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The Blue Letter Bible
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Lucas 2:39-40 Explicação

O relato paralelo do Evangelho de Lucas 2:39-40 é Mateus 2:19-23.

Lucas 2:39-40 narra como, após cumprirem as exigências da Lei, a família retorna a Nazaré, onde Jesus se fortalece fisicamente, aumenta em sabedoria e desfruta do favor de Deus.

Após detalhar o nascimento de Jesus e os primeiros quarenta dias de sua vida (Lucas 2:1-38), Lucas apresenta um breve relato da transição da infância para a adolescência de Jesus (Lucas 2:41-52). Lucas 2:39-40 descreve essa breve transição biográfica.

Começa assim: Depois de terem cumprido tudo segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré (v. 39).

O pronome " eles " em Lucas 2:39 refere-se a Maria e José, a mãe de Jesus e seu pai adotivo.

Lucas diz que Maria e José cumpriram tudo de acordo com a Lei do Senhor.

A expressão usada por Lucas, "a Lei do Senhor", é uma forma menos judaica de dizer "a Lei de Moisés". Lucas provavelmente usou "a Lei do Senhor" em vez de "a Lei de Moisés" para tornar seu relato mais acessível ao seu público gentio (principalmente grego).

Moisés era um profeta de Deus. Ele recebeu a Lei diretamente de Deus. E os judeus entendiam que Moisés recebeu a Lei do Senhor, mas se referiam a ela como "a Lei de Moisés" para diferenciar os mandamentos que receberam por meio de Moisés de outras instruções divinas que receberam por meio dos outros profetas do Senhor.

Os gregos, porém, estavam preocupados com grandes heróis individuais — homens como Aquiles ou Odisseu de seus mitos, ou importantes legisladores como Sólon ou Licurgo. Se Lucas tivesse usado “Lei de Moisés”, seu leitor grego poderia ter sido levado a interpretar erroneamente e pensar que Moisés era o criador e promulgador desse código de leis, em vez de apenas um mensageiro profético em nome do Senhor. Lucas, portanto, pode ter usado Lei do Senhor” em vez de “Lei de Moisés” para deixar claro que esta era a Lei do Senhor, e não a de um mero humano.

Tudo o que eles haviam realizado de acordo com a Lei do Senhor incluía:

  • Apresentar Jesus, o filho primogênito de Maria, ao sacerdote e pagar o preço da redenção (Lucas 2:22—Êxodo 13:2, 13:12, Números 18:15-16).

Eles cumpriram todos esses mandamentos de acordo com a Lei do Senhor.

E Lucas escreve: "Depois de terem realizado tudo, os pais de Jesus voltaram de Belém, localizada na região da Judeia, onde Jesus nasceu, para sua cidade natal, Nazaré, que ficava na região da Galileia. A principal cidade da Judeia é Jerusalém, e fica a cerca de 110 quilômetros ao sul de Nazaré. Dependendo da rota e do ritmo, a viagem entre essas duas cidades no mundo antigo geralmente levava de três a cinco dias."

O relato de Lucas é factualmente correto: eles de fato retornaram à Galileia depois de terem cumprido tudo segundo a Lei do Senhor. Mas o relato de Mateus fornece alguns detalhes adicionais que são significativos.

Segundo Mateus, parece que a Sagrada Família permaneceu nas proximidades de Belém por um ano ou mais após o nascimento de Jesus e não retornou imediatamente a Nazaré.

O motivo pelo qual decidiram permanecer em Belém após o nascimento de Jesus pode ter sido para evitar o escândalo da virgindade de Maria e do parto de Jesus, bem como as suas potenciais consequências. Nem todos acreditavam que o anjo a tinha visitado e que o seu filho era o Filho de Deus. Alguns em Nazaré podem ter concluído erroneamente que ela era infiel e podem tê-la tratado com desrespeito ou excluído.

