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The Blue Letter Bible
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The Bible Says
Mateus 26:39 Explicação

Os relatos paralelos do evangelho sobre a oração de Jesus são encontrados em Marcos 14:35-36 e Lucas 22:41-44.

Mateus continua sua narrativa da última noite de Jesus.

A oração de Jesus no Jardim do Getsêmani provavelmente ocorreu na noite de 15 de nisã (quinta-feira tardia, segundo a contagem romana). Veja o artigo em nosso site A Bíblia Diz, Cronologia: As Últimas 24 Horas da Vida de Jesus para saber mais sobre o momento e a sequência deste evento.

Quando Jesus chegou ao Getsêmani (o lagar de azeite), pediu aos seus discípulos que "sentassem aqui enquanto eu vou ali orar" (Mateus 26:36). Pediu também que "orassem para que não entreis em tentação" (Lucas 22:40). Jesus então levou Pedro, Tiago e João para dentro do jardim e confidenciou-lhes o quão profundamente perturbado estava, pedindo-lhes que vigiassem (Mateus 26:37-38).

Mateus resume o que aconteceu em seguida com um versículo conciso, mas carregado:

Adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou: Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (v. 39)

Tentaremos destrinchar este versículo de acordo com o seguinte esboço:

JESUS VAI MAIS DENTRO DO JARDIM PARA ORAR

JESUS SE DIRIGE A DEUS COMO "PAI MEU"

O PEDIDO DE JESUS

A RESPOSTA DE JESUS

O RELATO DE LUCAS SOBRE JESUS SENDO MINISTRADO ENQUANTO ELE OROU NO GETSÊMANI

ISAÍAS 49 COMO UM VISLUMBRE PROFÉTICO DA CONVERSA DE JESUS COM SEU PAI

O SALMO 13 COMO UMA PREFÁCIO MESSIÂNICA DA ORAÇÃO DE JESUS NO GETSÊMANI

JESUS VAI MAIS DENTRO DO JARDIM PARA ORAR

Adiantando-se um pouco… e orou.

Jesus se afastou um pouco mais deles (Pedro, Tiago e João) no Jardim. Lucas, cujo Evangelho fornece mais detalhes sobre esse momento, descreveu a distância que Ele se afastou deles como sendo "a um tiro de pedra" (Lucas 22:41). Dependendo de quem atira a pedra, essa distância pode variar de 9 a 30 metros. De qualquer forma, parece ter sido possível ouvir tal pedra caindo, pois os discípulos parecem ter conseguido ouvir o que Jesus dizia enquanto orava.

Mateus diz que Jesus prostrou-se com o rosto em terra e orou. E Marcos registra a mesma ideia: "Ele... prostrou-se com o rosto em terra e começou a orar..." (Marcos 14:35). Lucas diz que Jesus "se ajoelhou" quando "começou a orar" (Lucas 22:41). Isso pode indicar que Jesus se ajoelhou ao começar a orar, mas, durante a oração, caiu com o rosto em terra. Sabemos que Jesus orou por um período considerável de tempo porque acordou seus discípulos três vezes antes de ser preso (Mateus 26:40-44, Marcos 14:37-41). A partir desses relatos evangélicos, a Bíblia nos diz que Jesus se ajoelhou e ficou com o rosto em terra enquanto orava ao Pai.

Deitar-se esparramado no chão, prostrado, é uma postura de grande humildade. Era uma prática comum, ao longo da antiguidade e da Idade Média, que os reis exigissem que os suplicantes se prostrassem de bruços no chão quando estivessem na audiência real. Mas aqui está o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (1 Timóteo 6:15, Apocalipse 19:16) e o Filho de Deus (Mateus 16:16, 26:63-64, 27:54, Marcos 9:7, Lucas 3:22, João 5:19), prostrando-se diante de Deus Pai.

Ao fazer isso, Jesus se mostra como o mais humilde dos servos (Isaías 53:11, Mateus 20:28, Filipenses 2:6-8). Jesus deitado com o rosto em terra diante do Pai é uma imagem notável da humildade divina. E é essa a imagem que Jesus nos convida a imitar enquanto O seguimos e servimos em meio às provações de nossas vidas (Mateus 5:5, 20:27).

Outra razão pela qual Jesus pode ter caído prostrado foi a imensa exaustão emocional causada por Sua dor e angústia (Isaías 53:4, Mateus 26:37-38). Mais uma vez, isso nos dá um vislumbre da plenitude de Sua humanidade. Jesus sentiu emoções profundas, e foi afetado por elas. Naquele momento, Ele foi derrubado ("prostrado no chão" - Marcos 14:35) por Sua angústia. Mas Ele nunca deixou Seus sentimentos O dominarem, por mais poderosos que fossem. Ele sempre escolheu confiar em Deus, Seu Pai, e obedecê-Lo. No entanto, Ele reconheceu Sua necessidade de assistência de Seu Pai, então Ele orou.

Também devemos imitar Jesus dessa maneira sempre que sentirmos emoções fortes que pareçam avassaladoras.

