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The Blue Letter Bible
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Mateus 27:46 Explicação

Os relatos paralelos do Evangelho para Mateus 27:46 são encontrados em Marcos 15:34.

Depois de descrever a escuridão da crucificação no versículo anterior, Mateus escreve: Cerca da hora nona, deu Jesus um alto brado: Eli, Eli, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (v. 46).

Mateus introduz o clamor de Jesus observando primeiro o horário em que foi proferido: por volta da hora nona. Isso indica que o momento do clamor de Jesus é significativo.

O significado não é difícil de entender, o clamor de Jesus está conectado as trevas da crucificação, Mateus concluiu o versículo anterior observando que as trevas da crucificação duraram "até a hora nona" (Mateus 27:45). Mateus inicia este versículo com a expressão: Cerca da hora nona. É difícil não notar o intervalo entre a escuridão e o clamor de Jesus.

Jesus parece ter clamado pouco antes da crucificação: a escuridão se dissipou, enquanto ela se dissipou, ou logo depois, mas o momento do clamor de Jesus e o fim da escuridão/trevas parecem ser mais do que uma mera questão de coincidência, parece ser o comentário de Jesus sobre a própria escuridão. (Este comentário desenvolverá esse pensamento mais adiante).

Além disso, Lucas parece indicar que Jesus “deu seu último suspiro” por volta da nona hora (Lucas 23:44-46) - o que torna esse clamor, que foi expresso cerca da hora nona, uma das últimas coisas que Jesus diria na cruz.

A primeira parte da introdução de Mateus ao clamor de Jesus nos diz quando Jesus bradou, e a segunda parte nos diz como Ele bradou - em voz alta.

A expressão de Mateus: deu Jesus um alto brado - nos informa que Jesus gritou ou berrou essa declaração. Ele não a disse suavemente ou baixinho, mas em voz alta, para que todos ouvissem. O fato de Jesus ter gritado essa declaração sugere que foi um lamento gutural ou um grito de profunda agonia e angústia.

Jesus sofreu com a tortura física da cruz, com a dor emocional da rejeição e zombaria de Israel e com sua morte espiritual quando foi separado de Deus e se tornou um objeto de pecado e ira.

deu Jesus um alto brado: Eli, Eli, lamá sabactâni?

Isto foi dito em aramaico - a língua comum da época. É possível, senão provável, que todas as sete declarações registradas de Jesus na cruz tenham sido ditas em aramaico, e não em hebraico - a língua religiosa; ou grego - a língua em que esses eventos foram escritos e transmitidos ao longo do Novo Testamento.

A razão aparente pela qual Mateus registra essa expressão específica em aramaico antes de traduzir seu significado foi porque havia, evidentemente, alguma confusão entre os que estavam na cruz sobre o que Jesus estava realmente dizendo. Alguns na multidão pareceram interpretar erroneamente Eli como se referindo ao profeta "Elias" em vez de "Meu Deus" (Mateus 27:47-49). 

Mateus esclarece a intenção de Jesus ao traduzir corretamente a expressão de Cristo quando escreve “Eli, Eli, lama sabachthani?”, isto é, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

A pergunta "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" é uma citação direta do Salmo 22:1. O Salmo 22 descreve o sofrimento injusto e o resgate e vindicação divinos de Davi. O Salmo 22 é profético do sofrimento e da morte de Jesus, o Messias, na cruz, e de Sua ressurreição dentre os mortos.

Para saber mais sobre o Salmo 22 e suas profecias a respeito de Jesus, o Messias, veja o comentário da Bíblia sobre o Salmo 22.

O clamor de Jesus no versículo 46 é a terceira referência explícita de Mateus ao Salmo 22 quando ele descreve a crucificação do Messias.

As duas primeiras referências de Mateus ao Salmo 22 durante seu relato da crucificação foram:

  • Mateus 27:35 - quando os soldados dividiram as vestes de Jesus - veja Salmo 22:18
  • Mateus 27:43 - quando os inimigos de Jesus zombaram dele com as mesmas palavras que os inimigos de Davi usaram para zombar dele - veja Salmo 22:7-8.

