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The Blue Letter Bible
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Jeremias 38:1-13 Explicação

Nos dias que antecederam a queda de Jerusalém (por volta de 586 a.C.), quatro oficiais - Sefatias, Gedalias, Jucal e Pasur - desempenharam papéis importantes no monitoramento dos discursos proféticos de Jeremias. Jeremias 38:1 declara : "Ora, Sefatias, filho de Matã, e Gedalias, filho de Pasur, e Jucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de Malquias, ouviram as palavras que Jeremias dirigia a todo o povo, dizendo" (v. 1). Eles serviam sob o rei Zedequias, o último rei de Judá antes da conquista babilônica. Cada um desses homens descendia de famílias sacerdotais ou influentes, demonstrando como a liderança da cidade observava atentamente Jeremias, preocupada com a possibilidade de suas mensagens minarem o moral e incentivarem a rendição aos babilônios.

Historicamente, o rei Zedequias governou de 597 a.C. a 586 a.C. Nesses últimos anos antes da destruição de Jerusalém pelos babilônios, todos viviam em constante tensão. As palavras de Jeremias, que apontavam para a vitória da Babilônia como um julgamento divino, contradiziam as esperanças dos líderes de Jerusalém. Esses quatro homens se sentiram particularmente ameaçados, temendo que a mensagem de Jeremias desencorajasse a resistência. Assim, buscaram acusá - lo e impedi-lo de proclamar a condenação do povo.

Em Jeremias 38:2, Jeremias repete a advertência de Deus de que permanecer em Jerusalém levaria a consequências devastadoras: " Assim diz o Senhor: 'Quem ficar nesta cidade morrerá à espada, à fome e à peste; mas quem sair para os caldeus viverá, terá a sua vida como despojo e permanecerá vivo'" (v. 2). As ameaças de espada, fome e peste eram sinais claros da guerra de cerco que os babilônios empregariam. Embora a rendição naturalmente soasse como traição, Jeremias insistiu que submeter-se ao plano de Deus era o caminho para preservar a vida.

Essa mensagem escandalizou muitos oficiais porque soava como traição. Contudo, Jeremias transmitiu fielmente o que ouviu Deus dizer. Jeremias sabia que a verdadeira sabedoria residia em seguir a direção de Deus, mesmo que isso significasse ir até os caldeus com humildade. Os caldeus, outro nome para os babilônios, eram instrumentos da disciplina de Deus. Resistir a eles era desafiar a advertência direta de Deus, enquanto render-se pouparia a cidade de um derramamento de sangue ainda maior.

A declaração de Jeremias no versículo 3 anunciava a inevitável conquista de Jerusalém pelas forças do rei Nabucodonosor: "Assim diz o Senhor: 'Esta cidade certamente será entregue nas mãos do exército do rei da Babilônia, e ele a conquistará'" (v. 3). Essa profecia era profundamente perturbadora, pois Jerusalém era a cidade predileta de Davi, construída sobre séculos de aliança e adoração. Contudo, seu povo havia se desviado, ignorando as advertências dos profetas que proclamavam a verdade de Deus.

Embora fosse uma mensagem de destruição, serviu como um alerta para que o povo retornasse ao SENHOR em arrependimento. Diante do poder aparentemente imparável da Babilônia, o objetivo era compreender que Deus permitiu esses eventos como uma justa consequência da desobediência de Judá. Enquanto o povo esperava por uma libertação milagrosa, Jeremias advertiu que rejeitar o conselho de Deus levaria ao colapso total das defesas da cidade.

Em desespero, os líderes buscaram a morte de Jeremias, acreditando que suas declarações minavam o moral: "Então os oficiais disseram ao rei: 'Agora, que este homem seja morto, pois está desanimando os homens de guerra que restaram nesta cidade e todo o povo, falando-lhes tais palavras; porque este homem não busca o bem-estar deste povo, mas sim o seu mal'" (v. 4). Eles imaginavam que tanto soldados quanto cidadãos perderiam a vontade de resistir se levassem suas palavras a sério.

O medo pode gerar reações severas, e esses oficiais esperavam sufocar a voz do profeta por meio da execução. Eles não compreenderam que Jeremias não tinha como objetivo enfraquecer Judá; pelo contrário, ele tentava reconduzi-los ao caminho de Deus. Contudo, a política imediata obscureceu o significado espiritual, levando-os a tratar o profeta de Deus como um traidor em vez de um guia.

