao nascermos de novo pela fé em Jesus (2 Coríntios 5:17). Uma vez que os crentes estão em Cristo, eles vão para "casa" com o Senhor após sua morte, como Paulo afirmou em 2 Coríntios 5:8.

No entanto, enquanto estamos nesta vida, vivemos a realidade de que a nova criação (a nova natureza do crente) ainda reside em um corpo humano. Paulo frequentemente se refere a esse corpo humano como nossa carne. O objetivo de Paulo é esbofetear seu corpo para que seus desejos naturais não sejam um impedimento para vencer a corrida da vida, sendo uma testemunha fiel de Cristo (1 Coríntios 9:24-27). Nesse caso, ele estava lidando com medos internos, bem como com conflitos externos. Portanto, ele foi afligido por todos os lados. Cada aspecto do seu ser foi afetado.

Paulo enfrentou oposição em quase todos os lugares por onde passou, mas declarou anteriormente que via isso como uma "aflição leve e momentânea" em comparação com o "peso eterno de glória" com que Jesus o recompensaria por sua perseverança fiel (2 Coríntios 4:17). Portanto, embora não gostasse nem buscasse o sofrimento, ele o suportava com esperança. Parece que Paulo estava vivenciando os conflitos externos, como era típico de seu ministério.

Parece também que ele expressa aqui a profundidade de seu cuidado por seus filhos na fé em Corinto. Sabemos, por sua experiência após fugir para Atenas, onde provavelmente deveria permanecer escondido, que ele se arriscou mais uma vez para pregar o evangelho aos atenienses (Atos 17:16-17). Isso porque "seu espírito estava sendo provocado dentro dele".

Mas quando seus filhos coríntios na fé estavam cambaleando para a falsidade, isso não provocou seu espírito da mesma forma que em Atenas, em vez disso, trouxe-lhe imensa preocupação e acrescentou medos internos, ele temia por seus filhos e procurou protegê-los do mal.

Parece que, como Tito não apareceu, ele não só temia por sua segurança (combates fora), mas também pela condição da igreja em Corinto (sustos dentro). Agora, quando parece que Paulo pode cair em desespero, ele irrompe com boas novas: Porém Deus, que conforta os humildes, nos confortou com a chegada de Tito; (v. 6).

Essas duas palavras, "Porém Deus", são transformadoras e vivificantes não apenas para Paulo, mas também para todos os que estão "em Cristo". Quando as coisas ao nosso redor parecem sombrias, como aconteceu com Paulo naquele momento, a frase "Porém Deus" muda a equação. Quando os discípulos de Jesus ouviram Sua conversa com um homem comumente chamado de "o jovem rico", ficaram surpresos com as implicações de Seus ensinamentos. Mas Jesus os confortou afirmando: "mas para Deus tudo é possível" (Mateus 19:26).

Mas Deus, que consola os deprimidos. Paulo estava se referindo a si mesmo quando mencionou os humildes? O contexto sugere que sim. Paulo explica que Deus nos confortou com a vinda de Tito. O "nós" a quem Deus confortou estaria necessariamente relacionado aos humildes que precisavam de conforto.

A palavra grega traduzida como "humildes" também pode ser traduzida como "abatido", "manso" e "deprimido". Paulo tinha medos internos que o faziam ficar abatido por preocupação com seus filhos espirituais em Corinto mas Deus providenciou conforto neste caso, o conforto veio por meio de outro crente, Tito.

Para qualquer crente, todos os que estão "em Cristo", a vida acontece. É muito provável que qualquer crente experimente conflitos externos e medos internos. Jesus orou por todos os crentes em João 17:15, dizendo: "Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno". Jesus também disse: "Eu vos tenho falado essas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo; eu tenho vencido o mundo." (João 16:33). Podemos esperar encontrar dificuldades nesta vida. De fato, em 2 Timóteo 3:12, Paulo insiste que qualquer um que deseje "viver piedosamente em Cristo Jesus será perseguido".

Quando a vida acontece e estamos abatidos, desanimados, humilhados ou humildes, podemos nos lembrar do apóstolo Paulo, que disse: “Porém Deus, que conforta os humildes”.

