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Jeremias 36:11-19 Explicação

Jeremias 36:11-19 documenta como a Palavra escrita de Deus se move do templo para a corte real e como os líderes governamentais reagem quando confrontados com a verdade. O texto se concentra na transmissão, na verificação da autoridade, no temor administrativo e nas primeiras tentativas de proteger os mensageiros de Deus da retaliação do Estado. A cena inicial prepara o terreno para a violenta rejeição da Palavra de Deus pelo rei Jeoaquim na seção seguinte.

Na passagem anterior, Jeremias 36:9-10, Jeremias instruiu Baruque a ler as palavras que Deus lhe havia falado, o que Baruque fez na câmara de Gemarias ( Jeremias 36:10). Jeremias 36:11 apresenta um membro da audiência de Baruque: "Ora, quando Micaías, filho de Gemarias, filho de Safã, ouviu todas as palavras do Senhor no livro..." (v. 11). O fato de Micaías ter ouvido "todas as palavras" implica mais do que uma escuta passiva. Micaías pertencia a uma família com um histórico documentado de receptividade à Palavra escrita de Deus. Seu avô , Safã, havia servido como escriba real durante as reformas do rei Josias (640-609 a.C.) e desempenhou um papel fundamental quando o Livro da Lei foi redescoberto e lido ao rei (2 Reis 22:8-13). Esse reavivamento anterior começou quando um rolo foi ouvido publicamente e levado a sério pela liderança.

A frase “ ouvi todas as palavras do Senhor” (v. 11) mostra que Micaías não estava reagindo a rumores ou trechos isolados, mas à revelação profética completa. Biblicamente, ouvir “todas as palavras” é o ponto de partida normal para a convicção e a responsabilidade (Êxodo 19:7-8; Deuteronômio 5:27). O que acontece a seguir demonstra que as Escrituras esperam que aqueles que verdadeiramente ouvem a Palavra de Deus ajam como portadores responsáveis dela.

Jeremias 36:12 revela o início da resposta de Micaías ao que ouviu: ele desceu à casa do rei, à câmara do escrivão... (v. 12a). O complexo do palácio real ficava no bairro administrativo de Jerusalém, separado do recinto do templo. A câmara do escrivão era um escritório governamental, provavelmente ligado ao armazenamento de documentos, registros legais e formulação de políticas. Isso significa que a Palavra do Senhor passou do espaço de culto público para a discussão em nível estatal.

O versículo continua: "E eis que ali estavam sentados todos os oficiais: Elisama, o escrivão; Delaías, filho de Semaías; Elnatã, filho de Acbor; Gemarias, filho de Safã; Zedequias, filho de Hananias; e todos os demais oficiais" (v. 12). A riqueza de detalhes na descrição dos presentes demonstra que não se tratava de uma conversa qualquer. Eram homens que aconselhavam o rei Jeoaquim (que reinou de 609 a 598 a.C.). Elnatã, por exemplo, havia sido enviado anteriormente por Jeoaquim para prender e extraditar o profeta Urias, que mais tarde foi executado ( Jeremias 26:20-23). Essa nota histórica mostra que alguns homens presentes já haviam participado da repressão de profetas.

Apesar da reputação desses homens, "Micaías declarou-lhes todas as palavras que ouvira" (v. 13). Este foi um testemunho ocular, não um comentário. Biblicamente, "declarar" neste contexto é uma linguagem jurídica, semelhante ao testemunho de testemunhas no tribunal da aliança (Deuteronômio 19:18-19). Ele se torna um ponto de transmissão humana da revelação divina.

Este momento reflete como Deus frequentemente expande o alcance da Sua Palavra. Jeremias fala com Baruque, Baruque lê publicamente, Micaías ouve, e agora Micaías fala com autoridades estatais. Esse padrão se alinha com a forma como a lei de Deus se espalhou em épocas anteriores: Moisés delegou aos anciãos, que então interagiram com as tribos (Deuteronômio 31:9-13); Esdras investiu tempo ensinando os levitas, que então ensinaram os exilados que retornaram (Neemias 8:1-8). As Escrituras demonstram que a Palavra de Deus raramente permanece isolada — ela se move por meio de cadeias de comunicação fiel. Como Paulo ensinaria mais tarde, aquele a quem Deus confia a Sua palavra é responsável por comunicá-la fielmente e em sua totalidade a homens confiáveis que possam fazer o mesmo (2 Timóteo 2:2). Na prática, a propagação da palavra de Deus por meio dessa multiplicação é extremamente eficaz.

As autoridades responderam com o procedimento: Então todos os oficiais enviaram Jeúdi, filho de Netanias, filho de Selemias, filho de Cusi, a Baruque, dizendo: "Toma em tua mão o livro que lesses para o povo e vem" (v. 14a). Esta é uma convocação oficial. A genealogia de Jeúdi é apresentada para estabelecer sua legitimidade como representante real. Não se trata de mera curiosidade; é uma revisão institucional intencional. As autoridades levaram a profecia de Jeremias extremamente a sério.

