
Em 2 Pedro 2:17-19, Pedro continua falando sobre os falsos mestres que levam seus leitores ao erro, descrevendo-os como escravos de seus desejos carnais.
Após uma descrição detalhada da imoralidade dos falsos mestres e de sua influência na igreja, Pedro começa a encorajar seus leitores. Primeiro, ele descreve a vida infrutífera desses falsos mestres, dizendo: Esses falsos mestres são fontes sem água e névoas impelidas pela tempestade (v. 17).
Assim como fontes sem água são inúteis e a névoa levada pela tempestade não serve para nada, assim também a vida desses falsos mestres é inútil e carece de significado e propósito na Terra (Judas 12).
Não apenas a existência de falsos mestres na Terra carece de qualquer significado ou propósito duradouro, mas a experiência deles também é descrita como a de alguém para quem a escuridão está reservada. Essa descrição da escuridão pode se referir tanto a esta vida quanto à próxima. Nesta vida, a escuridão é o que alguém cego experimenta, como Pedro descreveu os crentes que andam em pecado no capítulo anterior (2 Pedro 1:9).
Paulo descreve os falsos mestres aos quais ele se opõe como aqueles que pensam que são “um guia para os cegos, uma luz para os que estão nas trevas”, quando na realidade eles próprios estão nas trevas (Romanos 2:19).
Na próxima vida, a escuridão negra pode se referir às "trevas exteriores" às quais Jesus se referiu em Mateus 8:11-12. Nessa passagem, Jesus provavelmente chocou Seus seguidores judeus ao declarar que não apenas a fé do centurião romano seria recompensada, mas que muitos gentios seriam recompensados tão grandemente quanto os patriarcas judeus Abraão, Isaque e Jacó, enquanto muitos "filhos do reino" (judeus crentes) seriam lançados nas "trevas exteriores".
A imagem que Jesus pinta é a de um banquete de honra à noite, onde os que estão sentados à mesa de honra, no centro, têm a melhor comida e a melhor luz, enquanto os convidados menos importantes estão sentados no círculo externo da luz. Aqueles nas "trevas exteriores" são aqueles que nem sequer foram convidados a vir. A imagem é que esses falsos mestres, que aparentemente estão abusando de algum grau de autoridade espiritual, estão, neste caso, em vias de perder toda a sua herança e recompensa na vida vindoura.
Pedro encoraja seus leitores dizendo que alguns escaparam da influência corruptora dos falsos mestres. Os falsos mestres andam por aí falando palavras arrogantes de vaidade (v. 18), o que significa que proclamam ousadamente palavras inúteis. E, usando palavras de vaidade, eles seduzem por desejos carnais (v. 18), o que significa que tentam despertar o interesse que vem da concupiscência da carne (1 João 2:16). E eles também tentam seduzir pela sensualidade, referindo-se ao seu apelo para se envolver em excessos sexuais (1 Pedro 4:3, 2 Pedro 2:2, 7, Judas 4).
No entanto, alguns escapam, mesmo que por pouco. Pedro diz que há aqueles que escapam por pouco daqueles que vivem no erro (v. 18). Isso significa que havia alguns crentes bem-educados na igreja que não caíram no erro sexual dos falsos mestres (2 Pedro 1:4).
A verdadeira ironia é que esses falsos mestres prometiam aos leitores da carta de Pedro, liberdade, ou seja, libertação das amarras da Lei (1 Pedro 2:16). Faziam isso enquanto eles próprios eram escravos da corrupção, ou seja, interiormente eram escravos de seus desejos imorais (2 Pedro 1:4) (v. 19). Este é o resultado normal do pecado: tornar-se escravo dele (Romanos 6:16).
Pedro agora resume um princípio bíblico sobre como as pessoas se tornam escravas interiormente do pecado. Pois ¸ usado para introduzir uma explicação do que ele acabou de dizer, pelo que um homem é vencido, ou seja, quais paixões possuem um homem; por isso, referindo-se à paixão que o domina, ele é escravizado, ou seja, ele se torna obrigado a obedecer (v. 19). O conceito de que basicamente temos uma escolha binária a quem obedecer é ecoado pelo apóstolo Paulo, que afirma:
“Vocês não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém como servos para lhe obedecer, vocês se tornam servos daquele a quem obedecem, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”
(Romanos 6:16)
Os crentes podem obedecer às nossas concupiscências, que levam ao vício e a várias formas de morte, ou podemos obedecer ao testemunho interior do Espírito, que nos conduz à liberdade e à vida. Deus concedeu aos crentes o Seu poder de ressurreição para vencer o pecado, mas cabe a nós escolher andar nesse poder. Como Paulo afirma:
“Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.”
(Gálatas 6:8)
A vida eterna é um presente que Deus concede a todo aquele que crê em Jesus (João 3:16). A experiência da vida eterna é uma recompensa experimentada por aqueles que semeiam para o Espírito, ou seja, aqueles que creem que o caminho de Deus é o melhor para eles e escolhem andar em obediência a Ele. Pedro deseja que seus seguidores evitem ser enganados por esses falsos mestres que os desviarão da experiência da vida para um atoleiro de escravidão e morte.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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