A palavra grega traduzida como "conforto " é "parakaleo", ela aparece 18 vezes em 2 Coríntios. Uma seleção dessas ocorrências pode fornecer uma visão adicional sobre a noção de "conforto" de Paulo.

  • Na declaração inicial de Paulo, ele mencionou que Deus “nos consola em todas as nossas tribulações” (2 Coríntios 1:4). Este parece ser o tema da carta, e de fato Paulo está dando um testemunho pessoal de como Deus lhe deu conforto aqui no Capítulo 7.
  • Paulo também encorajou os coríntios a "consolar" e "reafirmar o amor" pela pessoa que haviam disciplinado (2 Coríntios 2:7-8). Conforto não é algo que podemos receber apenas por meio da ação de outros (como Tito). Também podemos ser intencionais em confortar os outros.
  • Em 2 Coríntios 5:20, “parakaleo” é traduzido como “estavam fazendo um apelo”. Da mesma forma, “parakaleo” é traduzido como “instar” em 2 Coríntios 6:1. Entendemos, nesses usos, que a palavra “conforto” não se refere tanto a um resultado emocional, mas sim a uma mudança de perspectiva que leva à comunhão, à conexão e à esperança.
  • Veremos também que “parakaleo” é traduzido como “instar” em 2 Coríntios 9:5, 10:1 e 12:18, bem como “implorou” em 2 Coríntios 12:8. Isso pode inferir que Paulo foi consolado com a vinda de Tito pela mensagem que este lhe trouxe.

Paulo foi consolado por Deus com a chegada de Tito (v. 6). Paulo o havia enviado a Corinto para entregar sua carta e ministrar em seu nome e em nome de Deus aos coríntios. Quando Tito não apareceu no local de reunião em Trôade, Paulo ficou muito preocupado.

Tito era um colega querido, e Paulo obviamente tinha grande fé nele para enviá-lo a Corinto, sabendo que enfrentaria uma situação difícil, portanto, o simples fato de vê-lo, de que ele estava vivo e bem, provavelmente foi um grande encorajamento. No entanto, seu conforto foi muito além de apenas vê-lo fisicamente. E não somente com a chegada dele, mas também com o conforto com que ele foi confortado em vós, enquanto nos referia as vossas saudades, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, de modo que ainda mais me regozijei (v. 7).

A chave para o "parakeleo" parece estar enraizada no que Tito conforto a Paulo. O ponto-chave mencionado por Paulo é que os coríntios expressaram a Tito, que por sua vez relatou a Paulo, um anseio, bem como luto e zelo por Paulo. Portanto, Paulo sabia que sua comunhão e parceria com eles na missão compartilhada de viver e ensinar o evangelho era ininterrupta. Assim, os temores internos de Paulo foram aliviados. Ele se rehojizou ainda mais porque sua comunhão com eles era segura.

Paulo estava muito preocupado com a forma como sua carta de pesar seria recebida pelos coríntios. Paulo diz: "Pois, ainda que eu vos entristeci com a minha carta, não me pesa isso; se bem que me tivesse pesado (vejo que aquela carta vos entristeceu ainda que por breve tempo)" (v. 8). Antes de Paulo perceber que a carta teve um efeito positivo, parece que ele começou a se arrepender de tê-la escrito.

Talvez ele tivesse receio de que o "mensageiro", neste caso Tito, pudesse ser maltratado. Infere-se que os mesmos tipos de inimigos que ele havia encontrado em outros lugares chegaram a Corinto. Paulo tinha bastante experiência com esses oponentes do evangelho de Cristo exercendo violência, inclusive apedrejando-o e deixando-o para morrer (Atos 14:19).

Além disso, Paulo pode ter começado a duvidar que suas palavras corretivas fossem apropriadas. A intenção de Paulo era o benefício deles, e talvez ele tivesse começado a questionar se havia feito a escolha certa de palavras, palavras que seriam eficazes.

Dado esse contexto, podemos imaginar alguns dos medos com os quais Paulo pode ter lidado:

  • Enviei Tito ao sofrimento ou mesmo à morte?
  • Foi apropriado escrever a carta que causou tristeza aos coríntios?
  • Meus filhos na fé perdurarão ou serão atraídos e devorados?

