
Em Apocalipse 21:9-14, a visão do apóstolo João se aproxima da proclamação da vinda de “um novo céu e uma nova terra” (Apocalipse 21:1) para uma visão deslumbrante e detalhada da cidade santa, Jerusalém (v. 10). Esta é uma nova Jerusalém que João descobre ser também a noiva, a esposa do Cordeiro (v. 9).
Na seção anterior, vimos que esta nova Jerusalém foi aparentemente pré-fabricada, pois desce do céu já construída. Diz-se que ela foi “preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Apocalipse 21:2). Assim como a multidão se maravilha com a beleza da noiva entrando na cerimônia de casamento, a nova Jerusalém descerá do céu de maneira deslumbrante.
A visão continua, e João observa: "Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas e falou comigo: Vem cá, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro." (v. 9).
A menção das sete taças remete a Apocalipse 16, onde Deus derramou sete juízos contra um sistema mundial corrupto. Os sete juízos das taças vieram do juízo da sétima trombeta, e os sete juízos das trombetas vieram do sétimo selo que foi rompido do livro de Apocalipse 5. O fato de João ter reconhecido que aquele anjo era um dos sete anjos que possuíam as sete taças nos mostra que os anjos são pessoas distintas, com características únicas.
Talvez o fato de esse anjo em particular ter sido designado para dar a João uma “visita guiada” à nova Jerusalém destaque a transição do velho para o novo. Esse anjo, a quem foi atribuída a grande responsabilidade de proferir os juízos finais sobre a terra anterior, está agora dando a João uma visita guiada à nova Jerusalém na nova terra.
A maior diferença entre a velha e a nova terra é, sem dúvida, que na nova terra, Deus desceu para habitar entre a humanidade (Apocalipse 21:3). O céu é o lugar onde Deus habita, e agora o céu desceu à terra. A glória de Deus encherá a terra, de tal forma que o sol não será mais necessário para iluminá-la (Apocalipse 21:23).
A nova terra está sendo preparada para o seu novo Rei e a nova Jerusalém está sendo preparada como a noiva do Rei, a esposa do Cordeiro. Em Efésios 5:25-27, o apóstolo Paulo descreve como Cristo “se entregou” pela Sua Igreja para que Ele pudesse “apresentá-la a si mesmo em toda a sua glória” — santa, imaculada e radiante, como uma noiva no dia do seu casamento. É possível que parte do adorno da nova Jerusalém, a noiva e esposa do Cordeiro, seja o fato de ela ser preenchida por crentes que compõem a noiva de Cristo, conforme mencionado em Efésios 5:32 como um “grande mistério”.
A cidade representada como uma noiva indica que ela está completa isso, por sua vez, sugere que está repleta de habitantes. Quando a cidade descer do céu, poderá estar cheia do povo de Deus, que agora está se mudando do céu para a nova terra. Jesus prometeu que iria preparar um lugar para o seu povo em João 14:2-3. Parece que a nova Jerusalém já está sendo construída, talvez uma das coisas que o povo de Deus esteja fazendo enquanto espera pela nova terra seja ajudar Jesus a construir a sua nova cidade.
Aqui, em Apocalipse, a esposa do Cordeiro está totalmente preparada para Ele, a cidade e tudo o que nela existe agora servem como a noiva de Jesus, isso enfatiza que Jesus está agora plenamente estabelecido como governante e rei da Terra. Jesus reinará sobre a Terra, mas Ele ainda é retratado aqui como o Cordeiro.
Jesus é o Cordeiro do mundo porque deu a Sua vida para que o mundo pudesse viver este foi o ato supremo de serviço (João 15:13). O fato de Jesus, o Rei, ainda ser chamado de Cordeiro ressalta a Sua humanidade. Jesus se fez homem para sofrer e morrer pelos pecados do mundo (João 3:16, Colossenses 2:14), Ele veio para servir, e não para ser servido (Mateus 20:28).
Jesus também governará a terra com uma “vara de ferro” (Apocalipse 2:27, 12:5). O fato de Ele ser o governante e o Cordeiro que é servo indica que aqueles que reinarem na nova terra o farão com amor e serviço, buscando o melhor para os outros. Esta é provavelmente uma das principais razões pelas quais a nova terra será um lugar onde habitará a justiça (2 Pedro 3:13).
