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The Blue Letter Bible
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João 2:6-10 Explicação

Não há relatos paralelos aparentes de João 2:6-10 nos Evangelhos.

Na seção anterior, Maria, mãe de Jesus, pediu a Ele que ajudasse os padrinhos que haviam ficado sem vinho, provavelmente muito antes do fim previsto para a festa (João 2:1-3), e instruiu os servos a fazerem o que Jesus lhes ordenasse (João 2:5). João continua seu relato da festa de casamento e do milagre que Jesus realizou ali, fornecendo alguns detalhes aparentemente incidentais sobre os grandes jarros contendo a água que Jesus logo transformaria.

Ora, estavam ali colocadas seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e levava cada uma duas ou três metretas (v. 6). 

João explica que as talhas, ou potes, de pedra foram colocados ali para o costume judaico depurificação. O fato de ele mencionar esse costumejudaico é mais uma indicação de que João está escrevendo para um público que inclui gentios, pois tal observação seria desnecessária se ele estivesse escrevendo apenas para judeus.

Além disso, como será explicado em breve, parece haver algo significativo no fato de Jesus ter usado seis talhas de pedra para purificação em vez de quaisquer vasos ou jarras comuns.

Os judeus do primeiro século usavam vasos de pedra, em vez de vasos de barro, para práticas cerimoniais de purificação. Faziam isso porque a pedra não retinha impurezas como outras substâncias cerâmicas comuns da época, permitindo assim que seus usuários observassem melhor as leis mosaicas sobre a purificação cerimonial (Levítico 6:28, 11:33-36). A pedra era vista como um receptáculo adequado para as "águas vivas" necessárias para a purificação ritual (Levítico 11:36, 15:13). No Antigo Testamento, água "viva" ou "corrente" era entendida simplesmente como "água corrente" (Gênesis 26:19) - ou seja, não uma fonte de água parada.

Acontece que historiadores e arqueólogos contemporâneos conseguiram corroborar esse detalhe no relato de João porque as talhas de pedra do primeiro século que correspondem à descrição de João foram descobertos por toda a Judeia, e especificamente em Caná.

Em seguida, Jesus transforma o conteúdo dos vasos de purificação ritual para fazer algo superior: Disse-lhes Jesus: Enchei de água as talhas. Encheram-nas até acima. Então, lhes disse: Tirai agora e levai ao presidente da mesa. Eles o fizeram (v. 7-8).

Simbolicamente, esse enchimento dos potes de água de purificação pode mostrar duas coisas.

Primeiro, pode simbolizar como Jesus veio cumprir a Lei e/ou substituir os meios judaicos temporários e superficiais de purificação.

Jesus veio para cumprir a Lei (Mateus 5:17), semelhante a como a água encheu as talhas de pedra vazias. A Lei era boa, pois fornecia instruções de Deus (Romanos 3:1). Mas, apesar de conhecer a Lei, ninguém era capaz de guardá-la e cumpri-la a risca (Salmo 14:1b-3, Romanos 3:10). O salmista pergunta: "Quem subirá ao monte de Jeová? E quem estará no seu santo lugar?" (Salmo 24:3). Ele responde: "Aquele que é limpo de mãos e puro de coração..."

Como o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29), Jesus tinha mãos limpas e um coração puro. Jesus veio para cumprir a Lei (Mateus 5:17), de maneira semelhante a como a água encheu as talhas de pedra vazias.

A segunda coisa que o enchimento dos potes de água da purificação pode simbolizar é como Jesus veio oferecer purificação real.

Jesus veio para purificar o coração. A purificação que Jesus proporciona é mais do que um costume superficial de purificação. Ao concluir Seu ministério, Jesus repreendeu os líderes religiosos de Sua época por serem obcecados por seus rituais cerimoniais de limpeza das mãos, ignorando os assuntos mais importantes de seus corações (Mateus 23:25-26). Jesus oferece uma purificação do coração que persiste. Essa interpretação é ainda mais corroborada pela declaração posterior de Jesus em João de que "rios de água viva" fluirão do coração de todo aquele que Nele crê (João 7:38).

Depois que Sua mãe disse aos servos: "Fazei tudo o que Ele vos mandar" (João 2:5), Jesus voltou Sua atenção para eles - os servos da festa. Ao contrário de Maria, os servos provavelmente não sabem quem é Jesus. No entanto, assim como Maria, eles também podem fornecer informações valiosas sobre o que esperar ao seguir Jesus. João não sugere que os servos depositem sua confiança em Jesus; devido à sua baixa posição social, provavelmente seguiram as instruções de Jesus devido à autoridade de Maria no assunto (João 2:5). No entanto, eles se encontram a serviço de Jesus neste dia, e seu exemplo é útil.