  • Devemos pedir a Sua perspectiva sobre eles (2 Coríntios 2:10, Tiago 1:5).
  • E comprometa-se a seguir a Sua vontade (Provérbios 16:3, 1 Pedro 5:6).

Não há problema grande demais para Deus (Mateus 19:26, Lucas 1:37). Ele faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28). Deus é grande o suficiente para lidar com nossas queixas e emoções. Moisés, Ana, Davi, Jeremias e Daniel derramaram suas almas diante do Senhor em sua angústia (Números 11:10-15, 1 Samuel 1:15, Salmos 13, 22, 28:2, 35, 40:1, 42, 43, Jeremias 12:1-6, Daniel 9:3-4). E Deus os respondeu. Nosso Pai Celestial faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28). Como este episódio mostra, Deus nem sempre faz o que gostaríamos, mas sempre responde da maneira que é melhor para nós.

Durante esse período extremamente difícil, quando Jesus estava sobrecarregado pelo peso do pecado do mundo (Isaías 53:6; João 1:29), Jesus foi ao Pai e orou. Em resposta à dor excruciante que Ele estava prestes a sofrer voluntariamente por eles (Isaías 53:10), Jesus foi ao Pai e orou. Como Jesus estava emocionalmente aflito, até a morte (Mateus 26:38), Jesus foi ao Pai e orou.

JESUS SE DIRIGE A DEUS COMO "PAI MEU"

Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres

Mateus escreveu que Jesus estava fazendo essa oração. O tempo verbal grego usado por Mateus para a palavra traduzida como "dizendo" tem um aspecto contínuo. Marcos registra algo semelhante: "E Ele estava dizendo..." (Marcos 14:36). O mesmo acontece com Lucas (Lucas 22:42). O tempo verbal grego empregado por todos os três evangelistas indica que Jesus repetia esse pedido repetidamente enquanto orava durante a noite. Mais tarde, o relato de Mateus relata como Jesus fez essa oração em três ocasiões distintas durante Sua estadia no Getsêmani (Mateus 26:42, 44).

Quando Jesus orou a Deus no Getsêmani, Ele se referiu a Deus como: Pai meu.

Este termo de tratamento revelava tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus. Paradoxalmente, Jesus era Deus e Homem. Ele era o Verbo Divino encarnado (João 1:1, 1:14).

Em Seus ensinamentos, Jesus frequentemente descreveu Deus como: Pai meu.

(Mateus 7:21, 10:32-33, 11:27, 12:50, 15:13, 16:17, 18:10, 18:35, 20:23, Lucas 10:22, 22:29, João 5:17, 6:32, 8:19, 10:18, 10:29, 14:20, 15:1).

Jesus orou e ensinou Seus discípulos a orar a Deus como seu Pai.

(Mateus 6:6-8, 6:9, 7:7-11, 11:25-26, João 11:41, 17:1-26).

Jesus era Deus. Em relação a Deus no Céu, Jesus era Deus Filho. Jesus via Deus no Céu como Deus Pai. E Jesus obedecia ao Seu Pai celestial porque o Filho amava e confiava em Seu Pai. E Deus Pai amava e confiava em Seu Filho unigênito. A oração de Jesus nos dá um vislumbre do relacionamento divino da Trindade.

Quando Jesus orou Pai meu, Ele estava clamando Àquele que O enviou para redimir o mundo (João 6:38). Deus havia enviado Jesus para realizar essa tarefa como um Pai enviaria um Filho para cuidar dos negócios da família. E Jesus, como Filho de Deus, buscava seguir perfeitamente a vontade de Seu Pai em todas as coisas. Sempre houve proximidade e intimidade em seu relacionamento. No início de Seu ministério, Jesus disse aos judeus: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30). Foi por isso que, durante Seu desespero, Jesus orou a Deus como Pai meubuscando orientação e força para o que estava por vir.

O Evangelho de Marcos, que foi baseado no relato de uma testemunha ocular feita por Pedro, revela que a linguagem de Jesus era ainda mais familiar e íntima quando Ele fez esta oração,

"E disse: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia, não seja o que eu quero, mas o que tu queres."
(Marcos 14:36)

"Aba" era um termo que um jovem judeu usava para chamar seu pai. A oração de Jesus não era diferente dos gritos de um menino assustado, clamando: "Papai, papai, me ajude". Poucas escrituras capturam a frágil humanidade de Jesus e Seu relacionamento divino como Deus com Seu Pai Aba com tanta força quanto esta passagem.

Na versão de Lucas desta passagem, Jesus usa duas palavras gregas diferentes que são traduzidas como "querer" e "desejar". Na frase "Pai, se queres", Jesus usa "boulomai", que indica uma intenção, uma decisão baseada em um plano. Na frase "não seja feita a minha vontade, mas a tua", Jesus usa "thelema", que é um desejo. Jesus está dizendo que Seu desejo não é sofrer, mas está se direcionando a confiar que os caminhos de Seu Pai Celestial são para o melhor. Jesus está essencialmente dizendo: "não seja feito o meu desejo, mas o teu plano".