Mateus nos conta que magos do Oriente chegaram à corte de Herodes em Jerusalém, perguntando sobre a estrela de um rei judeu recém-nascido (Mateus 2:1-3). O rei Herodes, desconhecendo o nascimento de Jesus e sua identidade, determinou com base nas informações dos magos o momento exato em que a estrela apareceu (Mateus 2:7). Mais tarde, ele usaria essa informação para deduzir a idade do rei recém-nascido e emitiu uma ordem brutal para que todo menino encontrado em Belém com essa idade fosse morto. Herodes mandou executar todos os meninos com “dois anos ou menos” nas proximidades de Belém (Mateus 2:16).

Após a primeira visita a Herodes, os magos seguiram a estrela e encontraram o jovem rei e sua família em Belém (Mateus 2:9-11). Mas, depois que os magos partiram, um anjo de Deus avisou José para fugir de Belém e ir para o Egito, a fim de escapar do massacre iminente ordenado por Herodes (Mateus 2:13). José obedeceu prontamente e levou Jesus e Maria consigo para o Egito durante a noite (Mateus 2:14).

José e Maria permaneceram no Egito até depois da morte de Herodes.

O livro de Mateus sugere que Jesus tinha cerca de dois anos quando José e Maria fugiram da Judeia para o Egito (Mateus 2:16). Mateus também relata que Herodes estava em Jerusalém nessa época, quando os magos o visitaram (Mateus 2:3).

Isso é significativo, porque, de acordo com o antigo historiador judeu Flávio Josefo, Herodes mudou-se de Jerusalém para a cidade de Jericó perto do fim de sua vida (Josefo, Antiguidades Judaicas, 17.6.5—numeração de Whiston).

Essa mudança ocorreu em 5 a.C.

Segundo Josefo, a razão pela qual Herodes se mudou para Jericó foi para buscar alívio da terrível dor infligida a ele pelo julgamento de Deus por seus pecados (Josefo, “Antiguidades Judaicas”, 17.6.5 — Numeração de Whiston).

Foi enquanto José, Maria e Jesus estavam no Egito que Herodes morreu em 4 a.C. (Mateus 2:19).

Após a morte de Herodes, um anjo apareceu novamente a José e o instruiu a retornar a Israel (Mateus 2:20). José obedeceu, mas em vez de permanecer na Judeia ou em Belém, onde o filho de Herodes tinha certa autoridade, José retornou à cidade mais remota e obscura de Nazaré, na Galileia (Mateus 2:22-23).

Reconstruindo as datas, uma cronologia plausível dos eventos que cercam o nascimento e a infância de Jesus poderia ser:

  • 8/7 a.C. César Augusto emite o censo.
    (Lucas 2:1)

  • 7/6 a.C. Jesus nasce em Belém durante a implementação do
    censo enquanto Quirino cumpria seu primeiro mandato como governador da Síria.
    (Mateus 1:25, Lucas 2:1-6)

  • 6/5 a.C. Os magos visitam Herodes em Jerusalém.
    Os Reis Magos visitam José, Maria e Jesus em Belém.
    O anjo avisa José para fugir com sua família para o Egito.
    Herodes massacra todos os meninos de dois anos ou menos em Belém.
    (Mateus 2:1-17)

  • 5/4 a.C. Herodes mudou-se de Jerusalém para Jericó. Jesus viveu no Egito.
    (Josefo. Antiguidades Judaicas, As Guerras Judaicas )
  • Em 4 a.C., Herodes morreu, e o anjo disse a José para retornar a Nazaré, na Galileia .
    (Mateus 2:19-21)

Se essa cronologia estiver correta, Jesus teria cerca de dois anos quando sua família foi para o Egito e três anos quando sua família retornou à Galileia.

Novamente, o relato de Lucas (Lucas 2:39b) é conciso e preciso sobre Maria e José e a mudança de Jesus da Judeia de volta para a Galileia, mas omite esses outros detalhes. Isso provavelmente ocorre porque Lucas não considerou esses detalhes importantes para seu público gentio.