O “anjo da viagem” leva João para uma montanha alta, onde ele tem uma visão completa da nova Jerusalém: “Levou-me, pelo Espírito, a um grande e alto monte e mostrou-me a Santa Cidade de Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus” (v. 10).
O fato de a cidade santa estar descendo do céu, da parte de Deus, indica que João está testemunhando a nova cidade descendo do céu e se estabelecendo em seu devido lugar na nova terra. Anteriormente, em Apocalipse 21:2, João observou que a Nova Jerusalém estava “preparada como uma noiva”, sugerindo que a cidade já estava pré construída. Agora, João a contempla descendo sobre a nova terra em esplendor visível. Isso ressoa com a declaração de Jesus em João 14:2: “Vou preparar-vos lugar”.
Vimos que Deus deu instruções precisas a Israel sobre como construir a arca e o tabernáculo, e então Ele desceu para enchê-los com a Sua presença (Êxodo 25:40, 40:34). Isso pode ser uma prefiguração da nova Jerusalém. Pode ser que, neste exato momento, Jesus esteja supervisionando as hostes celestiais na construção da nova Jerusalém. Então ela descerá para a nova terra, e Ele descerá com ela para enchê-la com a Sua presença. Só que desta vez a nova terra será a Sua principal morada e a Sua presença preencherá toda a terra (Apocalipse 21:3, 23), consequentemente, toda a terra será o Seu templo (Apocalipse 21:22).
Ao longo do Apocalipse, surge um contraste entre o sistema caótico do mundo — frequentemente representado pelo mar (Apocalipse 13:1) — e o reino ordenado e pacífico de Deus. Nessa nova realidade, “o mar já não existe” (Apocalipse 21:1), simbolizando o desaparecimento de todo o caos e pecado. A descida da cidade sugere que a santidade não paira mais distante no céu; em vez disso, a presença de Deus se funde com o projeto original da humanidade. Isso, por sua vez, satisfará o desejo mais profundo de todo crente, que é habitar em perfeita comunhão com Deus, Seu povo e Sua criação (Apocalipse 21:3, Mateus 25:21). Em Apocalipse 21:22, somos especificamente informados de que esta nova Jerusalém não terá um edifício que seja um templo, porque o próprio Deus estará presente na terra. Não há necessidade de uma representação de Sua presença quando Ele está fisicamente presente.
O fato de João ter sido levado ao grande e alto monte pelo anjo em espírito sugere várias coisas. Primeiro, que se trata de uma visão (Apocalipse 9:17), segundo, que a nova terra possui grandes e altas montanhas e terceiro, que a nova Jerusalém é tão vasta que exige um ponto de vista muito elevado para que se possa contemplá-la. Como veremos em Apocalipse 21:15, a cidade tem um comprimento, largura e altura de 2.400 quilômetros. O fato desse grande e alto monte proporcionar uma perspectiva suficiente para se avistar a grande cidade indica que essa montanha tem um tamanho que ofusca qualquer coisa existente na Terra atual. Tudo indica que a geografia desta nova terra é completamente diferente da antiga. A referência à grande cidade como Jerusalém provavelmente indica que esta cidade será a capital espiritual, cultural e política da nova terra.
João está recebendo uma revelação divina deste grande e alto monte. Montanhas frequentemente aparecem nas Escrituras como pontos de vista privilegiados para revelações divinas — Moisés recebeu a Lei no Monte Sinai (Êxodo 19). Jesus foi transfigurado em uma “alta montanha” (Mateus 17:1). Jesus também revelou a plataforma do Seu reino, descrevendo a justiça aos Seus seguidores, enquanto estava em uma montanha (o Sermão da Montanha, Mateus 5-7). Aqui, o êxtase espiritual de João destaca a natureza sobrenatural desta visão: ele tem permissão para contemplar a obra-prima de Deus, que é a nova Jerusalém.
João observa que a cidade tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina. (v. 11).
No Antigo Testamento, a glória de Deus frequentemente se manifesta como um brilho intenso, preenchendo o tabernáculo (Êxodo 40:34) ou o templo (1 Reis 8:10-11). Aqui, esse esplendor glorioso permeia toda a cidade, deixando claro que esta nova criação é imaculada pelas trevas e pelo pecado.