Portanto, o simples fato de Tito ter aparecido, e não apenas por sua vinda, foi de grande conforto para Paulo. Após receber o relato de Tito, Paulo ficou ainda mais consolado pela forma como Tito havia sido recebido em Corinto, como os coríntios receberam sua mensagem: "Mas também com o conforto com que ele foi confortado em vós". Os crentes coríntios haviam recebido e abraçado a palavra de Paulo. Portanto, Paulo se alegrou ainda mais.

Paulo pareceu um tanto sobrecarregado ao receber o relatório e pôde perceber a profundidade da preocupação dos coríntios por ele e por Tito. Ele ficou comovido ao escrever: "as vossas saudades, o vosso pranto, o vosso zelo por mim" (v. 7).

Paulo certamente poderia ter tido dúvidas sobre se os coríntios queriam vê-lo novamente, mas o seu anseio foi um apelo pessoal dos coríntios para expressar o desejo de vê-lo e ouvi-lo. Paulo também se comoveu com o seu luto, ou profunda tristeza pelo que Paulo havia expressado em sua carta que lhe causou tristeza (v. 8). O fato de os crentes coríntios estarem de luto indica um profundo arrependimento. Esse arrependimento diante de Deus provavelmente levou a um zelo por Paulo, um desejo de ter sua comunhão com ele restaurada.

Parece que, nesse ponto, o amor e o cuidado que Paulo sentia pelos coríntios estavam sendo retribuídos. Parece tê-lo tocado profundamente, tão profundamente que ele poderia dizer que fiquei ainda mais feliz depois que ele ouviu a resposta de Tito.

Podemos nos perguntar, já que Paulo parece indicar aqui que há uma reciprocidade ocorrendo, por que ele anteriormente exortou os coríntios a retribuírem sua afeição por eles (2 Coríntios 6:11-13). Quando os leitores coríntios chegassem à passagem refletida no capítulo 6, reconheceriam a reciprocidade que já haviam expressado, observada por Paulo no versículo 7.

Portanto, podemos presumir que, no capítulo anterior, Paulo os esteja encorajando a continuar naquele relacionamento e não voltar atrás. Neste capítulo, parece que Paulo está expressando uma razão tangível para a confiança que tem neles, mencionada em 2 Coríntios 7:4.

Paulo agora reconhece que lhes causou tristeza, dizendo: "Pois, ainda que eu vos entristeci com a minha carta, não me pesa isso" (v. 8a). Depois de Paulo ter enviado a carta que lhes causou tristeza, houve momentos em que ele não tinha certeza se deveria ter sido tão forte em suas palavras, principalmente quando não ouviu ou recebeu uma resposta por um tempo. Isso é indicado por ele ter acrescentado "embora eu me arrependesse". Isso provavelmente faz parte dos temores contidos no versículo 5, questionando se deveria ter enviado a carta.

A maioria de nós provavelmente já sentiu arrependimentos, pelo menos temporários, ao dizer ou escrever algo que achamos que poderia ter causado tristeza ou dor. Agora, porém, ao receber o relatório positivo de Tito, Paulo consegue dizer: "Não me arrependo". Ele consegue ser aberto e transparente ao continuar : "Embora eu tenha me arrependido - pois vejo que aquela carta lhes causou tristeza, ainda que apenas por um tempo" (v. 8b).

Paulo não se arrepende mais de ter enviado a carta, pois a tristeza que ela causou levou a um resultado positivo. Levou os coríntios a um estado de arrependimento. Sabemos, por versículos anteriores, que a ideia de que ele pudesse ter causado tristeza aos coríntios o perturbava muito (2 Coríntios 2:4; 7:5). Agora, porém, ao ouvir sobre o resultado positivo de Tito, ele pode dizer: "agora, me regozijo, não de que fostes entristecidos, mas de que fostes entristecidos para o arrependimento" (v. 9a).