A resposta de Zedequias em Jeremias 38:5 revela sua fraca liderança: "Então o rei Zedequias disse: 'Eis que ele está em suas mãos; pois o rei nada pode fazer contra vocês'" (v. 5). Embora ocupasse o trono em um momento crítico, ele frequentemente vacilava sob pressão política. Temendo seus oficiais, mas também incerto sobre como lidar com Jeremias, ele preferiu ceder aos seus próprios interesses em vez de defender o profeta.

Essa falta de ação decisiva marcou o reinado de Zedequias. Ele se viu dividido entre obedecer às advertências proféticas e apaziguar seus líderes. Infelizmente, ao abdicar de Jeremias, ele reforçou a realidade em Judá de que a sobrevivência política tinha precedência sobre a verdade espiritual.

Jeremias 38:6 descreve uma situação muito semelhante à que Daniel vivenciaria: "Então, pegaram Jeremias e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que ficava no pátio da guarda; e o desceram com cordas. Ora, na cisterna não havia água, apenas lama, e Jeremias afundou na lama" (v. 6). A cisterna era uma estrutura semelhante a um poço, usada para armazenar água, geralmente profunda e revestida de lama no fundo. Sem água, tornou-se uma cela para Jeremias, e a lama era tão espessa que ele afundou, correndo o risco de morrer de fome e sufocado naquele lugar apertado.

Após esses eventos, a Babilônia caiu sob o domínio da Pérsia, período durante o qual o profeta Daniel foi exilado na Pérsia. Daniel gozou do favor dos reis persas durante todo o seu tempo lá, mas não dos altos funcionários. Em Daniel 6, os funcionários tramam um plano para que o profeta favorecido seja jogado em um poço, assim como Jeremias (Daniel 6:16). Mesmo que o rei favorecesse Daniel, ele ainda assim sucumbiu à conspiração de seus funcionários. Da mesma forma, o rei Zedequias permite o sofrimento de um dos porta-vozes de Deus. Deus não se esqueceria disso. Quando Jesus veio, ele condenou o comportamento dos fariseus e de seus antepassados contra os profetas.

"Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a alguns deles matareis e crucificareis, e a outros açoitareis nas vossas sinagogas, e perseguireis de cidade em cidade, para que sobre vós recaia a culpa de todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Berequias, a quem assassinastes entre o templo e o altar.
(Mateus 23:34-35).

Embora Deus tenha enviado profetas sabendo muito bem o que lhes aconteceria, Ele também tinha um plano de justiça perfeita contra os responsáveis (Apocalipse 16:5-6). A perseguição desses profetas aponta para o sofrimento final de Cristo em sua crucificação (Mateus 26:67; Mateus 27:28-31, 35).

O ato cruel contra Jeremias simbolizou até onde os líderes estavam dispostos a ir para silenciar a mensagem de Deus. Ao colocarem Jeremias em uma cisterna, eles pretendiam eliminar sua presença e possivelmente acabar com sua vida discretamente. Era uma situação extrema que exigia intervenção divina, assim como aconteceu com Daniel e até mesmo com José (Daniel 6:22; Gênesis 37:23-24).

O versículo seguinte mostra que Deus estava, de fato, protegendo Jeremias nos bastidores: " Mas Ebede-Meleque, o etíope, eunuco, estando no palácio do rei, ouviu dizer que haviam lançado Jeremias na cisterna. Ora, o rei estava sentado à Porta de Benjamim" (v. 7). Ebede - Meleque era um oficial a serviço de Zedequias, identificado como etíope, o que indica que ele era da África, provavelmente da região ao sul do Egito (atual Sudão). Sua condição de eunuco sugere que ele servia na corte, encarregado dos assuntos do palácio. Ao observar a injustiça cometida contra Jeremias, ele reagiu com coragem.

Em termos históricos, a presença de Ebede-Meleque destaca a diversidade da composição da corte real em Judá. Enviados estrangeiros, servos e funcionários, por vezes, alcançavam posições de influência. Embora fosse um forasteiro de nascimento, Ebede - Meleque demonstrou maior senso de justiça do que muitos funcionários judeus nativos, instando o rei a resgatar Jeremias.

A narrativa de Ebede-Meleque continua em Jeremias 38:8: "E Ebede - Meleque saiu do palácio do rei e falou com o rei, dizendo" (v. 8). O Portão de Benjamim era um local estratégico no norte de Jerusalém, que dava acesso ao território de Benjamim. Este portão ficava na fronteira norte da cidade, representando um ponto crucial de entrada e saída. Na época, o rei Zedequias ali se reunia, possivelmente supervisionando assuntos judiciais ou administrativos.