O PEDIDO DE JESUS

"Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres."

O que Jesus pediu ao Seu Pai foi uma outra maneira de redimir a Criação. Ele não define qual aspecto do cálice ou circunstâncias desejava deixar passar. Ele poderia estar pedindo a Deus que não O exigisse sofrer. Ele poderia estar preocupado em morrer uma morte excruciante na cruz. Jesus, como qualquer outra pessoa, naturalmente não desejaria sofrer e morrer. Ele poderia estar preocupado em experimentar todo o peso do pecado e ser abandonado pelo Seu Pai.

Seria razoável e instintivo que Jesus desejasse evitar todas essas coisas terríveis, se possível. Essas circunstâncias terríveis são representadas pela frase: este cálice.

Metaforicamente, este cálice representa pelo menos duas coisas.

  • Circunstâncias e responsabilidades de uma pessoa atribuídas por Deus
  • O Julgamento Irado de Deus, que seria derramado sobre Jesus, em nome do mundo inteiro.

A primeira coisa que este cálice representa metaforicamente nas Escrituras são as circunstâncias e/ou responsabilidades que cada pessoa vivencia. Às vezes, isso é visto como uma bênção - "o meu cálice transborda" (Salmo 23:5). Às vezes, é visto como algo amargo a ser suportado com fidelidade - "Tu os fizeste beber lágrimas em abundância" (Salmo 80:5).

Sejam quais forem as circunstâncias, o cálice vem de Deus. Deus não permitirá em nossas vidas nenhuma tentação que não possamos suportar (1 Coríntios 10:13). No entanto, Deus deixa a cada indivíduo a tarefa de beber fielmente.

As Escrituras ensinam que Deus é soberano (Provérbios 16:33, Isaías 45:7, Ezequiel 12:25).

  • Tudo está sob Seu controle (Jó 42:1-2).
  • Todas as coisas eram do Senhor ou permitidas por Ele (Eclesiastes 3:1, 11a, 15, Lamentações 3:38).
  • Nenhum detalhe passa despercebido por Ele (Jó 28:23-24, Salmo 139:12).

A soberania de Deus significa que tudo o que uma pessoa experimenta vem do Senhor (Jó 1:21, 2:10).

E a identidade, as circunstâncias, as condições e as responsabilidades que cada pessoa vivencia de forma única são um cálice metafórico que Deus designou para que cada pessoa bebesse. (Esta é uma das razões pelas quais não devemos julgar outras pessoas. Só Deus sabe plenamente o que havia no cálice delas para beberem).

Um cálice contém algo para beber. E quando alguém lhe passa um cálice, está lhe oferecendo uma bebida. No mundo antigo, era costume beber e era considerado um insulto não beber do cálice que lhe era oferecida.

Nossas vidas são um presente do SENHOR (Salmo 100:3). As circunstâncias da vida e as responsabilidades que vivenciamos são o cálice que Deus nos ofereceu. Este cálice foi a porção de Jesus na vida. O mesmo se aplica a nós. Alguns cálices são doces, enquanto outros podem ser amargos. Beber deste cálice significa abraçar a identidade e a pessoa que Deus lhe deu para ser, vivendo fielmente em quaisquer circunstâncias em que você se encontre.

A segunda coisa à qual este cálice poderia se referir metaforicamente é o julgamento irado de Deus contra o pecado. Os profetas usaram um cálice ou bebida como metáfora para a ira e o julgamento de Deus sobre o pecado (Isaías 51:17, 22, Jeremias 25:15-16, Lamentações 4:21, Ezequiel 23:31-34, Habacuque 2:16, Apocalipse 14:9-10, 16:19).

Deus Pai derramou Sua ira sobre Jesus, Seu Filho, na cruz, quando Cristo assumiu toda a culpa do mundo e se tornou a personificação completa da humanidade pecadora (Mateus 27:45-46):

"Mas Deus prova o seu amor para conosco em que, quando éramos ainda pecadores, morreu Cristo por nós. Ora, muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira."
(Romanos 5:8-9)

"Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que nós nos tornássemos justiça de Deus nele."
(2 Coríntios 5:21)

"Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."
(1 João 2:2)

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos nós sarados. Todos nós temos andado desgarrados como ovelhas; temo-nos desviado cada um para o seu caminho; e Jeová fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós."

(Isaías 53:5-6)

“Tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz” (Colossenses 2:14)

Jesus não tinha pecado e não merecia a ira de Deus. Mesmo assim, Ele escolheu suportar "o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores" (Isaías 53:12).

Em outras palavras, como nosso Messias, Jesus, o Filho de Deus, voluntariamente trocou as bênçãos da Sua justiça pelas amargas maldições da nossa injustiça e pecado. Ele trocou o Seu cálice de bênção e abundância pelo nosso cálice amargo de ira e julgamento. E, ao fazê-lo, Jesus tornou-se o nosso cálice de salvação (Salmo 116:13, Mateus 26:27).