Arrependimento é uma palavra forte, é o que João Batista pregou, ele exortou o povo de Deus a "Dai, pois, frutos dignos do vosso arrependimento" (Mateus 3:8). Isso indica que o arrependimento envolve uma mudança de perspectiva sobre o que é verdadeiro e o que é do nosso melhor interesse. Essa mudança de perspectiva leva a uma mudança nas escolhas de vida.

Jesus disse que veio chamar os pecadores ao arrependimento (Mateus 9:13). Atos registra um caso em que Pedro conta a outros judeus por que ele visitava e comia com os gentios, porque Deus lhes havia dado o Espírito Santo, assim como Ele deu o Espírito Santo aos judeus. Os que ouviram Pedro exclamaram atônitos: "Pois bem, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida" (Atos 11:18). Em ambos os casos, uma grande mudança de perspectiva é necessária para que a condição seja descrita como arrependimento.

Em 2 Coríntios 12:21, Paulo usará a forma verbal da palavra traduzida como arrependimento no versículo 9. Lá, temos uma lista das ações das quais Paulo desejava que os coríntios se arrependessem: "contendas, inveja, temperamentos irados, disputas, calúnias, fofocas, arrogância, perturbações". Não temos uma cópia da carta que deixou os coríntios tristes, mas essa lista infere que Paulo os repreendeu por esses comportamentos e os incentivou a se afastarem deles e começarem a servir e amar uns aos outros.

Em sua carta aos Gálatas, Paulo fez uma lista semelhante, que chamou de "obras da carne" (Gálatas 5:19-21). Ele afirma que andar nesses caminhos carnais leva a uma cultura de morder, devorar e consumir uns aos outros (Gálatas 5:15). Paulo deseja que os crentes em Corinto sirvam e amem, em vez de se devorarem e consumirem uns aos outros.

Portanto, a ênfase de Paulo fica clara quando ele continua: "porque fostes entristecidos segundo Deus, para que da nossa parte em nada fôsseis prejudicados." (v. 9b). O arrependimento de Paulo por ter escrito uma carta de repreensão deu lugar a conforto e alegria quando ele soube que a igreja de Corinto havia se arrependido, em grande parte como resultado da carta de Paulo.

O arrependimento deles não era para Paulo, mas para Deus: fostes entristecidos segundo Deus. O verdadeiro arrependimento vai além da nossa expressão ao homem, embora isso muitas vezes seja importante (Tiago 5:16). O arrependimento que Paulo buscava era uma mudança de coração diante de Deus. Paulo não buscava o controle dessas pessoas, em vez disso, buscava o bem-estar delas, pastoreando-as para que tivessem uma comunhão de obediência a Cristo.

Davi demonstra verdadeiro arrependimento em seu penitente Salmo 51, quando deixa claro que a necessidade fundamental é ter um coração limpo diante de Deus:

Pois as minhas transgressões, eu as reconheço; e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti só, pequei e fiz o que é mal diante dos teus olhos, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.
(Salmo 51:3-4)

O Novo Testamento promete que quando temos consciência do pecado e o confessamos a Deus, Ele nos perdoará e nos purificará de toda injustiça (1 João 1:9).

Paulo se alegra porque os coríntios se arrependeram diante de Deus. Ele lhes diz que não foram prejudicados por Paulo ou Tito, para que da nossa parte em nada fôsseis prejudicados.

A palavra grega traduzida como "nada fôsseis prejudicados" é "zemioo". Essa palavra também ocorre na primeira carta de Paulo, quando ele fala sobre as ações de cada crente sendo julgadas por Jesus em Seu tribunal:

“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas o tal será salvo, todavia, como através do fogo.”
(1 Coríntios 3:15)

Em 1 Coríntios 3, “zemioo” é traduzido como “ele sofrerá perdas”. Neste caso, a perda sofrida são recompensas de Deus por viver nesta vida como uma testemunha fiel. Em 2 Coríntios 5:10, Paulo também admoestou cada crente coríntio a viver de maneira a obter boas recompensas no tribunal de Cristo.

Aqui em 2 Coríntios 7, pode ser que Paulo tenha em mente não apenas recompensas na vida futura, mas também consequências nesta vida. No versículo seguinte, Paulo afirma: "Pois a tristeza segundo Deus produz arrependimento para salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte." (v. 10).