Curiosamente, Jesus não comunica Seu plano completo aos servos, e não explica o milagre que está por vir. Ele não diz que irá transformar "água em vinho". Tudo o que Ele faz é dar aos servos ordens simples para obedecerem: encher os potes com água (v. 7), tirar um pouco agora (v. 8a) e levar o que tiraram ao presidente da mesa (v. 8b).

Isso sugere que tudo o que é necessário para seguir a Cristo é a obediência comum e cotidiana. Ninguém precisa ser extraordinário para servir a Jesus. Jesus realiza milagres com atos de fidelidade comuns. Os autores do Novo Testamento afirmam consistentemente que tais atos comuns de fidelidade são o tipo de ação que Deus recompensará grandemente (Mateus 10:42).

Além disso, a experiência dos servos sugere que os seguidores de Cristo nem sempre enxergarão ou compreenderão o que Deus está fazendo em uma situação. Os seguidores de Jesus nem sempre terão a oportunidade de conhecer o panorama geral ou mesmo ver os frutos do seu trabalho. Isso não torna a obediência menos importante. Os crentes fazem parte de uma obra maior do que eles mesmos, portanto, não importa qual papel desempenhem nela, seja grande ou pequeno, Deus cuidará para que tudo seja aplicado para o bem do Seu povo (Romanos 8:28-29).

A experiência dos servos também pode mostrar que os discípulos são chamados a correr riscos. Jesus chama as pessoas à obediência comum, mas este episódio também implica que a obediência comum pode expor os seguidores ao risco de rejeição ou perda.

Curiosamente, João não informa ao leitor quando a água se transforma em vinho. De fato, no versículo 7, Jesus simplesmente ordena aos servos que "encham as talhas com água". Então, no versículo 8, Ele diz: "tirem um pouco e levem presidente da mesa". Tudo o que João revela nesses versículos críticos é que os servos obedeceram a Jesus: Eles o fizeram (v. 8b).

Tudo isso sugere que ninguém vê esse milagre acontecer. No entanto, isso é potencialmente problemático para os servos, pois o presidente da mesa esperaria provar vinho, não água. Assim, para os servos, não existe oportunidade de verificar o conteúdo da talha antes de levá-la ao presidente: eles não veem a transformação acontecer e nem mesmo é permitido que tomem do conteúdo que estão carregando.

O mais importante, porém, é que eles seguem as instruções de Jesus, apesar de terem pouca ou nenhuma evidência de que o que estavam fazendo daria certo. De fato, o leitor é levado a se perguntar o que poderia acontecer se o presidente da mesa ficasse decepcionado ao provar água pura, e quem poderia passar por constrangimento.

Ser discípulo de Jesus é como ser um desses servos também. Os discípulos podem sentir que o que trazem nas mãos pode não agradar aos outros ou até mesmo causar-lhes problemas. Mas, de qualquer forma, são chamados a correr o risco que é associado à obediência. De fato, são chamados a imitar o exemplo de Jesus de confiar em Deus, tomando a sua própria cruz diariamente (Lucas 9:23).

O objetivo de um discípulo é agradar a Jesus acima de tudo (João 15:11-12), assim como Jesus fez tudo para agradar ao Seu Pai (João 5:30). Hebreus 12 afirma que Jesus suportou a cruz, "desprezando a vergonha" dos outros, por causa da "alegria que Lhe estava proposta", que era compartilhar o trono de autoridade de Seu Pai (Hebreus 12:2; Apocalipse 3:21).

João, por sua vez, não alivia o suspense do episódio até que o anfitrião já tenha provado a substância misteriosa: Quando o presidente da mesa provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era (mas o sabiam os serventes que haviam tirado a água) (v. 9).

Chamou ao noivo e disse-lhe: Todo homem põe primeiro o bom vinho e, quando os convidados têm bebido bastante, então, lhes apresenta o inferior; mas tu guardaste o bom vinho até agora (v 9b-10).

Esta declaração do presidente provavelmente se refere a uma prática comum na época, durante essas cerimônias de casamento maratonas. Como não seria financeiramente viável para a maioria das famílias servir vinho caro durante toda a festa, muitas optaram por servir o melhor e mais caro vinho apenas no início, substituindo-o gradualmente por vinho mais barato à medida que o paladar dos convidados se tornava progressivamente menos exigente - quando já haviam bebido à vontade. Isso explica por que o mestre de cerimônias chamava o noivo para expressar surpresa por ele ter guardado o bom vinho até então.