A citação de Jesus do Salmo 22:1 neste clamor é também a oitava alusão de Mateus ao cumprimento de uma profecia em seu relato da crucificação do Messias.

Quando Mateus traduziu o clamor de Jesus : "Eli, lama sabachthani?" como "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", todo judeu o teria reconhecido instantaneamente como o Salmo 22:1. A referência ao Salmo 22 teria sido tão imediata para eles quanto quando alguém nos Estados Unidos modernos diz "Oitenta e sete anos atrás" e as pessoas automaticamente reconhecem isso como o "Discurso de Gettysburg" de Abraham Lincoln.


Tanto Jesus quanto Mateus apontam para o Salmo 22 com este clamor para demonstrar como o salmo previu a crucificação do Messias. O fato de Jesus se tornar maldição por nós no madeiro não o desqualifica de ser o Messias (Deuteronômio 21:23, 1 Coríntios 1:23a, Gálatas 3:13). O Salmo 22 e outras profecias, como Isaías 52:10-53:12, provam que Jesus foi e é o Messias.

Além de ser uma maneira de aludir à profecia messiânica, o clamor - Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste - também fornece um comentário pessoal sobre a escuridão da crucificação da perspectiva de Jesus.

Da perspectiva de Jesus, essa escuridão parece representar o vazio que Ele sentiu quando Deus O abandonou em ira, quando o Cordeiro de Deus sem pecado se tornou a encarnação de toda transgressão humana.

O clamor de Jesus é Sua resposta agonizante a esse momento terrível.

Pela que foi possivelmente a primeira vez na eternidade, Deus foi abandonado por Si mesmo. O Filho de Deus foi isolado do Pai em Sua hora mais desesperadora de sofrimento. A razão aparente pela qual Deus abandonou o Filho foi porque o Filho sacrificialmente se permitiu tornar-se o pecado do mundo e um objeto de ira.

Que o Messias suportaria sacrificialmente os pecados do povo e sofreria a ira de Deus foi profetizado por Isaías repetidas vezes em seu quarto Cântico do Servo (Isaías 52:10-53:12):

“Verdadeiramente, foi ele quem tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido.”
(Isaías 53:4)

“Todos nós temos andado desgarrados como ovelhas; temo-nos desviado cada um para o seu caminho; e Jeová fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.”
(Isaías 53:6)

“Todavia foi do agrado de Jeová esmagá-lo; deu-lhe enfermidades. Quando a sua alma fizer uma oferta pelo pecado, ele verá a sua semente, prolongará os seus dias, e na sua mão será próspera a boa vontade de Jeová.” (Isaías 53:10)

"Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento, o meu Servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles, ele as tomará sobre si.”
(Isaías 53:11)

Pedro, que faz referência ao Cântico do Servo de Isaías, explica como Jesus foi o Servo predito que suportou a penalidade dos nossos pecados na cruz, absorvendo a ira de Deus em nosso favor e proporcionando redenção e salvação para todos os que creem nele:

“Levando ele próprio os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, a fim de que, mortos aos pecados, vivamos à justiça. Por suas feridas, fostes sarados.”
(1 Pedro 2:24)

Paulo e João também explicaram e elaboraram esta misteriosa transação:

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que nós nos tornássemos justiça de Deus nele.”
(2 Coríntios 5:21)

“Cristo nos remiu da maldição da Lei, tornando-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que é pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13)

“Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”
(1 João 2:2)

Durante essas três horas de escuridão, Jesus, o Filho de Deus e Messias, sofreu voluntariamente a ira e o julgamento de Deus sobre o pecado, para que Ele pudesse nos salvar da ira vindoura (1 Tessalonicenses 1:10).

Jesus provavelmente estava expressando a profunda angústia e os efeitos de suportar a ira de Deus durante as três horas de escuridão quando deu um alto brado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Jesus estava, na verdade, descrevendo Sua própria morte espiritual, Sua própria separação da intimidade com Seu Pai que Ele sempre conheceu.