Paulo contrasta aqui, no versículo 10, o arrependimento para salvação, o qual não traz pesar. A tristeza segundo Deus nos liberta do arrependimento, isso porque, por meio de Cristo, os crentes podem receber o perdão e a restauração da comunhão (1 João 1:9). Por outro lado, a tristeza do mundo leva à perda e à separação. A separação do desígnio de Deus para nós é morte. Talvez estejamos separados dos nossos sonhos, do nosso propósito ou da comunhão com Deus e com os outros.

Parece que Paulo ansiava por não ser um agente da tristeza mundana, ele não queria que os coríntios sofressem perdas por nossa causa (v. 9), pois a carta de Paulo havia levado à amargura e à separação. Ele ficou muito aliviado por sua carta ter cumprido o propósito pretendido e se tornado uma fonte de arrependimento vivificante para aqueles a quem ele amava.

O resultado do arrependimento dos coríntios (provavelmente devido aos tipos de comportamento que ele lista mais tarde, em 2 Coríntios 12:21), ele descreve como salvação (v. 10). A palavra grega traduzida como salvação é "soteria" e significa que algo está sendo libertado. O que está sendo libertado depende do contexto por exemplo, em Atos 27:34, Paulo exorta seus companheiros de viagem em um navio que enfrentava uma grande tempestade no mar a comerem algo "para a sua preservação [soteria]". Nesse contexto, o alimento os ajudaria a livrar suas vidas físicas da destruição durante a tempestade.

Neste caso, o contexto se refere ao arrependimento dos coríntios, sendo libertados da tristeza do mundo, que produz a morte. Quando qualquer crente se arrepende e muda seu comportamento para viver na vontade de Deus, é liberto das consequências adversas do pecado. O pecado sempre produz algum tipo de morte (Romanos 6:23). Morte é separação, e pecado é viver separado do nosso projeto. Quando vivemos separados do nosso projeto, consequências adversas são um resultado inevitável.

A tristeza mundana normalmente cria em nós um espírito mortal de amargura, raiva, ressentimento ou falta de perdão. Ela produz as obras da carne (Gálatas 5:19-21; 2 Coríntios 12:21). Esse tipo de tristeza é, segundo Paulo, a tristeza do mundo que produz a morte.

Agora Paulo explica com entusiasmo os frutos positivos da tristeza piedosa do arrependimento produzida neles: Vede quão grande solicitude operou em vós o serdes entristecidos segundo Deus (v. 11a).

A palavra grega traduzida como solicitude também é traduzida em outros versículos como “diligência” (Romanos 12:8,11, Hebreus 6:11, 2 Pedro 1:5) e “esforço” (Judas 1:3). O arrependimento dos coríntios produziu uma intencionalidade deliberada de esforço para realizar coisas boas, ações vivificantes que estão em consonância com a orientação do Espírito e o bom desígnio de Deus.

Eis um chamado para que os coríntios e nós prestemos muita atenção ao que a tristeza do mundo produz morte. Vede quão grande solicitude operou em vós o serdes entristecidos segundo Deus; sim, que defesa própria, que indignação, que temor, que saudade, que zelo, que vingança! Em tudo destes provas de ser inocentes neste negócio.(v. 11)

O bem que a tristeza segundo Deus produziu em vocês é um comportamento que demonstrou que os coríntios eram inocentes no assunto.

A palavra grega “apologia” é aqui traduzida como defesa própria. A palavra portuguesa “apologética” deriva dessa raiz e se refere a uma defesa fundamentada, nesse caso, o comportamento demonstrado pelos coríntios aparentemente forneceu uma justificativa completa que os isentou de culpa.

A vindicação provavelmente se refere à situação contenciosa mencionada em 2 Coríntios 2:1-4, que resultou na disciplina e exclusão temporária de um de seus membros pela igreja de Corinto. Talvez Paulo tenha aprendido isso pelo relato de Tito (2 Coríntios 7:6).