A atitude de Ebede-Meleque demonstrou que ele teve coragem suficiente para confrontar o rei publicamente. Ele não esperou por uma audiência privada; sua preocupação com a situação de Jeremias o levou a agir imediatamente. Sua consciência não lhe permitia permanecer em silêncio.

Ebed - Meleque expõe a grave injustiça cometida contra o rei: "Meu senhor, o rei, estes homens agiram perversamente em tudo o que fizeram ao profeta Jeremias, a quem lançaram na cisterna; e ele morrerá ali mesmo por causa da fome, pois não há mais pão na cidade" (v. 9). Ele destaca que Jeremias provavelmente morreria de fome, dada a escassez de pão devido ao cerco. Seu apelo ressalta tanto a crueldade do confinamento de Jeremias quanto a urgência de seu resgate.

Em meio ao caos da Jerusalém sitiada, o pão era extremamente escasso. Ao destacar a fome, Ebede - Meleque não apenas testemunhou a situação difícil de Jeremias, mas também lembrou Zedequias da responsabilidade moral de proteger a vida humana, especialmente a de alguém que proclamava as palavras do Senhor.

Jeremias 38:10 declara: " Então o rei ordenou a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: 'Reúna trinta homens daqui sob sua autoridade e tire o profeta Jeremias da cisterna antes que ele morra'" (v. 10). Zedequias, instigado pela petição de Ebede-Meleque, ordenou uma operação de resgate. A designação de trinta homens indica o quão perigosa e potencialmente contestada a missão poderia ser - poderia haver oponentes leais àqueles que desejavam a morte de Jeremias.

Este episódio destaca a soberania de Deus em preservar Seu servo. Embora Zedequias fosse fraco de vontade, seu decreto aqui mostra que, mesmo sob uma liderança falha, Deus ainda pode agir para o bem dos justos. A intervenção de Ebede-Meleque também pode nos apontar para temas do Novo Testamento, como o Bom Samaritano (Lucas 10) que, sendo um forasteiro, interveio para ajudar alguém em extrema necessidade.

O versículo 11 continua : "Então Ebede-Meleque tomou os homens sob sua autoridade e entrou no palácio do rei, num lugar abaixo do depósito, e tirou de lá roupas e trapos velhos e os desceu com cordas até a cisterna para Jeremias" (v. 11). Essas roupas velhas tinham um propósito prático: proteger o corpo de Jeremias enquanto o puxavam para fora. Ao amortecer as cordas em volta de suas axilas, Ebede - Meleque garantiu que Jeremias não se machucasse durante o resgate.

O detalhe das roupas e trapos gastos demonstra a compaixão e a previdência de Ebede - Meleque. Ele reconheceu a vulnerabilidade física de Jeremias após afundar na lama e habilmente se esforçou para poupá-lo de maiores danos. Esse pequeno ato de bondade atenciosa ressoa com o princípio bíblico mais amplo de cuidar dos fracos.

As instruções em Jeremias 38:12 revelam quão precária era a situação de Jeremias: Então Ebede-Meleque, o etíope, disse a Jeremias: "Agora, coloque essas roupas velhas e trapos debaixo das suas axilas, debaixo das cordas"; e Jeremias assim fez (v. 12). Retirá-lo da lama sem proteção teria sido fisicamente agonizante e possivelmente perigoso, caso a lama o prendesse.

Esse detalhe enfatiza ainda mais a compaixão heroica de Ebede-Meleque. Ele orientou Jeremias pacientemente, mostrando como a intervenção atenciosa de um único indivíduo pode salvar uma vida e encorajar o profeta a continuar confiando em Deus apesar das circunstâncias adversas.

Finalmente, Jeremias foi retirado da cisterna mortal: "Então puxaram Jeremias com cordas e o tiraram da cisterna, e Jeremias ficou no pátio da guarda" (v. 13). Sua transferência para o pátio da guarda (v. 13), embora ainda fosse uma forma de detenção, representava um risco de vida muito menor. Este momento marca uma virada, mostrando que a mensagem de Deus por meio de Jeremias persistiria apesar das tentativas de silenciá-lo.

Mesmo em um ambiente de pressão, a proteção divina prevaleceu. O resgate de Jeremias prefigura o cuidado supremo de Deus para com aqueles que O servem fielmente, lembrando-nos de que o SENHOR não abandona o Seu povo em provações que ameaçam a vida. Séculos depois, Jesus ensinou que aqueles que falam a verdade em nome de Deus - mesmo correndo grande risco - têm sua recompensa no céu (Mateus 5:10-12).

 

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