Este cálice que estava sendo oferecido a Jesus por Seu Pai naquela noite de Páscoa era extremamente amargo. Estava cheio de circunstâncias e sofrimentos terríveis. E estava cheio da ira e do julgamento de Seu Pai contra os pecados do mundo. Mas este cálice era para o Messias beber porque fazia parte do plano de Deus para redimir o mundo (Isaías 53:5-6, 10-12).

Se Jesus bebesse deste cálice, isso significaria ser:

Algumas semanas antes, Jesus aludiu às circunstâncias de Sua morte com a expressão "o cálice que estou prestes a beber" (Mateus 20:22). A mãe de Tiago e João pediu-Lhe que concedesse que seus dois filhos se sentassem à Sua direita e à Sua esquerda em Seu reino (Mateus 20:21). Jesus perguntou aos dois irmãos se eles poderiam beber o cálice que Ele estava prestes a beber, e eles responderam: "Sim, podemos". Jesus disse-lhes: "O meu cálice bebereis", significando que eles também seriam mortos por sua fé, assim como Jesus será morto. Mas isso aconteceria muito mais tarde para eles. Tiago foi o primeiro dos doze a ser morto por sua fé (Atos 12:2). João seria o último, pois morreu exilado na ilha de Patmos por sua fé. Foi lá que escreveu o livro do Apocalipse.

E quando Jesus se submeteu à prisão, Ele usou a metáfora de um cálice para descrever o que estava prestes a sofrer. Pouco depois de Jesus ter feito esse pedido ao Pai para que este cálice passasse Dele, Jesus disse a Pedro: "Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?" (João 18:11).

Jesus beberia deste cálice. Mas o Seu pedido ao Pai foi: se for possível, passa de Mim este cálice. Este pedido era sincero (Lucas 22:44). (Mais sobre isso abaixo). Diante da amargura deste sofrimento e ira, Jesus perguntou ao Pai se era possível, se Ele poderia conceder-Lhe outra maneira de redimir o mundo sem ter que passar por essas coisas terríveis.

O cerne do pedido de Jesus era que Seu Pai deixasse passar de Mim este cálice. Ele estava pedindo ao Pai que deixasse Sua ira passar sobre Ele, assim como a ira de Deus passou sobre as casas de Israel na noite da Páscoa, antes de serem libertadas da escravidão no Egito (Êxodo 12:13). Naquela Páscoa, a ira de Deus veio sobre todas as casas no Egito que não tinham o sangue do cordeiro nas ombreiras (Êxodo 12:21-23), mas poupou todas as casas de Israel. A ira e o julgamento de Deus contra os pecados de Israel caíram sobre os cordeiros da Páscoa (Êxodo 12:12-13).

Nesta Noite de Páscoa, Jesus antecipou a ira de Deus sendo derramada sobre Ele. Jesus é o nosso verdadeiro cordeiro pascal que tira os nossos pecados (João 1:29, Coríntios 5:7). Por causa de Jesus e do Seu sacrifício, a ira de Deus passou sobre nós e caiu sobre Ele. Deus Pai recusou o pedido de Jesus; Ele não permitiu que o cálice da Sua ira passasse de Seu Filho. E Jesus escolheu beber o cálice da ira de Deus por Sua livre e espontânea vontade. Ele fez isso porque amava o Seu Pai e amava as pessoas.

Porque Jesus bebeu deste cálice, não precisamos beber a plenitude do julgamento e da condenação de Deus. Jesus bebeu por nós:

“Assim diz o teu Senhor Jeová e teu Deus, que pleiteia a causa do teu povo: Eis que tiro da tua mão o cálice de atordoamento, a taça do meu furor; tu não o tornarás mais a beber,"
(Isaías 51:22)

No entanto, mesmo em Sua profunda dor, a petição de Jesus é repleta de fé. A expressão "se é possível" reconhece que Deus está no controle. Reconhece a autoridade de Deus Pai sobre todas as coisas. Como Deus, Jesus sabia que todas as coisas são possíveis para Deus (Mateus 19:26). E, portanto, Ele estava pedindo por outro caminho, mas, ao mesmo tempo, Jesus estava disposto a confiar em Seu Pai, mesmo que isso significasse ter que beber este cálice amargo - todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

A RESPOSTA DE JESUS

"Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres."

A resposta de Jesus no Jardim do Getsêmani: todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres, foi a resposta oposta de Adão no Jardim do Éden.

Quando Adão comeu do fruto da árvore proibida, ele essencialmente disse: "Não como Deus quer, mas como eu quero!" (É isso que dizemos a Deus toda vez que pecamos também). Ao fazer isso, Adão trouxe o pecado e a morte ao mundo (Gênesis 3:19; Romanos 5:12). Esse ato separou Adão e sua descendência de Deus e de Seu bom plano para suas vidas (Gênesis 3:22-24).

"Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, ainda sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é tipo daquele que havia de vir."
(Romanos 5:14)

Mas Jesus é "o tipo daquele que há de vir". Ele é o "segundo Adão" (1 Coríntios 15:45). O segundo Adão, Jesus, disse exatamente o oposto do que o primeiro Adão disse. Jesus disse: "todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres".