Que indignação poderia expressar a indignação apropriada que os coríntios sentiam em relação àqueles que causavam problemas na igreja ao fazerem acusações contra Paulo e seu evangelho da graça? Que medo ou alarme poderiam causar-lhes a capacidade de enxergar claramente como esse assunto poderia afetar sua caminhada e a integridade de sua comunhão com Deus e uns com os outros, o que, em última análise, afetaria suas recompensas no julgamento de Cristo (2 Coríntios 5:10-11).

O temor também pode se aplicar ao temor piedoso do Senhor, que é o princípio do conhecimento e da sabedoria (Provérbios 1:7, 9:10, 2 Coríntios 5:11). Talvez o temor ao Senhor os tenha levado a ter discernimento e a seguir o caminho certo.

O anseio ou desejo que os coríntios agora têm e querem mostrar, talvez até pessoalmente, parece incluir seu relacionamento restaurado com Paulo e sua aceitação de seu apostolado e liderança.

O zelo é uma indicação de que eles queriam responder a Paulo e informá-lo de seu arrependimento. Paulo usou a mesma palavra grega traduzida aqui no versículo 11 como zelo em 2 Coríntios 7:7, onde Paulo ficou positivamente impressionado com o "zelo por mim" dos coríntios. Isso poderia se referir a esse zelo. No entanto, o zelo deles por Paulo teria que se concentrar principalmente no Senhor para ser bem recebido por ele, porque Paulo insiste consistentemente que as pessoas não devem segui-lo, mas sim imitar seu seguimento de Cristo (1 Coríntios 3:4-7, 2 Coríntios 3:5).

Paulo aprendeu com Tito sobre o arrependimento dos coríntios (2 Coríntios 7:6). Ele aprendeu que eles lidaram adequadamente com aqueles que estavam errados. Paulo continua seu elogio ao tratamento adequado que eles deram aos que estavam errados, exclamando: "Que vingança pelo erro?".

O contexto indica que Paulo não está fazendo uma pergunta, mas sim uma exclamação hiperbólica de que a vingança deles pelo mal foi uma aplicação excepcional da justiça. Ele se orgulha deles e os informa. A expressão "vingança pelo mal" traduz uma única palavra grega, "ekdikesis". Também é traduzida como "justiça" (Lucas 18:7-8), "punição" (1 Pedro 2:14) e "vingança" (Lucas 21:22, Atos 7:24, Romanos 12:19, Hebreus 10:30) e "retribuição" (2 Tessalonicenses 1:8).

A ideia parece ser que uma ação recebeu uma consequência justa. Nesse caso, a igreja lidou adequadamente com o falso ensino e se distanciou do perpetrador. No início da carta, Paulo encorajou os coríntios a restaurar a comunhão com a pessoa punida, pois já haviam sofrido o suficiente (2 Coríntios 2:6-7).

O comportamento relatado levou Paulo a concluir: Em tudo vocês se mostraram inocentes no assunto (v. 11c).

É provável que Paulo esteja afirmando que a tristeza piedosa deles os levou ao verdadeiro arrependimento e que eles demonstraram esse arrependimento por meio de suas ações, incluindo o tratamento dispensado a Tito e sua disposição em disciplinar o ofensor. Assim, Paulo os elogiava por suas ações serem condizentes com o arrependimento.

O fato de Paulo falar que eles se mostraram inocentes no caso provavelmente remete ao fato de Paulo ter dito anteriormente que decidira não visitá-los para poupá-los de serem castigados por ele (2 Coríntios 2:1-2). Parece que houve um momento em que não se sabia se os coríntios fariam a coisa certa, ou talvez estivessem sob uma nuvem de suspeita. Paulo confiava neles, mas ainda assim cabia a eles escolher. Felizmente, o comportamento final deles provou sua inocência.

A palavra traduzida como inocente é mais frequentemente traduzida como "puro". Pode ser melhor compreendida considerando que os coríntios se envolveram em um comportamento inadequado, arrependeram-se e, em seguida, corrigiram a situação. Isso levou Paulo a acumulá-los com uma série de elogios às suas ações de indignação para com o mal, temor do Senhor levando ao arrependimento e a ações justas, anseio e zelo por fazer o que é certo. Tudo isso resultou em vindicação, vingança do mal e em serem provados inocentes no assunto.

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