 A morte é uma forma de separação, na morte física, testemunhamos a saída do espírito e da alma do corpo físico, rompendo a conexão do nosso espírito com o nosso corpo, no entanto, a morte espiritual transcende a mera fisicalidade. A morte espiritual ocorre quando nossa alma não tem conexão com Deus - a fonte da própria vida. As Escrituras equiparam o pecado à morte, sugerindo uma dupla separação: de Deus e do Seu desígnio para a humanidade (Gênesis 2:16-17; Romanos 6:23; Tiago 1:15).

Embora Ele não conhecesse pecado, quando Se tornou pecado por nós, podemos inferir que o pecado teve o mesmo efeito mortal sobre o espírito humano de Jesus que sobre o espírito de Adão. A morte espiritual de Adão ocorreu quando ele se escondeu de Deus e foi posteriormente expulso do Éden (Gênesis 3:7-8, 3:23-24). Assim, Seu relacionamento imaculado com Deus foi rompido. E, semelhante a Adão, Jesus primeiro encontrou a morte espiritual, imediatamente seguida por Sua morte física.

Quando Jesus se tornou pecado durante a escuridão da crucificação, Seu espírito humano morreu ao ser separado e abandonado por Deus. Na cruz, Jesus suportou a morte espiritual e física. O Pai infligiu a morte espiritual, abandonando Jesus durante a escuridão e colocando os pecados do mundo sobre Ele (Isaías 53:10a; Colossenses 2:14). Pouco depois, Jesus entregou Sua vida física, entregando Seu espírito (João 10:17-18; Lucas 23:46).

O espírito de Jesus ressuscitou na cruz antes de Sua morte física. Sabemos disso porque o relacionamento divino entre Pai e Filho foi restaurado antes de Jesus entregar Seu espírito. As últimas palavras de Jesus não foram dirigidas a "Meu Deus", mas sim a "Pai" (Lucas 23:46).

Todas essas coisas sugerem o seguinte:

  • Jesus morreu espiritualmente na cruz durante a escuridão da crucificação, pois Ele se tornou o pecado do mundo e foi separado e abandonado por Deus.
  • O espírito de Jesus ressuscitou na cruz quando o relacionamento Divino foi restaurado, conforme significado por Sua declaração final: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46b).
  • Jesus morreu fisicamente na cruz: “E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito” (Mateus 27:50 - veja também Lucas 23:46c).
  • Jesus ressuscitou fisicamente dos mortos três dias depois (Mateus 28:5-6, 1 Coríntios 15:3-4).

Aqueles que nascem de novo na família de Deus seguem um padrão semelhante de morte e ressurreição:

  • Estamos espiritualmente mortos no pecado.
    (Efésios 2:1, Romanos 5:12)
  • Somos restaurados à vida espiritual e nascemos de novo quando cremos em Jesus.
    (João 3:16, 2:4-5)
  • Seremos ressuscitados no Novo Céu e na Nova Terra.
    (João 11:25-26, 1 Tessalonicenses 4:14-17)

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

O abismo de agonia emocional, mental, psicológica e espiritual sugerido por essa expressão é insondável. Talvez o máximo que possamos discernir seja que Jesus suportou o máximo sofrimento dentro da capacidade humana.

Embora Jesus tenha compreendido claramente Sua missão (Mateus 20:18-19) e abraçado voluntariamente Sua cruz em obediência ao Seu Pai, absorvendo o cálice amargo da ira de Deus (Mateus 16:24; Lucas 22:42; Filipenses 2:5-8), isso não aliviou a angústia emocional e o tormento existencial da morte espiritual.

Apesar de saber de antemão o que as escrituras diziam sobre o quão ruim seria, Jesus ainda clamou a Deus - perguntando: Por quê? Por que salvar o mundo tinha que doer tanto? Por que a redenção do mundo tinha que ser assim?

Para explorar mais completamente a pergunta de Jesus, veja o artigo A Bíblia Diz, “AS SETE ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ: 4. UMA PALAVRA DE DESOLAÇÃO"

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