A palavra grega traduzida como glória é “doxa”, ela se refere à essência de algo que está sendo observado, como em 1 Coríntios 15:41, onde se diz que a lua tem uma glória diferente da do sol. Nesse caso, a glória da cidade reflete não apenas o brilho de Deus, mas também a Sua beleza. O que os humanos chamam de beleza geralmente se refere a algo que possui simetria e integridade de design em sua textura, cor, tamanho e forma. João descreve a beleza da nova Jerusalém como sendo semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
Uma pedra preciosíssima geralmente exibe uma beleza natural realçada pelo trabalho cuidadoso de um artista habilidoso. Nesse caso, Deus é esse artista. A pedra específica à qual João se refere como sendo uma lembrança da aparência da cidade é uma pedra de jaspe cristalino. Como essa pedra é cristalina, podemos pensar em um diamante brilhante. Além de Apocalipse 21:11, a palavra grega traduzida como jaspe aparece nos seguintes versículos:
Essa imagem de jaspe pode sugerir pureza, refletindo a realidade de que todo vestígio de pecado foi purificado. Como veremos em Apocalipse 21:27, nada impuro será permitido na cidade. No Antigo Testamento, a glória de Deus era letal se experimentada diretamente (Êxodo 33:20). Agora, ela é o ambiente abrangente da nova terra e parte do que elimina a morte e o sofrimento.
Subentende-se que os crentes redimidos, agora em corpos glorificados e refinados pelo fogo, podem permanecer na plenitude da Sua presença sem temor (1 Coríntios 15:42-44). O episódio dos três hebreus fiéis que permaneceram ilesos com o anjo do Senhor na fornalha ardente pode ser uma prefiguração da nova terra (Daniel 3:25). O fogo purificador de Deus limpou toda impureza e o Seu povo agora pode estar na Sua presença (Malaquias 3:2, 1 Coríntios 3:13-15).
A presença radiante de Deus preencherá a terra e se refletirá por toda a nova Jerusalém. As Escrituras afirmam que todos os que pertencem a Ele serão conformados à imagem de Cristo (Romanos 8:29). A presença de Deus será vida e beleza para todos os crentes que ali habitarem.
O brilho da cidade, semelhante a uma pedra preciosa, poderia prefigurar a erradicação da tristeza, das lágrimas e da morte para o povo de Deus, mencionada anteriormente (Apocalipse 21:4). Liberto das amarras do pecado, o povo de Deus que habita na nova Jerusalém participa da alegria do seu Mestre (Mateus 25:21). Isso também poderia refletir a glória radiante de Deus, que é alegria para os redimidos e maldição para os condenados (Apocalipse 21:27).
Não há qualquer indício de pessoas flutuando em nuvens tocando harpas. Esse é um estereótipo que não está presente nas escrituras, em vez disso, deriva do dualismo grego, que sustentava que as coisas materiais são más por natureza e as coisas espirituais são boas. O dualismo defendia que a vida após a morte seria apenas espiritual, a nova Terra é tudo menos espiritual, o que é mais sólido e material do que altas montanhas e pedras preciosas deslumbrantes?
O relato bíblico da vida após a morte é o completo oposto de um ambiente puramente espiritual. João descreve características físicas que impressionam e inspiram, como veremos em Apocalipse 21:24, haverá nações com reis que trarão sua glória para a nova Jerusalém, isso também é muito físico e tangível. Os habitantes dessa cidade desfrutam de um ambiente eternamente dinâmico, repleto de vida, criatividade e da presença eterna do Senhor (Apocalipse 22:1-5).
Continuando, João descreve como a cidade tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes escritos, que são os da doze tribos dos filhos de Israel. (v. 12).
As cidades antigas precisavam de muralhas e portões para segurança; aqui, um muro grande e alto simboliza a proteção abrangente de Deus. O mal não pode invadir, porque foi julgado e expulso (Apocalipse 20:10, 21:27), esta cidade é um santuário de paz inabalável.
Em cada um dos doze portões estão doze anjos, podemos presumir que eles estão de guarda talvez isso seja semelhante ao anjo que guardava o Éden, não permitindo a entrada de nenhum ser humano (Gênesis 3:24). Em Apocalipse 21:25, lemos que os portões da cidade jamais serão fechados. Nas cidades antigas, os portões eram fechados para proteção contra invasões. Isso indica que não há inimigos externos com poder suficiente para ameaçar a cidade.