Baruque obedeceu às autoridades na segunda parte de Jeremias 36:14: "Então Baruque, filho de Nerias, tomou o rolo na mão e foi até eles" (v. 14b). Esse ato físico é importante. No mundo antigo, os rolos eram tratados como instrumentos legais — semelhantes a decretos selados (Ester 8:8) ou documentos de aliança (Êxodo 24:7). Ao trazer o próprio rolo, Baruque traz o registro autorizado, não uma paráfrase. Isso demonstra um modelo bíblico antigo de Escritura escrita funcionando como autoridade reconhecida.

Quando Baruque chegou, disseram-lhe: "Sente-se, por favor, e leia para nós". Então Baruque leu para eles (v. 15). Novamente, esta não é uma escuta informal. Na cultura administrativa do antigo Oriente Próximo, a leitura sentada indicava procedimentos formais, semelhante a Esdras lendo a Lei de uma plataforma (Neemias 8:4-5). Eles estão tratando o rolo como algo que deve ser ouvido oficialmente.

A submissão de Baruque confirma que a liderança agora ouve diretamente a Palavra de Deus. Isso elimina os boatos. A partir desse momento, eles são totalmente responsáveis. Biblicamente, ouvir diretamente aumenta a responsabilidade (Lucas 12:48; João 9:41).

Jeremias 36:16 registra a reação deles: "Quando ouviram todas as palavras, voltaram-se uns para os outros, tomados de medo..." (v. 16). Esse temor é o efeito bíblico esperado de uma revelação autêntica. O temor costuma ser a primeira evidência de clareza espiritual (Esdras 9:4; Atos 2:37). Esses homens compreendem que a mensagem de Deus é crível e severa, e por isso estão cheios de temor a Ele.

Como oficiais com responsabilidades reais, eles agora devem transmitir as palavras ao trono: “[Os oficiais] disseram a Baruque: 'Certamente relataremos todas essas palavras ao rei'” (v. 16). Jeremias 36:16 demonstra lealdade à coroa e o reconhecimento de que a mensagem não pode ser contida. Padrões semelhantes aparecem quando profetas confrontaram reis em passagens anteriores das Escrituras. A mensagem de Natã a Davi (2 Samuel 12) e a profecia de Micaías a Acabe (1 Reis 22) mostram que, uma vez que os líderes ouvem a palavra de Deus, sua resposta é inevitável.

Eles perguntam: "Diga-nos, por favor, como você escreveu todas essas palavras? Foi sob ditado dele?" (v. 17). Esta é uma verificação da autenticidade profética. Eles estão estabelecendo a cadeia de custódia: esta é uma composição de Baruque ou de Jeremias? A pergunta deles reflete Deuteronômio 13 e 18, onde Israel foi instruído a testar as alegações proféticas pela fonte e consistência. Esses oficiais estão se comportando como examinadores de legitimidade, não meramente como céticos. A autoridade importa, especialmente neste contexto, porque a falsa profecia já havia assolado Judá ( Jeremias 23:16-21).

Baruque responde: "Ele ditou-me todas estas palavras, e eu as escrevi com tinta no livro" (v. 18). Isso esclarece o processo de inspiração e transmissão. Jeremias é o receptor divino; Baruque é o registrador técnico. Isso está de acordo com a forma como as Escrituras foram formadas em outros lugares: Moisés tinha escribas (Deuteronômio 31:9); profetas posteriores contaram com assistentes (Isaías 8:1; Habacuque 2:2).

A menção de "tinta" e "livro" fundamenta isso na prática real da escrita. A arqueologia confirma que pergaminhos entintados eram comuns nesse período. Jeremias 36:18 é crucial para a doutrina bíblica porque fornece evidências diretas de como as Escrituras proféticas passaram da revelação oral para o cânon escrito.

Os oficiais instruem: "Vá, esconda-se, você e Jeremias, e não deixe ninguém saber onde você está" (v. 19). Isso demonstra o reconhecimento do perigo político. Eles esperam que o rei Jeoaquim reaja com violência. Essa preocupação era justificada: Jeoaquim havia assassinado o profeta Urias ( Jeremias 26:23) e, posteriormente, queimado este mesmo rolo ( Jeremias 36:23).

Jeremias 36:11-19 mostra que, dentro do sistema político, ainda havia indivíduos que acreditavam na mensagem de Deus com tanta força a ponto de proteger os mensageiros. Isso demonstra um padrão bíblico consistente: mesmo em sistemas corruptos, Deus pode preservar testemunhas (Obadias escondendo profetas em 1 Reis 18:4; Nicodemos defendendo Jesus em João 7:50-51). A instrução para esconder não é covardia, mas sim uma estratégia de preservação dos servos de Deus para que a Palavra possa continuar.

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