
O Salmo 37:27-34 é tradicionalmente atribuído a Davi (1010-970 a.C.), o segundo rei de Israel e figura importante na história bíblica. A partir do versículo 27, o salmo convida os leitores a agirem em busca de bênçãos duradouras, declarando: Desvia-te do mal e faze o bem. Assim, possuirás para sempre a tua morada (v. 27). Essa instrução apresenta um forte contraste entre rejeitar um caminho destrutivo e abraçar uma vida íntegra, em harmonia com o caráter de Deus. Tal escolha de se afastar da maldade é mais do que uma diretriz moral — é um convite a uma vida com alicerces na graça divina e na permanência.
Davi revela que uma conversão intencional do mal não é meramente uma decisão momentânea, mas um esforço contínuo para buscar o que é reto. Viver em constante rejeição ao mal abre as portas para as bênçãos prometidas por Deus, enfatizando tanto a dimensão temporal quanto a eterna. No Novo Testamento, Paulo exorta os crentes a renovarem continuamente suas mentes para uma transformação duradoura (Romanos 12:2). Esses ensinamentos complementares destacam a essência da obediência sincera, marcando a jornada do crente com verdadeiro crescimento e estabilidade espiritual.
Continuando no versículo 28, o salmista proclama: Pois Jeová ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos iníquos será exterminada (v. 28). Isso afirma a constância da devoção de Deus ao que é justo e reto. Ele não apenas ama a justiça, mas permanece sempre fiel ao seu povo, assegurando-lhes o seu cuidado incessante. Apesar dos aparentes sucessos dos ímpios, o seu destino final está longe de ser seguro.
Esta declaração sobre os descendentes dos ímpios ressalta o impacto geracional das más escolhas. A justiça de Deus vai além da transgressão ou da fidelidade de um indivíduo, indicando que o legado de uma pessoa pode perdurar em retidão ou ter um fim trágico. O consolo reside no fato de que os fiéis a Deus desfrutarão de proteção duradoura, refletindo o plano maior de Deus de estabelecer uma comunidade justa que perdure.
Adiante, o versículo 29 oferece outra forte afirmação do favor de Deus: Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre (v. 29). A promessa de terra no Antigo Testamento era extremamente significativa para o povo de Israel, simbolizando um lugar tangível da provisão e do cuidado de Deus. Ao proclamar que eles habitarão ali indefinidamente, este versículo lembra aos crentes a continuidade das bênçãos da aliança de Deus.
Para os leitores modernos, a noção de herdar terras também pode ser metafórica, representando segurança, esperança e paz. Jesus ecoa essa mesma certeza quando declara que os mansos herdarão a terra (Mateus 5:5). Ambas as promessas indicam a dádiva de um lugar seguro, sustentado pela graça de Deus para aqueles que escolhem o caminho da obediência sincera.
No versículo 30, o salmista descreve as palavras daqueles que seguem o Senhor, afirmando: A boca do justo profere a sabedoria, e a sua língua fala o juízo (v. 30). Aqui, a fala justa é retratada como uma manifestação de discernimento moral e um coração alinhado com a verdade divina. Falar justiça implica falar a verdade de uma maneira que reflita o padrão de Deus, defendendo o que é equitativo e justo.
Tal discurso piedoso se opõe fortemente àqueles que usam palavras para enganar ou prejudicar. Quando as palavras fluem de um lugar de sabedoria, elas constroem unidade e refletem um fundamento alicerçado na verdade espiritual. No Novo Testamento, Tiago exorta os crentes a serem cuidadosos com a sua fala, reconhecendo que a língua tem o poder de abençoar ou amaldiçoar (Tiago 3:9-10). O Salmo 37:30 antecipa esse tema, destacando a justiça que deve estar por trás das palavras piedosas.
Dando continuidade a esse pensamento, ele proclama: A lei do seu Deus está no seu coração; não resvalarão os seus passos (v. 31). Essa imagem enfatiza a internalização das instruções divinas, tornando a Palavra de Deus uma força guia e uma bússola na vida. Quando a lei habita no coração, a obediência se torna mais do que uma questão de obrigação externa; torna-se uma expressão de devoção genuína.
Ao manter a verdade de Deus em primeiro plano, a pessoa justa permanece firme no caminho da vida. Embora a vida possa ser repleta de obstáculos, tentações e incertezas, um coração repleto dos ensinamentos de Deus permanece inabalável. Portanto, os justos evitam tropeçar, porque seu alicerce permanece firmemente alicerçado na sabedoria espiritual.
O versículo 32 direciona a atenção para a hostilidade do mal contra os fiéis: O iníquo espreita ao justo e busca tirar-lhe a vida (v. 32). Essa passagem retrata os perigos reais que os crentes podem enfrentar em um mundo caído. O mal frequentemente visa aqueles que se dedicam a viver segundo os caminhos de Deus, com a intenção de prejudicá-los ou oprimi-los.
Contudo, o salmo não sugere que os ímpios sempre têm sucesso em seus planos. Em vez disso, essas palavras alertam os crentes para que sejam vigilantes, confiando no poder maior da proteção de Deus. Passagens posteriores afirmam que lutamos contra forças espirituais das trevas (Efésios 6:12), mas, como Davi destaca, Deus é, em última análise, quem sustenta e garante o futuro do seu povo fiel.
Davi oferece mais segurança a seguir, declarando: Jeová não o deixará ao seu dispor, nem o condenará, quando for julgado (v. 33). Aqui, a pessoa justa encontra conforto na certeza de que Deus não a abandonará, mesmo sob a ameaça de violência ou falsas acusações. Deus se apresenta como o Advogado e Juiz supremo que defende a justiça.
Isso transmite uma clara mensagem de esperança: não importa quão difíceis sejam as circunstâncias, os fiéis têm motivos de sobra para confiar que Deus supervisiona todas as coisas. Sua autoridade supera os julgamentos terrenos. Se os crentes permanecerem fiéis a Deus, podem depender de Sua graça sustentadora, confiantes de que Ele vê além dos julgamentos humanos ou das intenções corruptas.
Finalmente, o versículo 34 exorta: Espera em Jeová e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra. Quando os iníquos forem exterminados, tu o verás (v. 34). Paciência e perseverança são os temas centrais aqui. O salmo encoraja os leitores a depositarem sua confiança inabalável no tempo de Deus, permanecendo firmes na obediência mesmo quando os resultados imediatos são escassos.
No fim, permanecer fiel ao caminho do Senhor conduz a um lugar elevado de bênção e testemunho. Os justos verão a queda do mal, lembrando-nos do dia em que Deus lidará definitivamente com a injustiça. Este versículo desafia os crentes a continuarem a ter esperança na redenção e restauração final que Deus prometeu, apontando-nos para a culminação do Seu governo justo.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
Você pode acessar o artigo original aqui.
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