O relato de Mateus (Mateus 2:1-23) descreve os perigos e detalhes da jornada de Jesus pelo Egito. O relato também detalha como esse encontro e os perigos enfrentados cumpriram as profecias messiânicas (Mateus 2:6, 2:15, 2:18, 2:23). Mateus provavelmente incluiu a viagem de Jesus ao Egito devido às profecias messiânicas, que teriam grande significado para seu público judeu.

Após mencionar que a família de Jesus retornou à sua cidade natal, Nazaré, Lucas escreve uma descrição geral da infância de Jesus:

O menino continuou a crescer e a ficar forte, aumentando em sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele (v. 40).

Este único versículo das Escrituras oferece um relato do desenvolvimento inicial de Jesus. Na próxima seção, aprenderemos sobre seu desenvolvimento à medida que se aproximava do que os modernos chamariam de adolescência.

Como toda criança humana, Jesus cresceu fisicamente, desenvolvendo força e estatura. Isso afirma a plena humanidade de Jesus, o Filho de Deus. Jesus não era um bebê sobre-humano com capacidades de adulto. Em vez disso, presume-se que Ele experimentou a progressão natural da infância como qualquer outro ser humano. Embora fosse o Filho eterno de Deus, em Sua humanidade, Ele se submeteu ao processo comum de crescimento e aprendizado, porém sem pecado.

Lucas enfatiza que o crescimento de Jesus não foi apenas físico, mas também intelectual e espiritual.

O fato de a criança ter continuado a crescer e a ficar forte indica o seu crescimento físico e a maturidade do seu corpo desde a infância até à idade adulta.

O fato de a criança ter crescido em sabedoria significa que Jesus aprendeu, refletiu e desenvolveu discernimento. Provavelmente, ele foi educado na sinagoga de Nazaré, como seus pares, e aprendeu sobre as histórias de Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué e do Rei Davi. Ele aprendeu a história de Israel, estudou a Lei de Moisés e cantou os Salmos. Quando menino, Jesus também viu seu pai adotivo, José, trabalhar como tekton (artesão, provavelmente pedreiro) e, eventualmente, seguiria essa profissão.

A frase "a graça de Deus estava sobre Ele" revela que, mesmo sendo criança, Jesus desfrutava do favor de Deus. A palavra grega "charis", traduzida aqui como graça, significa "favor". Ela aparecerá em um contexto semelhante e será traduzida como "favor" em Lucas 2:52. Conforme crescia, Jesus começou a desenvolver seu relacionamento divino e único com Deus Pai.

O favor, a presença e a orientação de Deus cercavam Jesus. Isso ecoa as descrições do Antigo Testamento sobre os servos escolhidos de Deus, mas de uma forma mais completa e permanente. Não se tratava apenas de Jesus ter a ajuda de Deus. O fato de a graça de Deus estar sobre Ele descreve como Jesus viveu sob o ativo prazer e propósito de Deus desde o princípio. Essa graça ou favor divino não o isentou dos desafios comuns da vida, mas moldou seu caráter e desenvolvimento em perfeita harmonia com a vontade do Pai.

A observação de Lucas no versículo 40 serve como uma transição entre a narrativa da infância e o relato posterior de Jesus no templo aos doze anos (Lucas 2:4-51). Ela oferece aos leitores um vislumbre dos detalhes gerais de Sua vida extraordinária. Durante aqueles anos obscuros ou ocultos, Jesus crescia constantemente, tanto em corpo quanto em alma.

Seus anos de desenvolvimento humano o prepararam para o ministério que começaria e se completaria décadas depois. Este versículo também nos convida, de forma sutil, a maravilharmo-nos com o mistério da Encarnação: ou seja, o fato de o Filho eterno de Deus ter escolhido crescer, aprender e viver entre nós em perfeita obediência, plenamente humano e plenamente divino.

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