Em Apocalipse 21:27, somos informados sobre o propósito do muro e dos portões: impedir a entrada de tudo o que pudesse poluir ou contaminar a cidade. Somente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida podem entrar. Podemos imaginar que os anjos que guardam cada portão estejam monitorando aqueles que entram na cidade para garantir que estejam autorizados a entrar, de forma semelhante a um agente de embarque em um aeroporto que verifica as passagens.
Vemos que cada portão da nova Jerusalém traz os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Isso demonstra que as promessas e alianças de Deus são irrevogáveis (Romanos 11:29). Deus jamais rejeitará o Seu povo (Romanos 11:25-26). Deus fez uma promessa a Abraão em Gênesis 12:2-3 e a reafirmou por meio de Isaque, Jacó e seus descendentes.
Os nomes das doze tribos dos filhos de Israel, escritos nos portões, podem servir como um memorial da fidelidade de Deus em cumprir todas as Suas promessas a eles. Aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida, os crentes que evitam ser consumidos pelo lago de fogo, são todos capazes de escapar desse terrível destino por causa da promessa que Deus fez a Abraão: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar; por meio de ti, serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:3).
Essa promessa se cumpriu por meio de Jesus, o Filho de Davi, da tribo de Judá, descendente de Israel. Gálatas 3:7 nos diz que agora todos os que são da fé são filhos de Abraão. Assim, todo ser humano que pode entrar pelas portas pode ser considerado como tendo sido enxertado na oliveira que é Israel (Romanos 11:17).
A história de Israel gira em torno de Jesus, o instrumento de Deus para abençoar todas as nações por meio de Abraão (Gênesis 12:3). Ao rei Davi foi prometido que alguém de sua linhagem se assentaria no trono de Israel para sempre (2 Samuel 7:12-13) e Jesus é o cumprimento dessa promessa, ele se assentará no trono da terra, pois toda a autoridade lhe foi dada (Mateus 28:18). O cumprimento da promessa de Deus a “todas as famílias” está no Cordeiro que foi imolado pelos pecados do mundo e que também é o Rei que reinará.
É por meio de Jesus, o Filho de Davi, que também é o Cordeiro, que os crentes podem ter seus nomes escritos no livro da vida. Somente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida terão permissão para entrar na cidade (Apocalipse 21:27). Todas as famílias da terra podem ter seus nomes escritos no livro da vida pela fé em Jesus. Elas simplesmente precisam ter fé suficiente para pedir a Ele a água da vida (Apocalipse 21:6).
João então observa: Três portas estavam ao oriente; três portas, ao norte; três portas, ao sul; e três portas, ao ocidente. (v. 13).
As quatro direções — leste, norte, sul e oeste — transmitem a ideia de plenitude, lembrando como, na época do deserto de Israel, as tribos acampavam em quatro grupos ao redor do tabernáculo (Números 2:2). Isso também sugere que cada canto da nova terra terá pontos de acesso à cidade, destacando que esta nova Jerusalém é o centro da vida na nova terra. Como veremos em Apocalipse 21:24, as nações da terra virão a Jerusalém e trarão sua glória para a cidade.
A disposição de três portas de cada lado demonstra simetria e equilíbrio isso pode ser parte da razão pela qual João comparou sua aparência a uma “pedra muito valiosa” em Apocalipse 21:11. Pedras valiosas são tipicamente muito simétricas.
O plano de Deus é sempre intencional. 2 Pedro 3:13 diz que o novo céu e a nova terra serão cheios de “justiça”. A palavra traduzida como “justiça” indica harmonia e integridade no plano, é isso que João está descrevendo agora.
Deus sempre estabelece uma ordem que é boa (Gênesis 1:31). Parte desse plano da criação em Gênesis incluía fazer os seres humanos à Sua imagem, o que inclui a capacidade de fazer escolhas morais (Gênesis 1:26). Ao escolherem trilhar seus próprios caminhos, os seres humanos perturbaram a integridade do plano de Deus, trazendo o pecado ao mundo; o pecado sendo uma distorção do plano (bom) de Deus mas Jesus, o Cordeiro, redimiu o mundo e agora todas as coisas estão sendo feitas novas (Apocalipse 21:5), desta vez, Deus impedirá a entrada na cidade de tudo o que possa contaminá-la (Apocalipse 21:27).
