
Em Jeremias 36:9, vemos um momento crucial durante o reinado de Jeoaquim, que governou de 609 a 598 a.C.: “No quinto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no nono mês, proclamaram um jejum perante o Senhor a todo o povo em Jerusalém e a todo o povo que vinha das cidades de Judá para Jerusalém” (v. 9). Nessa época, a nação de Judá encontrava-se em uma encruzilhada crítica, ameaçada por potências estrangeiras e por um declínio espiritual interno. O jejum proclamado foi, muito provavelmente, um chamado coletivo para se humilharem perante Deus em meio às crescentes calamidades, concentrando toda a comunidade no arrependimento e na renovação de sua aliança com o Senhor.
A menção do quinto ano de Jeoaquim (v. 9) situa este evento bem no meio do reinado de Jeoaquim, destacando um período em que a pregação de Jeremias chamava o povo a se afastar da desobediência. Embora Jeoaquim fosse filho de Josias — um rei justo que reinou de 640 a 609 a.C. e andou nos caminhos do Senhor — Jeoaquim frequentemente desafiava as advertências de Deus. Jeremias 36:9 ressalta a urgência de Judá buscar a misericórdia divina, visto que a ameaça iminente da conquista babilônica se tornava cada vez mais real (as profecias de Jeremias confirmam posteriormente esse julgamento sobre a terra).
A própria Jerusalém, de onde todo o povo... vinha das cidades de Judá (v. 9), era o centro nevrálgico da adoração. Localizada nas colinas acidentadas de Judá, não era apenas a capital política, mas também o coração espiritual da nação, pois o Templo do Senhor se erguia dentro de seus muros. Reunir-se nesta cidade sagrada para um jejum unia o povo tanto em lugar quanto em propósito, incentivando-os a retornar de todo o coração ao seu Deus da aliança.
Em seguida, Baruque leu do livro as palavras de Jeremias na casa do Senhor, na câmara de Gemarias, filho de Safã, o escriba, no pátio superior, à entrada do Portão Novo da casa do Senhor, para todo o povo (v. 10). Baruque serviu como fiel escriba e mensageiro de Jeremias, encarregado de proclamar as palavras do profeta aos ouvintes que precisavam ouvir e acatar o conselho de Deus. Ao ler em voz alta nos arredores do Templo, Baruque permitiu que essas palavras ecoassem entre os adoradores, garantindo que ninguém pudesse alegar ignorância das advertências ou promessas de Deus.
O quarto de Gemarias, filho de Safã (v. 10), é notável porque Safã serviu como escriba durante as reformas do rei Josias, conforme descoberto em relatos bíblicos anteriores (2 Reis 22). O próprio quarto de Gemarias ficava perto do Portão Novo do Templo, enfatizando que essas palavras de grande urgência espiritual estavam sendo proferidas em um local de alta visibilidade e importância. O Portão Novo provavelmente era um importante ponto de entrada para o complexo do Templo, portanto, a escolha do local por Baruque indica um desejo de alcançar o público mais amplo possível.
Ao ler todas as palavras de Jeremias (v. 10), Baruque destaca a continuidade da mensagem profética. Não se tratava de um sermão qualquer, mas de um chamado direcionado por Deus, advertindo sobre o julgamento iminente caso o povo persistisse em seus caminhos e exortando-os ao arrependimento. O cenário do Templo também simbolizava um apelo direto aos corações dos adoradores de Judá, preenchendo a lacuna entre a religião formal e a obediência sincera — um reflexo da transformação maior que Deus deseja para o Seu povo.
Usado com permissão de TheBibleSays.com.
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