Assim como Adão colocou sua própria vontade acima da vontade de Deus no Jardim do Éden e trouxe o pecado e a morte ao mundo, Jesus, o segundo Adão, colocou a vontade de Deus acima da Sua vontade (Mateus 26:39) no jardim do Getsêmani e como uma forma de redimir o mundo e colocá-lo de volta em harmonia com seu Criador e conceder vida eterna pela graça a todos que cressem nele (João 3:16),

"Se pela ofensa de um só reinou por ele a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, que é Jesus Cristo."
(Romanos 5:17)

Jesus escolheu beber este cálice. Em troca da alegria que Lhe estava proposta, Ele desprezou a vergonha da cruz e a amargura deste cálice, e agora está assentado à direita do trono de Deus (Hebreus 12:2).

O relato de Lucas oferece uma visão interessante. Nele, Lucas registra Jesus dizendo:

"dizendo: Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas sim a tua."
(Lucas 22:42).

A palavra grega traduzida como "disposto" é uma forma de βούλομαι (G1014 - pronuncia-se: "bu'-lom-ahi"). Esta palavra é usada para refletir alguém decidindo/determinando fazer algo. Descreve as intenções ou planos premeditados de alguém. Mateus usou esta palavra para descrever as intenções de José de mandar Maria embora secretamente antes que o anjo viesse a ele e explicasse a concepção divina de Jesus (Mateus 1:19). E Marcos usa esta palavra para descrever o cálculo político de Pilatos quando libertou Barrabás e entregou Jesus para ser crucificado, de acordo com as exigências da multidão (Marcos 15:15). Portanto, a passagem de Lucas é:

"Pai, se queres [em teu plano intencional], afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua."
(Lucas 22:42).

A intenção premeditada de βούλομαι (G1014) é diferente da palavra grega traduzida como "vontade". A palavra "vontade", como em "não se faça a minha vontade", é θέλημα (G2307 - pronuncia-se: "thel'-ay-mah"). "Thelēma" é usado para refletir os desejos ou vontades de alguém. Descreve algo que alguém gostaria que acontecesse. Mas nossos desejos não têm o poder de decisão final. Exemplos desse uso incluem a Oração do Senhor. A oração modelo de Jesus diz "Seja feita a tua vontade ("thelēma")", indicando que é o desejo de Deus que os humanos sigam o Seu caminho (Mateus 6:10). Mas claramente Deus deixou a decisão para os humanos:

"Pai, se queres [ em teu plano intencional], afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade [ desejo ou vontade], mas a tua."
(Lucas 22:42).

Nesta escolha de palavras, Jesus indica que é Seu desejo (θέλημα) que o cálice do sofrimento e da ira passe. Mas, da perspectiva de Jesus, cabe a Seu Pai decidir (βούλομαι). Isso porque Jesus está determinado (βούλομαι) a seguir a vontade (θέλημα) de Seu Pai, Seu plano. Isso parece fornecer um excelente modelo para nossas próprias orações.

A decisão de Jesus (βούλομαι) de seguir obedientemente a vontade do Senhor (θέλημα) foi um cumprimento messiânico do primeiro Cântico do Servo de Isaías.

"Pois eu sou Jeová, teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador; como teu resgate dei o Egito; em teu lugar, a Etiópia e Sebá. Visto que te tornas precioso aos meus olhos e digno de honra, e eu te amo, portanto darei homens por ti e povos pela tua vida."
(Isaías 42:3-4)

Embora Jesus tenha sido intensamente afligido no Getsêmani ("lagar de oliveiras") e angustiado até a morte (Mateus 26:37-38), Ele não foi esmagado pelo pesado fardo do pecado a ponto de desistir ou ser derrotado pela tentação de seguir Suas emoções e desejos (θέλημα). Apesar da intensidade de Suas provações, Ele executou fielmente a missão que Seu Pai (βούλομαι) havia designado para Ele, que era estabelecer "a justiça [harmonia com Deus] na terra" (Isaías 42:4a).

O RELATO DE LUCAS SOBRE JESUS SENDO MINISTRADO ENQUANTO ELE OROU NO GETSÊMANI

O relato de Lucas sobre Jesus no Jardim do Getsêmani fornece detalhes específicos e interessantes sobre Sua humanidade.

"Então, lhe apareceu um anjo do céu, que o fortalecia. Estando em agonia, orou com mais instância; o seu suor tornou-se em gotas de sangue a cair sobre a terra."
(Lucas 22:43-44)

Lucas relata que "um anjo do céu apareceu a [Jesus], fortalecendo-o" (Lucas 22:43). Isso indica que Deus Pai ouviu e respondeu às orações de Jesus. O Pai ouviu as orações de Seu Filho, oferecidas em meio à dor, à angústia e à agonia (Mateus 26:37-38, Lucas 22:44). O Pai respondeu às Suas orações para que não cedesse à tentação (Lucas 40) e deixasse que este cálice passasse Dele.