O relato de João não declara se o presidente da mesa está elogiando ou repreendendo o noivo por guardar o bom vinho para o final. Para o leitor, no entanto, este comentário simplesmente enfatiza a qualidade superior da obra de Cristo em comparação com tudo o que veio antes (e depois). Jesus é como este bom vinho. Sua obra é superior aos melhores produtos do esforço humano. Jesus transformou milagrosamente água pura em vinho excepcional. O presidente da mesa esperava vinho ruim, mas, em vez disso, ficou surpreso ao provar um bom vinho.

O primeiro milagre de Jesus, ou "sinal", como João se refere a eles, é uma prévia de Sua parábola sobre odres novos e velhos - especialmente como é contada no Evangelho de Lucas.

"Outrossim, ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra forma, o vinho novo arrebentará os odres, e ele se derramará, e estragar-se-ão os odres. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos."
(Lucas 5:37-38)

A parábola de Jesus compara a Lei de Moisés ao "vinho velho". A Lei de Moisés era boa. Os ensinamentos rabínicos que cercavam a Lei (que na época de Jesus já haviam se proliferado bastante) e a essência por trás desses ensinamentos são comparados a odres velhos.

Jesus e a vida que Ele veio oferecer é "o vinho novo". Jesus, como Deus, é superior e melhor que Moisés, o profeta de Deus. Como João nos lembra, Jesus é o Criador da graça e da verdade, enquanto Moisés apenas transmitiu os mandamentos de Deus (João 1:17). O vinho de Jesus é melhor e mais potente que o vinho de Moisés. A Lei é boa, mas o Evangelho é melhor. Os ensinamentos de Jesus e os corações que O amam são os "odres novos".

Jesus concluiu esta parábola em Lucas observando:

"Ninguém que já bebeu vinho velho quer o novo; porque diz: O velho é bom."
(Lucas 5:39)

Os velhos bebedores de vinho estão bêbados e contentes com seus velhos modos de vida e não estão dispostos nem a beber o novo e bom vinho de Jesus, que é superior a todo o resto.

Isso nos remete ao espanto do presidente da mesa ao provar a água transformada em vinho. Em vez de seguir o velho padrão de servir primeiro o vinho bom e depois o vinho barato, o noivo (graças a Jesus) havia reservado o melhor vinho até então.

Ao dizer tudo isso, João estava indicando que o bom vinho - o melhor vinho - a vida abundante (João 10:10b) - está disponível agora para qualquer um que creia em Jesus. João admite ser extremamente seletivo quanto aos sinais que incluiu em seu Evangelho (João 20:30). Comparado aos outros três Evangelhos, João menciona apenas um pequeno número de sinais. Mas ele nos diz expressamente que os sinais que ele mencionou incluíam:

"Estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome."
(João 20:31)

O milagre de Jesus de transformar água em vinho é um dos poucos sinais selecionados que João escolheu incluir para que possamos crer e ter vida.

Antes de concluirmos o comentário de João 2:6-10, há algumas coisas adicionais que são importantes observar.

Parece significativo que o primeiro milagre de Jesus seja um milagre de criação. A Bíblia começa com Deus criando. Aqui, o ministério terreno de Jesus se inicia com um ato de criação. Como mencionado acima, João declara no final do Seu Evangelho que escolheu material para o milagre que ajudaria as pessoas a "crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus " (João 20:31). Em outras palavras, João afirma que Jesus é tanto o "Cristo" - isto é, um homem ungido por Deus - quanto o próprio Deus. Este milagre inaugural de fato revela que Jesus pode criar, assim como Deus pode criar.

Curiosamente, o noivo talvez nem soubesse que o vinho estava acabando. Ele provavelmente não sabia o que Jesus havia feito nos bastidores para resolver o problema. Ele pode ter ficado surpreso, então, ao ouvir o presidente da mesa expressar espanto ao provar o bom vinho bem depois do início da festa. Nesse ponto da história, parece provável que apenas algumas pessoas soubessem que um milagre incrível havia acontecido.

De qualquer forma, vale a pena refletir sobre esse milagre a partir da perspectiva limitada do noivo. Isso ressalta que a obra de Jesus em favor das pessoas não depende de sua dignidade para recebê-la - ou mesmo de sua consciência de que Ele está operando. Ele age no melhor interesse delas, com plena consciência de que não podem retribuir-Lhe e que podem nem mesmo perceber Sua ação.

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