Deus projetou a arca e as práticas de adoração de Israel (Êxodo, Levítico). O acesso ao Santo dos Santos era restrito, para que nada que fosse impuro pudesse entrar. Jesus abriu o caminho de entrada em Sua presença para todos os que creem (Hebreus 9:7-10). O layout uniforme desta cidade parece acolher todas as nações e línguas que têm permissão para entrar, mas não aqueles que a profanariam (Apocalipse 7:9, 21:24, 27).
Não apenas os patriarcas do Antigo Testamento estão incluídos. Há também uma homenagem aos doze apóstolos de Jesus. João afirma: "O muro da cidade tinha doze fundamentos e sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro." (v. 14).
Jesus prometeu aos seus doze discípulos que eles se “assentariam em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mateus 19:28). Essa promessa provavelmente se cumpriu durante o reinado de mil anos na Terra atual, descrito em Apocalipse 20:1-5. Mesmo assim, os apóstolos são lembrados aqui com seus doze nomes inscritos nas doze pedras fundamentais. Isso indica que Deus não apenas honrará as promessas feitas a Abraão e Israel sob a antiga aliança, mas também honrará todas as promessas feitas na nova aliança.
Como Paulo descreve em Romanos 11:19-26, os gentios foram enxertados na oliveira que representa o Israel espiritual. Podemos nos perguntar quais doze nomes estarão incluídos, poderiam ser os onze que foram fiéis, excluindo Judas, juntamente com Matias, que foi escolhido para ocupar o lugar de Judas (Atos 1:26), ou talvez o décimo segundo seja o apóstolo Paulo, que se descreveu como “nascido fora de tempo” (1 Coríntios 15:8) esses apóstolos lançaram o alicerce espiritual da Igreja do Novo Testamento (Efésios 2:20).
O memorial a Israel (os portões) e aos apóstolos de Jesus (o alicerce) abrange as narrativas do Antigo e do Novo Testamento. Deus declarou Sua criação “muito boa” (Gênesis 1:31). Quando ela caiu no pecado e nas trevas, Ele levantou Israel para ser uma nação sacerdotal e mostrar ao mundo que o caminho de amar o próximo é superior ao ethos pagão de exploração e dissipação. Ele lhes mostrou como manter esse modo de vida superior por meio de uma aliança, onde os maiores mandamentos eram amar a Deus e amar o próximo (Êxodo 19:6, 8; Mateus 22:37-39).
Quando a Lei se mostrou insuficiente para trazer justiça, Deus estabeleceu uma justiça independente da Lei por meio de Jesus (Romanos 3:21-24). Deus inaugurou uma nova aliança por meio do sangue do Cordeiro (Mateus 26:28). Deus enviou o Seu Espírito para habitar nos corações dos que creem, escrevendo a Sua lei em seus corações, e não em uma pedra (2 Coríntios 3:2).
Jesus tornou isso possível ao servir voluntariamente como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Ele, assim, conquistou o direito de abrir os selos do livro que deram início aos eventos que levaram ao fim da era anterior e à inauguração de uma nova era, com uma nova terra repleta de justiça (Apocalipse 5:5).
Assim como Jesus estabeleceu memoriais para os doze filhos de Israel e os doze apóstolos, Ele promete criar memoriais para qualquer crente que vença e viva como uma testemunha fiel que não teme a rejeição, a perda ou a morte no mundo:
“Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus”
(Apocalipse 3:12a)
Já que não existe um edifício que seja um templo na nova terra, podemos imaginar que coisas como ter o nome de alguém escrito na fundação ou no portão possam indicar o tipo de "pilar" que serviria como memorial para os feitos realizados por um vencedor.
Ao observarmos o desabrochar desta cidade extraordinária e de seus habitantes, vislumbramos que a Terra está repleta do povo de Deus e que toda a comunidade é tão querida e íntima a Ele que cumpre a descrição da cidade em Apocalipse 21:9 como a “noiva” de Jesus. Vemos um retrato do cumprimento pleno dos dois maiores mandamentos e do mandamento de Jesus para amarmos uns aos outros (Mateus 22:37-39, João 13:34-35).
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