Seu Pai não deixou o cálice passar, mas enviou um anjo para fortalecer Seu Filho antes que Ele o bebesse. Este versículo do Evangelho de Lucas também destaca de forma tangível a dependência de Jesus de Seu Pai para obter força e graça para realizar a vontade de Seu Pai.

Se Jesus precisou ser fortalecido por Deus para superar Suas provações, nós também precisamos da graça e do poder de Deus para nos ministrar a fim de superarmos nossas provações. Nosso Pai Celestial geralmente não nos envia anjos para nos ministrar em nossos momentos de necessidade, mas Ele e o Filho nos enviaram algo muito melhor do que anjos para nos capacitar e equipar em nossas provações. Ele nos enviou o Espírito Santo (João 16:13). Ele nos enviou a Si mesmo.

O próprio Deus nos capacita, como crentes em Jesus, à vitória em Cristo sempre que formos tentados (Ezequiel 26:27, 1 Coríntios 10:13, Gálatas 5:5, Efésios 3:16, Colossenses 1:11). O Espírito de Deus vive dentro de cada crente e está disponível para ajudá-lo a superar as provações na força de Deus (Romanos 8:11, 1 Coríntios 3:16, 6:19, 2 Timóteo 1:14). Mas cabe a nós escolher andar no Espírito e não na carne (Gálatas 5:18). O Espírito e a carne estão sempre em conflito um com o outro, incitando-nos a escolhê-los. Deus deixou a nós a escolha de qual seguir, mas é uma escolha binária; não existe uma terceira opção (Gálatas 5:17-18).

Se Jesus, sendo Deus, dependia de Deus para obter força, nós também deveríamos.

Aparentemente, o anjo que veio fortalecer Jesus em Sua agonia, mas não para removê-la. Lucas nos diz que Jesus estava "em agonia" enquanto "orava com fervor" e que "Seu suor tornou-se como gotas de sangue, caindo sobre a terra" (Lucas 22:44). Deus não removeu a angústia de Jesus nem removeu a cruz. Jesus ainda teve que superar Sua angústia confiando em Seu Pai e atravessar a provação.

Da mesma forma, quando Deus nos fortalece, muitas vezes Ele não remove a dor das nossas provações, mas nos dá o poder de superá-las caminhando pela fé. A Bíblia descreve nossas provações como participação nos sofrimentos de Cristo (Atos 5:41, Romanos 8:17, Filipenses 3:10).

"Amados, não estranheis a ardente provação que há no meio de vós e que vem para vos pôr à prova, como se vos acontecesse coisa estranha; mas, visto que sois participantes dos sofrimentos de Cristo, regozijai-vos, para que também, na revelação da sua glória, exulteis cheios de júbilo."
(1 Pedro 4:12-13)

Se compartilharmos os sofrimentos de Cristo, participaremos de Sua recompensa e reinaremos com Ele (2 Timóteo 2:12, Apocalipse 3:21, Romanos 8:17b).

Jesus nos dá um exemplo de esforço árduo para vencer a tentação.

"Estando em agonia, orou com mais instância; o seu suor tornou-se em gotas de sangue a cair sobre a terra."
(Lucas 22:44)

A condição física de suar sangue é uma condição médica confirmada chamada "hematidrose". É uma condição rara, mas, segundo autoridades médicas, geralmente ocorre na região do rosto. Acredita-se que seja desencadeada pela resposta de "luta ou fuga" do corpo durante um momento de extrema angústia ou medo, como quando enfrentamos a morte ou a tortura.

Jesus estava em extrema angústia (Mateus 26:37-38, Lucas 22:44). E Ele enfrentava tanto a morte quanto a tortura - e mais. Ele estava vencendo o pecado do mundo e assumiria sobre Si toda a ira devida. Jesus estava em uma situação de "lutar ou fugir" quando orava fervorosamente no Getsêmani. Por meio de Sua oração fervorosa e do ministério dos anjos, Ele não lutou, nem fugiu fisicamente. Em vez disso, submeteu-se à vontade de Seu Pai e caminhou através da provação.

Embora fosse Deus, esta passagem deixa claro que a cruz não foi fácil nem indolor para Jesus. Pelo contrário, foi excruciante e desgastante. Mais uma vez, o relato de Lucas enfatiza a humanidade de Jesus.

ISAÍAS 49 COMO UM VISLUMBRE PROFÉTICO DA CONVERSA DE JESUS COM SEU PAI

O quadragésimo nono capítulo de Isaías (assim como Isaías 42:1-4, 50:4-11 e 52:13-53:12) é um "Cântico do Servo" que profetiza sobre o Messias como servo. Mas o início deste Cântico do Servo em particular é único por consistir em um diálogo franco entre o Servo e o SENHOR (Isaías 49:1-6). Nesse diálogo, parece que Jesus está agonizando com a rejeição de Seu povo, e Seu Pai Lhe assegura que redimir Israel "é algo muito pequeno"; Seu Pai Lhe assegura que Ele redimirá o mundo inteiro (Isaías 49:6).

Ela nos dá um vislumbre da conversa divina entre o Filho de Deus e Deus Seu Pai, e não apenas isso, mas a conversa registrada por Isaías entre o Servo e o SENHOR parece conter pensamentos e emoções sentidos e expressos por Jesus, o Filho do Homem que veio para servir (Mateus 20:28) durante esta hora solitária no Getsêmani:

“Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, 
inútil e vãmente tenho gasto as minhas forças;
contudo, certamente, o meu direito está com Jeová,
e a minha recompensa, com o meu Deus."
(Isaías 49:4)

Aqui, o Servo responde ao SENHOR que o enviou. Parece ser uma visão profética da oração de Jesus no Getsêmani. É uma confissão de pesar e angústia (Mateus 26:37-38). O Servo (Jesus, o Messias) confessa que "trabalhou em vão" e que gastou tudo o que tinha "em vão".

Em outras palavras, o Servo está dizendo ao SENHOR que sente como se tivesse falhado em cumprir a missão para a qual foi enviado. O Messias deveria redimir Israel. Mas, embora Jesus tenha vindo para os Seus, os Seus não O receberam (João 1:11). Neste momento específico no Getsêmani, Jesus foi traído e sabe que está prestes a morrer nas mãos daqueles que O rejeitaram.

Parte da razão pela qual a alma de Jesus estava "em uma tristeza mortal" (Mateus 26:38) pode ter sido porque Ele foi rejeitado pela nação em Sua missão de redimir Israel. Ele pode ter sido tentado novamente a redimir e reconquistar Israel em Seus próprios termos, em vez de confiar na vontade de Seu Pai.

O diabo já O havia tentado uma vez para ganhar o que era Seu por direito, adorando-O (Mateus 4:9). Jesus tinha a capacidade de pedir ao Seu Pai doze legiões de anjos para lutarem por Ele, mas recusou -se a fazê-lo (Mateus 26:53). Pode ser por isso que Ele orou: "Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres", porque, embora Jesus desejasse que o cálice passasse Dele, desejava ainda mais fazer a vontade de Seu Pai. Continuando com Isaías 49:

“Agora, diz Jeová, que me formou desde o ventre para ser o seu servo, 
para de novo trazer Jacó a ele e para se reunir Israel a ele
(Pois sou glorificado aos olhos de Jeová,
e o meu Deus se faz a minha fortaleza.)."
(Isaías 49:5)

Aqui, o SENHOR dirige palavras de conforto ao Seu Servo. O SENHOR Lhe diz que, apesar da rejeição, Jacó e Israel serão trazidos de volta e reunidos a Ele. Apesar do que o Servo esteja sentindo, Ele não falhou, diz o SENHOR. O Servo é restaurado e honrado por isso. Ele encontra Sua força não em Si mesmo, mas em Deus. Novamente, este pensamento é visto na oração de Jesus ao Seu Pai: todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Mas, incrivelmente, há um propósito ainda maior em jogo do que apenas redimir Israel, que o SENHOR diz ao Seu Servo que Ele irá realizar:

“Sim, diz ele: Pouco é que sejas o meu servo 
para suscitares as tribos de Jacó e restaurares os que de Israel têm sido preservados;
também te porei para a luz dos gentios
a fim de seres a minha salvação até os confins da terra."
(Isaías 49:6)

O SENHOR diz ao Seu Servo que era "pouco" redimir apenas Israel e que Ele também redimirá "as nações, para que a minha salvação chegue até os confins da terra". Em outras palavras, o que parece ser o fracasso do Messias (a rejeição de Israel a Ele) é, na verdade, uma parte significativa do plano muito maior de Deus para redimir os gentios nos confins da terra. Isso não é uma derrota para o Servo. É um triunfo total e em grande parte imprevisto!

Mesmo atribulado no Getsêmani, Jesus vencerá a morte e o pecado. Após Sua ressurreição, Jesus diz aos Seus discípulos que eles serão Suas testemunhas "em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra". O apóstolo Paulo, em Romanos 11, lembra aos crentes gentios que residem em Roma que, embora os corações dos judeus estejam endurecidos, Deus os usou para o benefício dos gentios - o reino de Deus agora também está disponível para eles. E Paulo diz que um dia todo o Israel será salvo (Romanos 11:25-26a).

A profecia de Isaías neste Cântico do Servo continua com o SENHOR se dirigindo ao Seu Servo,

“Assim diz Jeová, o Redentor de Israel e o Santo dele, 
ao que é desprezado dos homens,
ao que é aborrecido da nação,
ao servo dos que dominam:
Reis bem como príncipes verão,
se levantarão, adorarão,
por causa de Jeová, que é fiel, por causa do Santo de Israel, que te escolheu.'"
(Isaías 49:7)

Aqui, o SENHOR promete ao Seu Servo injustamente desprezado e abominado que, embora a nação de Israel O deteste, haverá reis que O verão, se levantarão e se curvarão diante Dele. Ele será grandemente exaltado. Sabemos que isso aconteceu, pois Jesus disse aos Seus discípulos que Lhe fora concedida toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).

O tema desta promessa de que todo joelho se dobrará diante de Jesus é repetido nos versos finais do quarto Cântico do Servo (Isaías 53:10-12), bem como na admoestação de Paulo aos crentes filipenses. Em Filipenses, Paulo adverte os crentes a escolherem a mesma mentalidade de Jesus no Jardim do Getsêmani (Filipenses 2:5-10). Jesus escolheu "desprezar a vergonha" que sentia e fazer a vontade de Seu Pai, visando a recompensa prometida (Hebreus 12:2).

Paulo exorta cada crente a escolher o mesmo caminho que Jesus. Escolher a mentalidade de Jesus, servir e sofrer humildemente agora nesta vida, faz sentido, porque o resultado é uma recompensa muito maior do que qualquer coisa que possamos ganhar nesta Terra. Se seguirmos a vontade de Deus, Ele nos exaltará no Seu tempo (Mateus 20:27, 2 Timóteo 2:12, Tiago 4:10, 1 Pedro 5:6).

Cristo veio primeiro para servir (Mateus 20:28, Lucas 22:42). Por causa de Seu serviço fiel, Ele recebeu toda a autoridade e a Terra como Sua recompensa (Mateus 28:20, Filipenses 2:10, Hebreus 12:2). Jesus nos oferece a mesma promessa e nos exorta a vencer a tentação, assim como Ele venceu (Apocalipse 3:21). O esforço de Jesus no Jardim do Éden é um exemplo para nós, que podemos imitar em nosso esforço para resistir ao pecado e à tentação.

O Cântico do Servo continua em Isaías 49:8-12 com o SENHOR ecoando essas promessas e temas semelhantes ao Seu Servo.

O SALMO 13 COMO UMA PREFÁCIO MESSIÂNICA DA ORAÇÃO DE JESUS NO GETSÊMANI

Quando ouvimos a oração de Jesus no Getsêmani - Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres - à luz do fato de que Ele estava prestes a ser preso, torturado e executado nas mãos de Seus inimigos, ouvimos ecos do Salmo 13 pelo ancestral de Jesus, o Rei Davi.

Convidamos você a refletir e considerar as conotações messiânicas deste pequeno salmo de seis versículos.

Davi inicia os dois primeiros versículos do Salmo 13 orando. Ele faz a Deus uma série de quatro perguntas sobre Sua bondade em meio a circunstâncias desesperadoras. Cada pergunta começa com: "Até quando?" (Salmo 13:1-2). Parece que o salmo de Davi é uma predição profética do que Jesus pediu a Seu Pai no Getsêmani.

"Até quando, SENHOR? Esquecerás de mim para sempre?
Até quando esconderás de mim o teu rosto?
Até quando terei tristeza no coração o dia todo?
Até quando o meu inimigo será exaltado sobre mim?"

Ao contrário do que Davi parece fazer, Jesus não parece questionar a bondade de Deus, mas tanto Davi quanto Jesus clamam a Deus enquanto Ele enfrenta provações desesperadoras. E o pedido de Jesus para que este cálice passe de Mim é uma expressão de pedido a Deus para que se arrependa, da mesma forma que Davi pedia. Parece que este salmo profético fornece uma visão adicional do pedido de Jesus.

Depois de fazer essas perguntas, Davi então defende seu caso:

“Considera e responde-me, Jeová, 
Alumia os meus olhos para que não durma eu o sono da morte,
a fim de que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele.
E os meus adversários não se alegrem, quando eu for abalado."
(Salmo 13:3-4)

Assim como Davi, Jesus também enfrenta a perspectiva de uma morte inglória nas mãos de seus inimigos. Davi pediu a Deus que o livrasse da morte e da derrota, poupando sua vida. Deus livrou Davi da vergonha da morte nas mãos de seus inimigos, concedendo-lhe a vitória sobre eles.

Este salmo se aplica não apenas a Davi, mas também profeticamente a Jesus, o Messias, embora Deus não o resgate da mesma forma. Deus não deixa o cálice passar. Ele permite que Jesus seja entregue nas mãos de Seus inimigos e seja morto. Ele permite que os inimigos de Jesus se regozijem sobre Seu cadáver. Mas Deus liberta Jesus da vitória, não por meio de uma fuga preventiva, mas por meio da ressurreição.

Por fim, embora Davi estivesse no fundo do desespero e não conseguisse ver saída, ele escolheu confiar na fidelidade de Deus:

“Mas, quanto a mim, confio na tua misericórdia;
regozije-se o meu coração na tua salvação.
Cante eu a Jeová,
porque me fez o bem."
(Salmo 13:5-6)

Jesus também adota essa perspectiva. Ele também escolhe confiar na bondade de Seu Pai, sabendo que mesmo em meio à agonia, à vergonha e à morte, a vitória será Sua, final e para sempre. Essa fé em Seu Pai é o que Lhe permite dizer: contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres.

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